Ernst Höhm foi o mais poderoso chefe da SA ou dos “camisas pardas”, o grupo
paramilitar de Hitler, e um dos mais de seus destacados chefes nazistas, antes
do famoso massacre em julho de 1934, quando centenas de membros do Partido
Nazista foram assassinados pelo ditador. Uma das questões mais curiosas, senão
doentias de Höhm era a sua cosmovisão de violência revolucionária e sua
idolatria egocêntrica ao homossexualismo. Na verdade, Hitler eliminou o chefe da
SA porque este se tornou uma ameaça à estabilidade do regime, como também a SA
havia se tornado uma confraria homossexual de Höhm. Mas o que pensava Höhm a
respeito? Homossexual assumido, Höhm pregava, intramuros, que a homossexualidade
deveria ser um objeto de culto idolátrico entre seus partidários. Era uma forma
de coesão interna e culto místico de lealdade entre seus membros, junto com a
concepção arianista da raça. Alguém notará alguma semelhança ou coincidência com
os métodos, estruturas de pensamento e coesão grupal do movimento homossexual
atual? A diferença é que a camisa mudou de cor. É rosa ou arco-íris.
Recentemente, o deputado e militante homossexual Jean Wyllys escreveu uma
carta ameaçadora ao jornalista Olavo de Carvalho, esperneando com os mais
grotescos impropérios, em razão das declarações que o dono do Mídia Sem Máscara
fez em seu programa, True outspeak. Não custa nada avaliar as frases delirantes
do deputado do PSOL:
“Pelo visto o Sr. não sabe o que é uma democracia, tendo em vista que
sua pretensão é criar um Estado Fascista, pois buscas tolher toda e qualquer
direito adquirido pelo povo LGBTS, que, através da minha legislatura,
conseguiram o direito fundamental ao casamento e à adoção de crianças”.
Jean Wyllys não nos prova nada desse “Estado fascista” preconizado por Olavo
de Carvalho. Pelo contrário, se atentarmos aos esquemas mentais de Wyllys, e
mesmo a ideologia do seu partido, podemos ver os elementos mais odiosos do
fascismo na doutrina do PSOL: o Estado onipotente controlador da vida social,
da economia e da sociedade civil, aparelhada pelo Partido único. Fascista,
no sentido ideológico da palavra, é Jean Wyllys. Mas não custa nada observar
mais: Jean Wyllys tem outro componente visível da mentalidade fascista, que é
não aceitar as dissidências. Ou seja, se alguém discordar do movimento gay,
do dito “casamento homossexual” e adoção de criança por
homossexuais, o lugar desejado pelo deputado é a
cadeia.“Democrático” é aceitar irrefletidamente as doidices de
Jean Wyllys. “Fascista” é discordar dele.
Por outro lado, Jean Wyllys mostra uma face bem mais obscura, que é o da
pedofilia. Analisemos o fragmento de sua carta:
“Durante o referido programa, ambos, além de todos os ataques
homofóbicos, induziram o público a acreditar que sou o defensor da legalização
da pedofilia - o que é totalmente mentiroso de sua parte. Defendo, sim, o
direito de qualquer pessoa poder dispor do seu corpo da forma que bem entender -
inclusive as crianças, pois estas têm as mesmas necessidades que os adultos e
não são propriedades de ninguém. Suas declarações criminosas contra mim não
ficarão impunes”.
A pergunta que fica no ar é: as crianças têm as mesmas necessidades que os
adultos? Se o deputado disser que sim, essa foi uma defesa elementar, ainda
que sutil, da liberação da pedofilia. Ora, crianças têm necessidades sexuais?
Crianças têm maturidade psicológica para resolver os problemas de sua vida?
Confesso que fiquei perplexo com tamanha estupidez, já que quebra qualquer
fundamentação jurídica que distingue a maturidade e a incapacidade dos cidadãos,
tanto no código civil, como no código penal. Ou mais, quebra qualquer sinal de
proteção legal dos jovens, que podem ser vítimas de abusos de toda ordem, tanto
de estranhos, como da própria família.
