quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Deus Ama Todo o Mundo?


Rev. Derek Dunn, no Ballymena Times (15 February, 2006), repetiu o mito que Deus ama todo o mundo. Deus ama o mundo, mas na Escritura isso raramente significa toda a raça humana
(João 7:4; 12:19; Atos 17:6; 1Co. 11:32).

No Antigo Testamento, Deus amava somente a nação de Israel (Dt. 7:7), mas mesmo então nem todo israelita, pois "nem todos os que são de Israel são israelitas" (Rm. 9:6). No Novo Testamento Deus ama pecadores de todas as nações, por conseguinte o termo "mundo." O que é geralmente negado é que Deus odeia alguns pecadores, tanto eles como os seus pecados. Por exemplo, Deus odiou Esaú (Rm. 9:13) e ele "odeia a todos os que praticam a maldade" (Sl. 5:5).

Cristo veio para salvar somente aqueles a quem Deus ama, não Judas, Herodes, Pilatos ou outros "cujos nomes não estão escritos no livro da vida, desde a fundação do mundo" (Ap. 17:8). Antes, Cristo veio para salvar aqueles que o Pai tinha lhe dado (João 6:37-39; 17:2). Cristo, "como havia amado os seus, que estavam no mundo, amou-os até o fim" (João 13:1), não a todos no mundo. Em Cristo, pecadores eleitos são amados (Ef. 1:4-6), mas fora de Cristo, pecadores são odiados por Deus, pois Deus "não tem prazer na iniqüidade" (Sl. 5:4), mas "ama a justiça" (Sl. 11:7). Cristo em amor morreu por suas amadas ovelhas, mas não morreu nem orou pelos bodes (João 10:26-27; 17:9).

O amor de Deus é eficaz. Ele salva de fato os objetos de seu amor. Deus busca aqueles a quem ama, e faz com que os recipientes desse amor O amem (1 João 4:19). Visto que Deus não é obrigado a amar ninguém, mas escolhe livremente a quem amará, o homem não pode se queixar (Rm. 9:13-20). Ensinar que Deus ama todo o mundo (mesmo aqueles que terminam no inferno) é roubar o filho de Deus do conforto e é "encorajar os ímpios a não se desviarem dos seus maus caminhos para salvarem a sua vida" (Ez. 13:22, NVI).

Alguns podem perguntar: se Deus não ama todo o mundo, por que a Bíblia usa linguagem universal, tais como o Senhor não "quer que nenhum pereça" (2 Pedro 3:9, RA) ou "todo aquele que invocar o nome do SENHOR será salvo" (Rm. 10:13). Tais objeções desconsideram o contexto e mostram ignorância da linguagem. Freqüentemente usamos linguagem universal. Quando o professor pergunta, "Todo o mundo tem uma caneta?", ele quer dizer apenas a sua classe. Quando um pai diz, "Todo o mundo entre no carro!", ele refere-se somente à sua família.
Considere Mateus 10:22 ("odiados de todos sereis"), João 3:26 ("e todos vão ter com ele"), Atos 19:19 ("trouxeram os seus livros, e os queimaram na presença de todos") e Romanos 16:19 ("quanto à vossa obediência, é ela conhecida de todos"). Nessas passagens, "todos" não pode ser tomado como significando a raça humana inteira. Similarmente, "todo o que" significa "todos aqueles que …" Não significa todo o mundo. "Todo o que nele crê" (João 3:16, RA) significa todos aqueles que crêem, ou "todos os crentes."

2 Pedro 3:9 foi escrito como uma resposta a escarnecedores e para dar conforto com respeito à demora percebida do retorno de Cristo. O Senhor não tinha retornado, pois Deus é longânimo para "conosco". Deus não é longânimo para com todo o mundo. Deus não quer que seu povo ("nós," no "conosco") pereça, e visto que a "longanimidade de Deus é salvação" (2 Pedro 3:15, KJV),[1] todos aqueles a quem Deus é longânimo serão salvos.
Similarmente, "todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo" (Rm. 10:13) não significa que todo o mundo pode ou invocará o nome do Senhor. A Palavra de Deus ensina que os pecadores odeiam a Deus (Rm. 8:7) e não invocarão o seu nome.

