quinta-feira, 22 de julho de 2010

Tribos evangélicas

Minha preocupação é chamar a atenção para uma das grandes tragédias da cristandade contemporânea, que é especialmente visível no meio de todos nós que somos chamados (e, na verdade, é como nós nos chamamos) de cristãos evangélicos. Numa única palavra, essa tragédia chama-se “Divisões”. Essa palavra tornou-se tão comum em nosso meio que já faz parte de nosso cotidiano.

Quando se abre uma paróquia coloca-se em pauta as divisões futura que virão a ocorre em nosso meio. Mais eu usarei a palavra (tribos evangélicas) neste texto. Ela tem mais a ver com o assunto que tratarei, e talvez chame mais a atenção dos leitores da pena afiada.

Hoje em dia as pessoas falam nas múltiplas “tribos do evangélicalismo”- e ainda fazem questão de acrescentar a palavra “evangélico” como uma qualificação especifica. As tribos são bastante amplas: conservadores, liberais, radicais, abertos, bitolados, reformados, carismáticos, pentecostais, neo-pentecotais, neo-prebiterianos, calvinistas, arminianos, neo-calvisnitas, místicos etc. Como se não bastasse inda foram capazes de criar os títulos, que são um anelo desses que criam as tribos. Como por exemplo: apóstolos patriarcas, pai – apóstolos (as), bispos (as), profetas, reverendos, pastoras etc. Notamos um grande “cardápio”. Esse fenômeno não é algo novo, sempre esteve presente na história do cristianismo.

Paulo em Corinto tratava dessa questão de formação de tribos dentro do seio da igreja: Quero dizer com isto, que cada um de vós diz: Eu sou de Paulo, e eu de Apolo, e eu de Cefas, e eu de Cristo” (I Cor 1.12) Quando lemos a carta de Paulo à igreja de coríntio, notamos que Paulo está bastante preocupado com essa novidade que tinha surgido na igreja. A questão é que os próprios coríntios haviam criado tribos dentro da igreja e ainda relacionava essas tribos a pessoas específicas. As pessoas que tiveram seus nomes identificados com tais tribos (Paulo,Apolo, e Pedro) repudiavam a existência delas, pois traziam contendas. Na verdade, nenhum desses líderes foram a Corinto para estabelecer grupos, contudo, haviam incontáveis divisões dentro da igreja . Além dos conflitos geográficos e linguistas, disputas dentro da igreja sempre foi a causa de grandes preocupações dentro da cristandade. Segundo João Calvino: ”Onde divisões religiosas são bastante, não tarda a acontecer o que esta na mente das pessoas, e logo estoura em conflito real”.

Talvez ocorra uma confusão de não sabermos como devemos nos chamar, como a Bíblia nos denomina, que nome ela nos dá?

Em Atos 11.26 diz: “E sucedeu que todo um ano se reuniram naquela igreja, e ensinaram muita gente; e em Antioquia foram os discípulos, pela primeira vez, chamados cristãos.”

É certo que se os autores dessas tribos tivessem aplicado esse versículo nas suas vidas, não existiriam os partidos, as divisões de ideias que vemos hoje na igreja de Cristo.

(Caso você queira sabe mais sobre unidade, leia meu outro texto sobre unidade e diversidade)

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postado por :miguel silva