Se as crianças podem assumir quaisquer responsabilidades de adultos, logo,
elas podem se casar, assinar contratos, e, inclusive, ter relações sexuais. É
pior, se as crianças são “responsáveis” pelos seus corpos, logo, as famílias
podem perfeitamente abandoná-las, pelo sinônimo de que são “donas” de si mesmas.
Mas sabemos que as crianças não são capazes dessas ações. E daí a lei reconhecer
sua incapacidade civil, para protegê-las, sob os cuidados dos pais. Jean Wyllys
é claro em dizer que a criança terá a “liberdade” de fazer qualquer coisa com
seu corpo. Ou seja, se um pedófilo seduzir uma criança e esta anuir na prática
de abuso sexual, logo, para efeitos legais, Jean Wyllys achará lícita a
pedofilia? Não é óbvia a malícia do discurso?
Por outro lado, há outra
falácia detectada no argumento do deputado: se as crianças serão responsáveis
pelos seus corpos, logo, a família perderá o pátrio poder sobre os filhos.
Na verdade, percebe-se que a suposta “criação” de direitos da
criança é uma forma de usurpação dos direitos de família e da própria criança,
seja pelo Estado, seja por qualquer movimento pedófilo da vida. O Estado, o
partido, as ongs, ao forjarem “direitos” inexistentes para os menores, acabam
por jogá-los contra os pais e, na prática, retiram os verdadeiros direitos reais
dos infantes, qual seja, a de serem protegidos contra a violência e o abuso de
poder. Tamanha é a perversão de raciocínio do deputado.
O problema é que
Jean Wyllys não tem necessariamente um argumento. Tudo o que faz é injetar uma
chuva de declarações ad hominem, com chavões panfletários e mastigados
pelo uso, para desmerecer seu oponente. Encontramos aqui outro componente
fascista, o de destruir o rival político por todos os métodos, apelando a falsa
retórica, a intimidação, a prisão e quem sabe, até a morte.
Entretanto,
podemos encontrar um componente bem stalinista de seu discurso: acusar de
fascista o seu adversário, ainda que não encontremos nem um sinal da ideologia
de Mussolini ou de Hitler. Isso é genuinamente bem comunista e foi absorvido
pela intelligentsia de esquerda, lá nos idos dos anos 1930, quando Stálin era
moda entre os intelectuais. Neste caso, Jean Wyllys associa o que há de pior no
fascismo e no comunismo, que é o mecanismo de hostilidade, intolerância,
fanatismo e violência.
Em outra carta endereçada a Olavo, ele ainda
insiste em afirmar que não defende a pedofilia:
“Eu defendo sim que
toda criança tenha direito de dispor da maneira que desejar o próprio corpo,
sendo que a única regra que deve ser respeitada em todas as relações hetero e
homoafetivas é o respeito e a liberdade”.
Em outras palavras, a
única categoria válida na relação de crianças e adultos não é a maturidade de um
indivíduo ou a incolumidade da criança, e sim se a natureza da relação sexual
hetero será ou homo. Traduzindo, Jean Wyllys está afirmando que o elemento
central a ser “respeitado” é a liberdade sexual entre crianças. O problema é que
ele é intelectualmente incapaz de perceber a incoerência lógica do seu
discurso,. Ou quem sabe, que ele seja incrivelmente desonesto e perverso. O que
denota aquilo que Olavo de Carvalho, com razão, detectou: é um
semi-analfabeto.
Resta saber o que o deputado quis dizer com essas
palavras ameaçadoras:
“Saiba, pois, que sou um Deputado Federal,
detentor de imunidade parlamentar, a qual é importante, diante das tentativas
desenfreadas da direita fascista tolher a liberdade dos cidadãos LGBTS - aliás,
sempre por parte de reacionários seguidores de sua filosofia sanguinária e
despótica”.
Não custa nada perguntar o que significa aí
“filosofia sanguinária e despótica”? Curioso, pois Jean Wyllys é
membro de um partido que prega a ideologia comunista, o sistema de governo mais
sanguinário e genocida da história humana, e que ganha de goleada do nazismo em
matéria de assassinatos em massa. É chocante perceber que o deputado não tem
raciocínio lógico, não tem linha de argumentação, mas tão somente histeria
canina e notório desequilíbrio mental. Olavo de Carvalho prega a morte de
alguém? Eu nunca vi. Mas Jean Wyllys prega cadeia para os dissidentes, censura
da liberdade de imprensa e processos na justiça, pelo único crime de discordar
da sua agendinha homossexual (e por que não?) pró-pedófila.