Isaías lamenta que "ninguém há que invoque o teu [i.e., de Deus] nome" (Is. 64:7) e Paulo escreve: "não há ninguém que busque a Deus" (Rm. 3:11). O fato de alguns invocarem a Deus é obra do Espírito de Deus, que graciosamente dá fé e arrependimento a alguns (Atos 11:18; Ef. 2:8; Fp. 1:29), mas cega e endurece a outros (Js. 11:20; Mt. 11:25; João 12:40; Rm. 9:18).

terça-feira, 11 de agosto de 2009


Edward Irving: Precursor do Movimento Carismático na Igreja Reformada:

Num dia frio de dezembro do longínquo ano de 1834, uma multidão testemunhou o sepultamento de um pastor ainda jovem na cripta da imponente Catedral de Glasgow. O sermão proferido naquela ocasião foi inspirado nas palavras de Davi em 2 Samuel 3.38: Não sabeis que hoje caiu em Israel um príncipe e um grande homem?
Falecido prematuramente aos 42 anos de idade, Edward Irving, um ministro da Igreja da Escócia (Presbiteriana), foi uma das mais célebres e controvertidas personalidades religiosas do século XIX. Pregador eloqüente e imensamente popular, pastor devotado e amado pelo seu rebanho, homem de profunda piedade cristã, ele veio a envolver-se em controvérsias teológicas que acarretaram a sua deposição do ministério presbiteriano e a subseqüente formação de uma nova confissão religiosa, a Igreja Católica Apostólica.
Com o passar do tempo, aquele que despertara tantas paixões foi sendo gradativamente esquecido ou então lembrado apenas como um fanático, herege ou exibicionista. Em décadas recentes, todavia, tem ocorrido no mundo anglo-saxão uma redescoberta de Irving e um novo interesse pela sua vida e obra. Não só tem ele recebido atenção como um importante precursor do moderno movimento carismático, como um número crescente de estudiosos têm entendido que Edward Irving foi um teólogo consistente e profundo.
O objetivo deste ensaio é proporcionar uma visão introdutória da vida e realizações deste líder cristão, destacar alguns elementos básicos da sua reflexão teológica e fazer uma rápida avaliação crítica de suas idéias e posicionamentos.
Síntese Biográfica
Muitas biografias de Edward Irving têm sido escritas ao longo dos anos.(1) Em resumo, Irving nasceu no dia 14 de agosto de 1792 na pequena cidade de Annan, na Escócia, sendo o seu pai um humilde curtidor. Ainda menino, foi aluno de Adam Hope, um professor conceituado e piedoso que alguns anos mais tarde também seria mestre de Thomas Carlyle, o futuro literato.
Em virtude do alto valor atribuído à educação na cultura presbiteriana escocesa, aos 13 anos Irving foi estudar na Universidade de Edimburgo, onde se destacou nos clássicos e na matemática. Nessa época, iniciou também os seus estudos teológicos, que tiveram prosseguimento após a sua formatura, enquanto trabalhava como professor. Estes estudos eventualmente o levaram a decidir-se pelo ministério sagrado.
Após uma série de desapontamentos, Irving foi convidado pelo ilustre Rev. Thomas Chalmers para ajudá-lo no seu trabalho ministerial em Glasgow. Chalmers (1780-1847), provavelmente o maior líder evangélico escocês em todo o século XIX, ouvira Irving pregar e ficara impressionado com as suas qualidades. Em outubro de 1819 Irving passou a assisti-lo na sua grande obra social e religiosa junto à população carente daquela cidade.
Em julho de 1822, Irving, então com 30 anos, foi convidado para pastorear uma pequena congregação da Igreja da Escócia em Londres, a Caledonian Chapel. No início do ano seguinte, as multidões que se reuniam para ouvi-lo eram tão numerosas que eventualmente um novo templo precisou ser construído, a majestosa catedral de Regent Square. Em 1827, quando o novo santuário foi inaugurado, cerca de mil pessoas freqüentavam os cultos regularmente, fazendo dela a maior igreja da capital inglesa. Nesse ínterim, em outubro de 1823, Irving havia contraído núpcias com Isabella Martin, com a qual teve sete filhos, quatro dos quais morreram na infância.
As razões da grande celebridade de Irving foram várias, a começar pelos seus extraordinários dotes de oratória, voz possante e bem treinada, aparência física atraente e personalidade fascinante. Acima de tudo, porém, era a sua mensagem o maior atrativo para as multidões que buscavam ouvi-lo a cada semana — seu zelo ardente pelo evangelho de Cristo, sua denúncia intransigente do materialismo e da fria respeitabilidade da sociedade contemporânea. No dizer de um estudioso, "nenhum ídolo e nenhum pecado escapavam do açoite profético de suas denúncias abrasadoras."(2)
Por outro lado, é de se destacar que, mesmo no auge da sua popularidade, Irving também pregava regular e sistematicamente sobre questões doutrinárias, como foi o caso de uma série de mensagens sobre a Trindade, no final de 1825. O fato é que, por alguns anos, a alta sociedade londrina acorreu para ouvi-lo, inclusive distintas personalidades do mundo político e intelectual, como Canning, Lord Liverpool, Bentham e Coleridge. Embora os seus sermões se estendessem em média por duas horas, era preciso reservar lugares com muitos dias de antecedência.
A partir de 1825, Irving começou uma longa associação com um grupo de amigos que se reuniam na casa do banqueiro Henry Drummond, em Albury Park, para o estudo de escatologia. Dada a condição da igreja e do país, a firme convicção de Irving de que a volta de Cristo era iminente levou-o com seus companheiros de Albury e um pequeno grupo da igreja a "buscarem o Senhor", pedindo um derramamento do Espírito Santo.
No final de 1827 começaram os problemas de Irving, quando o Rev. Henry Cole, um ministro anglicano, o acusou publicamente de heresia perniciosa. Por dois anos Irving vinha expondo a sua opinião de que Cristo havia assumido uma natureza humana decaída, corruptível. Em novembro de 1830 o Presbitério de Londres declarou Irving culpado de heresia. No entanto, os oficiais da sua igreja lhe deram respaldo e ele pode continuar o seu ministério sem impedimento.
Enquanto isto, no início de 1830 haviam ocorrido manifestações carismáticas na Escócia e, no final de 1831, surgiram ocorrências de línguas e profecias nos cultos de Regent Square. Irving, crendo serem tais manifestações a operação dos dons do Espírito Santo, recusou-se a proibi-las. Em março de 1832, o Conselho que antes o apoiara denunciou-o perante o presbitério por transgredir a norma de que somente pessoas ordenadas ou nomeadas pela Igreja da Escócia podiam dirigir o culto público.
Poucas semanas mais tarde Irving viu-se afastado do pastorado de Regent Square. O grupo que o acompanhou, mais de 600 pessoas, eventualmente deu origem a uma nova denominação, a Igreja Católica Apostólica, que não foi fundada por Irving, embora certamente tenha recebido a sua influência. Irving não chegou a ocupar nenhum lugar de destaque na nova entidade, caracterizada por uma eclesiologia desenvolvida e uma liturgia altamente elaborada, além da sua ênfase carismática.(3)
No mesmo ano, a Assembléia Geral da Igreja da Escócia instruiu o Presbitério de Annan, o concílio que ordenara Irving, a julgá-lo pelo ensino concernente à natureza humana de Cristo. No dia 13 de março de 1833 ele foi deposto do ministério. Em 7 de dezembro do ano seguinte Edward Irving veio a falecer em Glasgow, vitimado pela tuberculose.