Ao declarar
tantas tolices, tantas mendacidades, Wyllys ainda apela a carteirada típica da
vigarice dos políticos de Brasília: usa e abusa da imunidade parlamentar,
para não responder pelos seus próprios atos. Ele diz, claramente, que a
impunidade aparente da imunidade pode dar carta branca para ele fazer tudo que
der na sua cabeça.
Jean Wyllys demonstra ter completo transtorno
psicológico ao escrever esse trecho para o Olavo:
“A partir de amanhã
vou lutar, junto aos órgãos competentes, pela sua deportação para o Brasil,
diante dos crimes contra a humanidade que são cometidos pelo sr., incentivando a
violência contra homossexuais e pessoas que possuem ideologia diversa da direita
fascista”.
Crimes contra a humanidade? Qual? Olavo de Carvalho
matou gente na Síria ou no Sudão? Dirigiu alguma ditadura sanguinária? Na
verdade, Jean Wyllys incorreu no crime de calúnia, tipificado no código penal.
No entanto, é claro que “crime contra a humanidade” é um conceito
bastante seletivo para Jean Wyllys e as esquerdas. Alguém já o ouviu criticar a
perseguição aos homossexuais em Cuba ou pedir a extradição de Fidel Castro? Ou
será que o mesmo terá coragem de pedir cadeia para Armadinejah, pelo mesmo
ofício de enforcar gays no Irã? Pelo contrário, entre o PSOL, o regime
sanguinário de Cuba e do Irã, são só amizades e elogios.
Falei
inicialmente de Ernst Höhm. Falei da SA e da confraria nazista louca de
homossexuais.Jean Wyllys, esse notório insignificante, cuja única contribuição
na história humana foi aparecer num Reality Show do Big Brother Brasil, é o
nosso Ernst Höhm, o nosso Big Brother gay. Bicha mais louca não há.
sábado, 14 de julho de 2012
ADHT: DefesaHetero.org: O ESTADO IDIOTIZADOR - VEJAS AS METAS DO PT E SEUS...
ADHT: DefesaHetero.org: O ESTADO IDIOTIZADOR - VEJAS AS METAS DO PT E SEUS...: CONTRIBIÇÃO DE UM BRASILEIRO DO TWEETER :
sexta-feira, 13 de julho de 2012
GAYS DE DIREITA: Agressão a gay por três lésbicas pode ser consider...
GAYS DE DIREITA: Agressão a gay por três lésbicas pode ser consider...: Vejam abaixo o caso curioso de três lésbicas que estão sendo acusadas de "crime de ódio de cunho homofóbico" nos Estados Unidos. Aproveitand...
quinta-feira, 12 de julho de 2012
As Escrituras e “As Questões Indiferentes” (parte 2)
DEFININDO “ESSENCIAIS E NÃO
ESSENCIAIS”
Antes de deixarmos essas observações, uma questão adicional precisa ser considerada. Será visto que, se o ensinamento Puritano do Princípio Regulador for considerado proeminente, então inevitavelmente a questão de nossa prática sobre ordem, governo e adoração na igreja assume uma importância ímpar no meio evangélico. Poderemos, portanto, estar predispostos a concluir, com Whitgift, que os Puritanos, chamando atenção a assuntos externos e a questões “não essenciais à salvação”, não estavam corretamente fazendo distinção entre pontos fundamentais (os Evangelhos e as doutrinas da fé) e secundários. Whitgift disse a Cartwright que a tendência da política Puritana era de provocar “a derrota do Evangelho através de contendas sobre questões externas(...). Certamente, tratando-se de questões “necessárias à salvação” então há justa causa em quebrar a paz da igreja por elas; mas se são questões de menor peso, então você não poderá desculpar-se a si mesmo ou a eles”. [5] De modo semelhante, Bishop Hel declarou que era “mil vezes melhor engolir uma cerimônia do que despedaçar uma igreja”.