Reflexão Teológica
Edward Irving foi um ávido estudioso da teologia cristã, com uma predileção especial pelos Pais da igreja antiga. Os resultados da sua própria reflexão podem ser vistos nos muitos sermões que deixou e em um grande número de outros escritos. Orador e escritor extremamente prolixo, suas obras somam milhares de páginas, muitas das quais publicadas postumamente.(4)
Os principais interesses de Irving concentram-se nas áreas da cristologia, pneumatologia e escatologia, com ramificações em todas as demais áreas da teologia cristã. Nós só podemos dar aqui os contornos básicos do seu pensamento, por vezes bastante complexo.
O aspecto mais peculiar da reflexão de Irving é o seu entendimento da encarnação e de suas implicações soteriológicas.(5) Ele afirmou nos termos mais incisivos, muitas vezes chocantes, o caráter radical da humanidade de Jesus e, neste sentido, argumentou que na encarnação o Filho não assumira uma humanidade perfeita, incorruptível, mas a própria natureza humana decaída. Se Jesus nasceu na história humana de uma mãe humana, ponderou Irving, então o seu corpo necessariamente consistia de matéria que partilhava do caráter decaído do mundo. E acrescentou: "Que Cristo assumiu nossa natureza decaída é inteiramente manifesto, pois não existe outra para assumir."(6)
A preocupação principal de Irving ao adotar este ensino era soteriológica. Ele alegou que se Cristo não tivesse assumido a natureza humana a este ponto, ele não teria sido um com a humanidade e não poderia ter sido tentado; Ele também não poderia ter curado, reconciliado e redimido os seres humanos. Neste aspecto, Irving elaborou alguns pontos de doutrina que tinham se manifestado no pensamento dos antigos Pais da igreja, e que foram sintetizados na concepção segundo a qual Cristo não poderia redimir o que ele não assumiu.(7)
Paradoxalmente, Irving afirmou em termos não menos incisivos a perfeição e a plena santidade da pessoa de Jesus — como o divino Filho de Deus, a pessoa de Cristo só podia ser santa e incorruptível. E aqui nos deparamos com outro aspecto intrigante da teologia de Irving. Segundo ele, quando o Filho humilhou-se a si mesmo e se encarnou, a natureza corruptível por ele assumida foi inteiramente santificada graças à atuação do Espírito Santo.(8) Em outras palavras, Irving entendeu que a natureza humana de Cristo, embora tendo a mesma carne corruptível de sua mãe, foi preservada sem pecado e incorruptível em virtude de ter sido vivificada e habitada pelo Espírito Santo. Ele afirmou a certa altura: "Esta é a substância do nosso argumento: que a sua natureza humana [de Cristo] era santa da única maneira em que a santidade existe ou pode existir após a queda..., a saber, através da atuação interna ou dinamização do Espírito Santo."(9)
Através do estudo da pessoa de Cristo nos Evangelhos, Irving concluiu que o Filho não realizou milagres nem pregou o evangelho do reino graças à sua divindade intrínseca, mas através do poder do Espírito Santo que lhe foi conferido pelo Pai no seu batismo. E o que Cristo desfrutou, cria ele, foi prometido a toda a igreja. Esta perspectiva, aliada à sua firme convicção pré-milenista no tocante à iminente volta de Cristo, o levou a esperar o derramamento do Espírito Santo como a única maneira de repelir a maré de impiedade que inundava a sociedade da sua época, e de fazer a última colheita de almas antes do retorno do Filho do homem.(10)
As limitações do escopo deste trabalho não nos permitem analisar outros aspectos do extenso e abrangente sistema teológico desenvolvido por Irving, como, por exemplo, a complexa relação por ele traçada entre o Filho preexistente e a concepção bíblica do ser humano
Avaliação


A teologia de Edward Irving e as ações pastorais decorrentes desta teologia têm sido avaliadas diversamente pelos estudiosos atuais. Em parte, pelo fato de Irving ter sido tratado de maneira descaridosa no passado, hoje em dia há uma tendência de vê-lo por um prisma simpático e receptivo. Evidentemente, esta atitude é ainda mais explícita quando o analista é filiado ao movimento pentecostal ou carismático. É o caso, por exemplo, de David Allen (citado anteriormente), professor de um seminário da Assembléia de Deus na Inglaterra; Larry Christenson, conhecido luterano carismático dos Estados Unidos;(12) e particularmente, C. Gordon Strachan, um pastor carismático da Igreja da Escócia.(13)
No aspecto positivo, é inegável que a ênfase dada por Irving à humanidade de Jesus Cristo, bem como à centralidade da atuação do Espírito Santo na sua pessoa e ministério, é algo salutar e necessário para a igreja de todos os tempos. David Dorries argumenta que tanto os pentecostais clássicos quanto os carismáticos ou neopentecostais teriam muito a beneficiar-se com a forma de "pentecostalismo" radicalmente cristocêntrico proposto por Irving.(14)
Uma importante contribuição prática de Irving está na sua ousadia em denunciar o materialismo e as filosofias ímpias do seu tempo. Porque ele pregava um Cristo radicalmente humano e comprometido com aqueles a quem veio salvar, Irving entendia que a função da igreja não era apoiar o status quo ou transigir com os valores contemporâneos. De igual modo, tanto individual quanto coletivamente, a capacitação e unção do Espírito foi vista por ele como a resposta à debilidade crônica da igreja e à sua influência cada vez menor na sociedade.
Estas são afirmações com as quais podemos concordar. O problema está na premissa básica de Irving e em algumas de suas implicações. Vale relembrá-las: ao encarnar, o Filho de Deus assumiu uma natureza humana decaída, corruptível; no entanto, esta natureza foi inteiramente santificada pelo Espírito Santo e, portanto, Cristo ficou sempre isento de pecar; o mesmo Espírito que preservou a Cristo incorruptível e o habilitou a realizar milagres e a pregar o evangelho, pode santificar os cristãos e capacitá-los através do seus dons para a obra de Deus no final dos tempos.
Alguns autores, sem negar os aspectos apreciáveis da personalidade, vida e ministério de Irving, têm questionado estes aspectos radicais e inusitados da sua teologia. Entre eles, destacamos Donald MacLeod(15) e Arnold Dallimore.(16)
As posições de Irving quanto à humanidade de Cristo têm sido objeto de várias críticas: sua linguagem é muitas vezes extremada, carente de equilíbrio e ponderação; ele parece minimizar a diferença que existe entre Cristo e os cristãos; e, acima de tudo, conflitam-se desnecessariamente com a doutrina cristã histórica. Tanto as Escrituras quanto as formulações históricas da fé cristã nada dizem sobre a suposta humanidade decaída de Cristo e a santificação da mesma pelo Espírito Santo.
MacLeod faz uma série de considerações oportunas sobre a cristologia de Irving.(17) Quando Gregório Nazianzeno afirmou que "o que não é assumido não é redimido," ele queria acentuar, ao contrário dos nestorianos, que Cristo tomou para si um pneuma (espírito) humano, aí incluídos o intelecto, a vontade e as afeições. Aliás, o próprio Irving estaria sujeito à acusação de nestorianismo ao afirmar que o que era decaído não era a pessoa de Jesus, mas somente a sua natureza humana.
Quanto à alegação de que, a menos que Cristo tivesse uma natureza humana decaída, ele não poderia ter sido semelhante a nós e não poderia ter sido tentado, o próprio Irving admitiu que havia alguma descontinuidade entre Cristo e nós, sendo ele sem pecado. A formulação bíblica e histórica permanece válida: Cristo, em sua auto-humilhação, experimentou as limitações próprias da sua humanidade (sofrimento, mortalidade, perda da comunhão com Deus na cruz). Ele nunca conheceu pecado, mas foi feito pecado por nós (2 Co 5.21; Hb 4.15; 7.26).
Com relação à sua pneumatologia, Irving causou males a si próprio e às suas ovelhas por causa de sua crença na possibilidade de novas revelações e de sua preocupação excessiva com as manifestações mais espetaculares dos dons espirituais.(18) Ironicamente, Irving nunca exerceu pessoalmente os dons de línguas, interpretação ou profecia, ainda que cresse serem os mesmos expressões legítimas da atuação do Espírito Santo na igreja. Nos seus últimos meses de vida, Irving estava convicto de que seria curado da enfermidade que o acometera; porém, a cura não veio e ele deixou de tomar precauções que talvez pudessem ter evitado a sua morte trágica e prematura.
Todavia, mesmo os críticos mais rigorosos reconhecem a grande sinceridade e autenticidade de Irving e a sua plena consagração a Cristo. Num célebre sermão missionário que pregou, ele proferiu as palavras que se encontram nas páginas de abertura de algumas de suas biografias: "Um homem com um só pensamento — o evangelho de Cristo; um homem com um só propósito — a glória de Deus; contente em ser considerado um louco — por Cristo".
Como um orador e escritor apaixonado e polêmico, Irving foi e continua sendo objeto de críticas as mais variadas.(19) Diversos autores, mesmo simpatizantes, têm deplorado atitudes de Irving como o seu exagerado pessimismo pré-milenista, seu gosto por novidades, sua falta de equilíbrio no trato de certas questões eclesiásticas e pastorais. A sua vida e ministério apresentam sérias advertências para todos os líderes cristãos no desempenho de suas responsabilidades
miguel silva

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Confusão Carismática!