Richard
Hooker usou essa mesma distinção entre essenciais e não essenciais em resposta à
acusação Puritana de que o fundamento da Igreja Elizabetana não aceita a
autoridade das Escrituras na sua totalidade. Ele afirmava que rejeitar o ponto
de vista Puritano de autoridade bíblica de modo algum negava “a absoluta
perfeição das Escrituras”, porque Deus concebeu as Escrituras para serem “uma
completa instrução em todas as coisas necessárias à salvação... assim as
Escrituras, sim, cada sentença ali, é perfeita, não carecendo de nenhum
requisito ao propósito para o qual Deus a deliberou”.[6] Coisas tais como
cerimônias, ordem, disciplina, e governo, Whitgift e Hooker defendiam, são à
parte do Evangelho e das questões de fé. Por alegar a necessidade da autoridade
das Escrituras a questões não necessárias para a salvação, os Puritanos eram
denunciados de alargarem e deturparem a Bíblia para cobrir áreas nas quais Deus
nunca pretendeu dar instruções definitivas.
Podemos apenas brevemente indicar a natureza da resposta Puritana a tal acusação. Eles asseguravam que o único fundamento sobre o qual a salvação de pecadores depende é a verdade concernente à pessoa e obra de Jesus Cristo (I Coríntios 3.11). Contudo há também um número de outras verdades explicitamente reveladas nas Escrituras as quais não podem ser classificadas estritamente como “necessárias à salvação”, pois um homem pode não compreendê-las ou se equivocar a respeito delas e ainda assim ser salvo. “Não tenho dúvida que muitos dos pais da Igreja Grega” afirma Cartwright, “os quais foram grandes patronos do livre-arbítrio (pelo menos até onde vão suas palavras) são salvos, mantendo-se firmes no fundamento da fé o qual é Cristo”.[7] Whitgift luta para evitar isto (repreendendo Cartwright por “falar tão perigosamente”) porque o argumento de Cartwright derruba sua premissa de que as Escrituras somente falam claramente naquilo que é “necessário para salvação”. Como um ortodoxo protestante Elizabetano ele tem que concordar que as Escrituras são decisivamente contra o livre-arbítrio. Assim sendo, se Cartwright está certo, a Bíblia fala autoritativamente sobre uma questão “não-essencial” – não essencial, isto é, de acordo com a definição de Whitgift, explicitamente, não necessária para a salvação. Whitgift não pode aceitar esta conclusão e, ao invés disso, responde que se uma pessoa morre sustentando o livre-arbítrio ela não pode ser salva.
Para os
Puritanos, Whitgift estava tentando manter uma distinção que não poderia ser
mantida. Os Puritanos consideraram o hábito de seus oponentes de discriminar
entre essenciais e não-essenciais um procedimento perigoso. Perigoso, não porque
pretendiam exaltar Cristo e o Evangelho ao seu lugar supremo, mas por enfatizar
que o Novo Testamento não oferece segurança àqueles que reconhecidamente
negligenciam ao menor dos mandamentos de Cristo. Samuel Rutherford
diz:
“Nós frisamos a imutabilidade das leis de Cristo, tanto nas questões menores como nas maiores, posto que são os mandamentos de Cristo, o maior ou o menor, com respeito ao assunto intrínseco, tal como o uso de água no batismo, ou batizar é menos importante do que pregar a Cristo, e crer nele (I Coríntios 1.17). Contudo eles são ambos importantes, no que tange a autoridade de Cristo o Comandante (Mateus 28.18,19). E é muita ousadia alterar qualquer mandamento de Cristo, por menor que seja a questão, pois se ele reside na nossa consciência não pode ser de maior ou menor importância... mas por nos prender à autoridade do doador da Lei: assim, a autoridade de Deus é a mesma quando diz: Não adorarás falsos deuses, e quando diz, não acrescentarás de ti mesmo nem um anel ou pino à arca, tabernáculo, templo, sim, pois violar um desses mandamentos, posto que dos menores, e assim ensinar aos homens, faz da pessoa a menor no reino dos céus (Mateus 5.18)”.[8]
É verdade
que uma pessoa salva pela graça pode, através de circunstâncias e ensinamento
errado, não ser capaz de ver tudo o que as Escrituras requerem relativamente à
Igreja; os Puritanos nunca consideraram pontos de vista corretos sobre a
constituição da Igreja como se fossem um teste da graça salvadora. Mas o seu
reconhecimento de que nem todas as verdades reveladas são verdades fundamentais
sem as quais ninguém é salvo, não significa, como aponta Henry Barrow, que seja
permitido fazer “algumas doutrinas e algumas partes do Testamento de Cristo
fundamentais e substanciais, outras acidentais e como tal podendo ser alterados
ou violadas sem prejuízo ou dano para a alma”.[9] O fato de que uma pessoa possa
ser incompleta em conhecimento e prática, e ainda assim ser salva por permanecer
no fundamento que é Cristo, não dá permissão para dividir as Escrituras em
essenciais e não-essenciais – pondo as regras concernentes à igreja visível na
segunda categoria e assim podendo ser deixadas de lado. John Robinson, o pastor
da Pilgrim Fathers, faz a seguinte observação a respeito das verdades
essenciais:
“Por mais que reconheça a diferenciação de verdades, e que algumas são mais e outras menos importantes, desejo maior consciência na aplicação dessa distinção. Pois embora os ministros e o povo na Igreja Inglesa estejam sujeitos à obediência ao Novo Testamento por leis civis e eclesiásticas, isto se torna um anestésico para toda aflição pois crêem ter a substância do Evangelho, a doutrina da fé, todas as verdades fundamentais e tudo o mais que é necessário para a salvação. Na defesa de que (como é feito) há três perversidades:
1º) “Por isto os homens não apenas se empenham, quando muito, em curar Babel (isto é, a igreja estabelecida), mas até mesmo em fazer Babel crer que ela nem necessita ser curada: as suas feridas não são nem mortais nem perigosas”.
2º) “Isto tende a aviltar e tornar de pouco impulso ou importância muitas das verdades e ordenanças do Senhor”.
3º) “A alegação feita pelos ministros, de que eles detêm e desfrutam todas as verdades fundamentais, e tudo o mais necessário para a salvação, considerando sua finalidade, isto é, a suspensão por parte do povo do esforço para obediência e confissão da vontade de Deus e ordenanças de Cristo, são ambas danosas ao crescimento e obediência do povo de Deus”.
“...Ela
insinua que é suficiente ao homem servir a Deus até o ponto de obter salvação,
mesmo com desobediência de grande parte da revelada vontade de Deus: levando o
povo a servi-Lo apenas, ou principalmente por uma paga ou retribuição, como
fazem os hipócritas. Como se uma criança fosse ensinada a honrar e agradar seu
pai até ponto de obter sua herança, mas não ao ponto de se, preocupar em dar a
ele qualquer honra ou serviço posterior”.[10]
Foi uma deturpação da posição Puritana o que fez Whitgift ao afirmar que Cartwright considerava “governo externo mais precioso do que as doutrinas da fé”.[11] A história do evangelismo Puritano Elizabetano fez tal acusação ridícula. O que os Puritanos disseram foi que a ordem correta da Igreja não pode ser desconectada do Evangelho: “Deus não apenas ordenou que a Palavra fosse pregada, mas também determinou em que ordem e por quem ela seria pregada”.[12] Eles estavam convencidos de que quando a ordem de Deus é violada o Evangelho em si mesmo será brevemente pervertido. Portanto Tyndale afirma que foi quando os bispos e a hierarquia se levantaram na Igreja que " o arado se enviesou; a Escritura se tornou obscura; Cristo não mais era percebido”.[13] Por outro lado, foi quando a Igreja se manteve próxima à Palavra, que o Evangelho brilhou em sua pureza e poder. Rutherford, fazendo uma retrospectiva em setenta anos de luta para assegurar uma melhor ordem na igreja visível, não hesitou em escrever, em 1646: “Considerem se milhares a mais não teriam sido convertidos se o governo de Cristo tivesse sido estabelecido como o Sr. Cartwright, Sr. Udal, Sr. Deering, e os mais santos suplicaram ao Parlamento”.[14]