Porque Deus não é Deus de confusão…” (1Co. 14.33)


Um dos movimentos mais confusos que veio à tona na cena religiosa deste último século foi, sem a menor sombra de dúvida, o chamado Movimento Carismático. Esse movimento perverteu muitos crentes despreparados e neófito, bem como muitos incrédulos, desencaminhando-os para doutrinas falsas, heresias e meninice. Leitores, considere comigo 10 razões pelas quais você deve rejeitar o Movimento Carismático:

1. A Bíblia não é a Autoridade Final no Movimento Carismático!

Os carismáticos ignoram sistematicamente a Autoridade e Doutrinas Bíblicas, demonstrando claramente esse desprezo usando fora do contexto, o verso que diz (se referindo à lei) que a “…letra mata…” (2 Co. 3:6). A Bíblia, todavia, diz em outro trecho: “Toda a Escritura é divinamente inspirada, e proveitosa para ensinar…” (2 Tm 3.16). Outra prova disso é a pesada influência do movimento carismático ao apoio das versões modernas da Bíblia. O líder da renovação carismática, que dividiu os Baptistas na década de 60, Enéas Tognini, apesar de alegar vários dons do Espírito Santo, parece que não consegue saber o mais básico assunto da vida cristã que é justamente onde está a Palavra de Deus, já que ele usa e defende a maior e a mais clara FALSIFICAÇÃO da Bíblia em português que é a Bíblia na Linguagem de Hoje!

2. O Movimento Carismático enfatiza O Espírito Santo

Enquanto a Bíblia diz que o Espírito Santo glorifica a Jesus Cristo! A Bíblia diz: “ Ele me glorificará…” (Jo. 16.14)

3. O Movimento Carismático acomoda o mundo com sua música Rock, danças, vestes imodestas, celebridades e shows.





A Bíblia diz: “… qualquer que quiser ser amigo do mundo constitui-se inimigo de Deus.” (Tg. 4.4)









4. O Movimento Carismático promove o ecumenismo!





Nenhum outro movimento evangélico foi tão bem sucedido em promover o ecumenismo como o movimento carismático. Bíblia diz: “…saí do meio deles, e apartai-vos, diz o Senhor…” (2 Co. 6.17). E ainda mais: “…Sai dela, povo meu, para que não sejas participantes dos seus pecados…” (Ap. 18.4 ).

5. O Movimento Carismático é orientado para a EXPERIÊNCIA!

O abuso escandaloso em círculos carismático chegou ao ponto ridículo de se imitar vozes de animais (galinhas, cobras etc...) semelhante aos cultos demoníacos, nos quais as pessoas são possessas e se contorcem no chão em poses indecentes! Isso ocorre em muitas igrejas carismáticas sem a menor refutação por parte dos membros nem líderes que são os maiores culpados dessa blasfémia e querem que os outros acreditem que esse show deprimente e tenebroso vem de Deus. A Bíblia diz a respeito de muitos que eram cheios de experiências espirituais e dons: “…Nunca vos conheci; apartai-vos de mim, vós que praticais a iniquidade.” (Mt. 7.21). Que tragédia!

Vejamos como essas experiências foram sempre a ênfase na história do movimento: O pentecostalismo teve 3 ondas (até agora), cada uma delas se distanciando mais da verdade:

1. A 1ª onda --> Pentecostalismo denominacional, iniciada na década de 1900 entre metodistas (arminianos e não bem doutrinados), caracterizou-se pela criação de novas denominações (tais como Assembleia de Deus; Igreja Pentecostal; Evangelho Quadrangular, etc.).