postado por: miguel silva (leo_miguelsilva@hotmail.com)
terça-feira, 10 de julho de 2012
As Escrituras e “As Questões Indiferentes” (parte 1)
![]() |
Um
Problema Central na Controvérsia Puritana
por
Ian Murray
Em 1522
na Manor House de Sodbury, em Gloucestershire, William Tyndale estabeleceu o
princípio fundamental do Protestantismo Inglês quando confrontou os
eclesiásticos que se reuniram ao redor da mesa de jantar de Sir John Walsh com
aquilo que John Foxe chama de “A Escritura Aberta e Manifesta”. Quatro anos
depois o mesmo princípio passou a ser aplicado para impregnar ou levedar a nação
inteira com a chegada secreta dos primeiros exemplares do Novo Testamento
impressos em Inglês, vindos de Flanders. Seu tradutor, Tyndale, já então um
exilado procurado pela lei, justificou sua ação ilegal nos seguintes termos:
“Percebi por experiência própria que é impossível firmar as pessoas leigas em
qualquer verdade, a menos que pelas Escrituras claramente abertas aos seus olhos
(...). Deus estabeleceu uma regra nas Escrituras, sem a qual nada se pode fazer,
nem mesmo mover um fio de cabelo, sem ser abominável aos olhos de
Deus.”[1]
Pagando o
alto preço de grande sofrimento o Protestantismo se estabeleceu na Grã Bretanha
país, não devido a grandes estatísticas ao conhecimento de seus aderentes, mas
porque através das Escrituras rios de vida espiritual fluíram, de modo que ao
invés dos ensinamentos e tradições de uma igreja corrupta, homens e mulheres
estavam ouvindo as palavras do Deus vivo. Quando um amigo de Tyndale, John
Rogers, foi julgado e condenado ao martírio, um dos seus juizes católicos
declarou: “você nada pode provar pelas Escrituras: As Escrituras estão mortas e
requerem eloquência de exposição”. Ao que Rogers exclamou: “Não, não, as
Escrituras estão vivas”.
É esta
convicção que explica porque os cristãos nos começos da Reforma agüentaram
perseguições e persistiram tanto em traduzir e divulgar a Bíblia: Eles sabiam
que só nelas estão as palavras da vida eterna e que o homem só pode viver na
medida em que recebe cada palavra que procede da boca de Deus.
As
Escrituras são a voz de Deus, e se somos ou não o objeto das bênçãos ou
maldições de Deus pode ser experimentalmente determinado ao verificarmos se nós
obedecemos e reverenciamos o que está escrito nas Escrituras ou não. Estar sem
as Escrituras é estar sem Deus e sem esperança no mundo. Além disto, as
Escrituras são o único e infalível registro que temos da vontade de Cristo.
Antes da Reforma os ingleses não tinham qualquer meio de afirmar se algo teria
ou não a aprovação de Cristo, porque, como escreveu John Hooper em 1547, “ele
que havia buscado em todas as igrejas da Inglaterra antes dos dezesseis anos,
não teria encontrado uma única Bíblia.” Foi somente quando as Escrituras foram
re-abertas que o Anti-Cristo, o qual havia até então se mantido sob o disfarce
do “o melhor cristão”, foi descoberto em possessão da Igreja. E quando esta
Igreja apóstata mostrou sua ira contra seus assim chamados Reformadores, aqueles
que sofreram pela sua fé nas Escrituras não tiveram dúvida de que estavam dando
as suas vidas pela causa do Senhor Jesus Cristo.
A questão
da autoridade da Bíblia levantada no começo da Reforma Inglesa não estava firme
de imediato. Nem quando havia apenas uma aceitação formal do Protestantismo, no
reinado de Eduardo VI (1547-1553), nem estava firme depois do terror de Maria a
“Sanguinária”, pelo Ato de Uniformidade de Elizabeth em 1559. Mais
apropriadamente, o reinado de Elizabeth presenciou o emergir do movimento
Puritano dentro do Protestantismo, e a força motriz desse movimento era a
convicção de que a completa autoridade da Palavra de Deus ainda não havia sido
aceita pela Igreja Inglesa.
A luta
que se seguiu nos próximos cem anos não foi uma simples tentativa Puritana para
assegurar alterações em vestimentas clericais, ou cerimônias religiosas ou
aspectos externos da ordem da igreja, mas foi muito além disso. Os Puritanos
reivindicaram que as Escrituras não são apenas a completa revelação do Evangelho
de Cristo mas que elas contém todas as informações necessárias para o governo e
adoração em Sua Igreja. Eles acreditavam que esse era um princípio fundamental:
assim como nenhum ensinamento espiritual pode ser aceito a menos que seja
encontrado nas Escrituras, também nenhum significado espiritual pode ser
adicionado à Igreja além daquele que está autorizado pela Palavra Escrita. Este
princípio – O Princípio Regulador das Escrituras, como foi chamado
posteriormente – ele assegurava estar preso ao ensinamento contido na Bíblia a
respeito de sua própria autoridade. Com base nesse princípio, eles estabeleceram
sua política de Reforma da igreja em duas proposições principais:
•
Qualquer coisa introduzida na Igreja sem sanção escriturística é
ilegal.
• A forma
da Igreja visível no Novo Testamento está permanentemente ligada a todas as
gerações de cristãos.
Contra
essas proposições os defensores da Igreja Elizabetana, notavelmente John
Whitgift (c. 1530-1604) e Richard Hooker (c. 1554-1600), formularam duas
contra-proposições:
• Eles
alegavam que os Puritanos havia entendido mal a intenção das Escrituras: a
Bíblia faz obrigatórios todos os aspectos relacionados à salvação, enquanto
permite liberdade à Igreja para introduzir “coisas indiferentes” (ADIAPHORA é o
termo técnico), isto é, coisas não proibidas pelas Escrituras e que a prudência
cristã entenda como benéfico ao governo e à adoração da Igreja, em certas
circunstâncias.
• Eles
negavam que o padrão da Igreja do Novo Testamento fosse permanentemente
obrigatório posto que a informação dada pelas Escrituras nesse assunto não é
suficiente, como os Puritanos reivindicavam, mas incompleta e não decisiva,
sugerindo que Cristo não intencionou que qualquer forma de governo na Igreja
fosse de autoridade Divina.
OBSERVAÇÕES PRELIMINARES
Antes de
voltarmos nossa atenção para o que está envolvido nessas conflitantes afirmações
farei alguns comentários preliminares:
1. O
ensino Puritano do Princípio Regulador das Escrituras, na Inglaterra, é quase
tão obsoleto quanto o ensino de que o planeta Terra é achatado. Desde os últimos
quarenta anos do século XVII quando a idéia de governo da Igreja por “direito
divino” foi rejeitado com desdém, desprezada e excluída de julgamento,
evangélicos e não evangélicos concordavam em considerar a posição Puritana como
simplória e intangível. As únicas pessoas que o recente Relatório
Metodista-Anglicano relacionou como os que apoiam a idéia de que “A Igreja só
pode fazer aquilo que está explicitamente afirmado e comandado pelas Sagradas
Escrituras” são os Radicais da Reforma, Anabatistas e Puritanos do século XVII.
[2] Tudo o que precisamos dizer aqui, a respeito dessa atitude, é que ela não se
baseia em qualquer refutação da posição Puritana. O que John Owen escreveu a
Samuel Parker em 1669 continua verdadeiro. Parker, um firme defensor do Ato de
Uniformidade de 1662, atacou o Princípio Regulador como “o alicerce de todo
Puritanismo”, mas em resposta a seus argumentos, Owen declarou que Parker “não
utilizou nenhum artifício que já não tenha sido utilizado mais de uma centena de
vezes contra essa questão, todos mal secedidos”. Owen cita o argumento principal
de Parker: “Aquilo que as Escrituras não proíbem, elas permitem; e o que
permitem não é ilegal; e o que não é ilegal pode ser feito legalmente. Essa
mentira, eu confesso, tem-nos sido dita muitas e muitas vezes” diz Owen, “mas
ela já foi tantas vezes respondida que, por uma simples questão de raciocínio,
pode se ver que é no seu todo, capciosa e sofismática”.[3] Mesmo depois de três
séculos de retórica, se a questão do Culto Puritano na Igreja fosse reaberta,
encontraríamos justificativa para a abordagem de Owen.
2. À
primeira vista, pode parecer que o ensino Puritano nessa questão não tem
relevância quanto a nossa situação contemporânea. Alguém poderia afirmar, “Qual
o sentido de discutirmos a extensão da autoridade das Escrituras quando o que
está sendo realmente questionado hoje é se a Bíblia tem qualquer autoridade
afinal?”. A resposta Puritana a essa questão seria, que a abordagem sugere
implicitamente o homem como centro: a rejeição da inerrância da Bíblia pelo
mundo moderno é um problema para os evangélicos, mas há um problema mais
profundo, isto é, “porque os favores de Deus já não se manifestam mais em nossas
igrejas?”. À luz dessa questão não será irrelevante perguntar: “Até que ponto
queria Deus que Sua Palavra fosse nossa única guia e regra? Estariam as
Escrituras regulando a vida de nossas Igrejas, hoje, na amplitude almejada por
Cristo?”. Não é impossível que nós estejamos tão preocupados em defender as
Escrituras que não estejamos tendo suficientemente temor quanto à nossa própria
falha na obediência da Palavra. A primeira dedução Puritana, partindo da sua
crença de que as Escrituras são a voz de Deus, era que cada um é pessoalmente
responsável ante Deus com respeito a tudo aquilo contido em Sua Palavra.
“Enquanto temos a Palavra de Cristo para as coisas que devemos fazer ou recusar
a fazer”, diz Henry Barrow, “não precisamos temer as ameaças de homens vãos e
orgulhos; nem estarmos impressionados ante títulos e nomes de igrejas,
sacramentos, etc. pois uma coisa é certa, não há igreja que possa nos desculpar
pela quebra da Lei de Deus perante o grande Juiz”.[4] Nós não resgataremos o
sentido dessa citação até reexaminarmos nossa visão geral das Escrituras. Um
estudo renovado do Princípio Regulador no tempo atual não seria uma excursão
teológica embolorada e azeda com problemas de uma era passada; na realidade,
isto nos levaria a um confronto com o teste que a nossa cristandade moderna
necessita, e levaria nossas mentes adiante, até aquele dia em que todos os atos
praticados, através do nosso corpo, serão julgados pela regra ditada nas
Escrituras: “A nossa total pregação deve passar pela prova das Escrituras” diz
Thomas Brooks, “ou nós e nossos atos devemos ser queimados juntos”. Os Puritanos
nos mostram quão grande responsabilidade pessoal deve se seguir e advir da
convicção na infalibilidade das Escrituras.
3. Outra
razão pela qual esse assunto é relevante para nós é que nos força a considerar a
linha divisória entre uma prática legal de expediência e um compromisso com o
pecado; ou seja, qual é o ponto onde as Escrituras deixam de ser nosso único
guia e passamos a definir novas formas e métodos, de acordo com as
circunstâncias em que nos achamos? Estamos entrando numa era em que as tradições
das igrejas estão sucumbindo, e experiências estão, cada dia mais, sendo
praticados no evangelismo, na adoração e nas formas de governo das
igrejas.
Novas
experiências em música, drama religioso, técnicas audio-visuais, têm sido
praticadas e algumas igrejas têm chegado ao ponto de substituir o sermão de
domingo por filmes. A questão fundamental é, ATÉ QUE PONTO AS ESCRITURAS
PERMITEM TAIS COISAS? Não há desacordo quando ao fato de que o exercício da
prudência, sabedoria e bom senso são responsabilidades dos cristãos; o desacordo
entre nós e os Puritanos é que temos agido como se houvesse uma ampla área na
prática da Igreja que está fora do escopo do Novo Testamento. Eles traçaram a
linha divisória entre expediência legítima e desobediência em um ponto diferente
daquele em que nós traçamos. Como evangélicos temos sido inclinados a crer que
onde quer que nossas falhas estejam, elas não estão em desobediência às
Escrituras. Mas se o ensinamento Puritano do Princípio Regulador estiver
correto, isto porá a nossa conduta em um outro foco.
postado por:miguel silva (leo_miguelsilva@hotmail.com) |
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