2. A 2ª onda --> Renovação Carismática, inter ou adenominacional e ecumênica, iniciada na década de 1950/1960 entre católicos que alegaram “experiências”, caracterizou-se por infiltração/ tomada/ divisão de igrejas de denominações mais tradicionais (católica, presbiteriana, congregacional, etc.), que não trocavam de nome principal, mas passavam a ser conhecidas, ao menos extra-oficialmente, como “Igreja Fulano de Tal Renovada". Elas identificam-se e ecumenicamente comungam uma com todas as outras, unidas sobre a base comum das “experiências da renovação carismática”.

3. A 3a onda --> Neo-pentecostalismo, foi iniciada na década de 1960/1970 entre os pentecostais, e caracteriza-se pela teologia da prosperidade e/ou adoração da "fé positiva" e/ou por grosseiras aberrações.

Dentes de ouro;
Vómito santo;
Sopro do Espírito; (mulheres e homens misturados, uns por cima dos outros, e em poses indecentes, promíscuas e obscenas, e se estrebuchando igual aos endemoninhados...);
Capa de Elias (balançar o paletó do púlpito, fazendo vento, para os macacos de auditório ficarem caindo nos bancos...)
Gargalhada de Toronto;
Latidos santos;
Correria santa em volta do púlpito;
Água magnetizada;
Óleo de Israel;
Grupos G12;


Tudo isso são coisas vistas nas suas mega-igrejas e mega-tele-cultos (Hinn, Hagin, Macedo, Soares, Rodovalho, Milhomens, Castellano, etc.): “Faça/ dê/ use isto físico (que só nossa igreja pode lhe vender/ dar), depois exerça sua fé forte (eis aí o motor de tudo, adoremos a fé), ordene com palavra onipotente a Deus aos demónios e ao universo, e você vai instantânea e totalmente ter tudo que quiser, na área financeira, profissional, de saúde, de casamento, etc”. Observe os escândalos dos 3 "Jimmys" (Os 2 primeiros da Assembleia de Deus): Swaggart, Bakker, Jones.

6. O Movimento Carismático busca sinais como atalho para espiritualidade!

A Bíblia diz: “…tudo o que não é de fé, é pecado.” (Rm. 14.23).

7. O Movimento Carismático declara que as (suas) línguas são linguagens celestiais.

A Bíblia diz claramente que aquele fenómeno era simplesmente um dom espiritual que consistia na capacidade dada aos discípulos de falar linguagem humana existente: “Como, pois, os ouvimos cada um, na nossa própria língua em que somos nascidos?” (Act. 2.8). Note também que, no Novo Testamento, após Actos capítulo 2, aqueles discípulos, incluindo os apóstolos, não falaram mais em línguas desconhecidas! Leia todo o Novo Testamento e procure-os falando em línguas desconhecidas. Você não achará! Vejam e pasmem o que disse certa missionária em tom de sarcasmo, desabafo e rebeldia, após longamente confrontada com aconselhamento ao se desviar para a prática de falar em línguas: "Não me interessa o que a Bíblia diz, eu tive a experiência!" Sem comentários...

8. O Movimento Carismático clama que a cura física está na promessa da Expiação.

Esse ensino é fácil de ser refutado. Se isso fosse verdade, nenhum crente morreria! Depois de dois mil anos de história, é óbvio que milhões de crentes salvos em Jesus Cristo, incluindo piedosos missionários e outros incontáveis crentes cheios do Espírito Santo, morreram vítimas de terríveis e inúmeros tipos de doenças! A Bíblia diz claramente que o maior agente de cura no novo Testamento (excepto Jesus Cristo), o apóstolo Paulo, não podia curar o seu próprio amigo! Isso prova que os dons miraculosos foram cessando mesmo na era apostólica: “Erasto ficou comigo em Corinto, e deixei Trófimo doente em Mileto.” (2Tm. 4.20).

9. O Movimento Carismático negligencia o ensino claro da ordem na igreja.

A Bíblia diz: “As mulheres estejam caladas nas igrejas…” (1Co. 14.34). Para os homens: “E, se alguém falar em língua desconhecida, faça-se isso por dois, ou quando muito três, e por sua vez, e haja intérprete.” (1Co. 14.27). “As línguas são um sinal…” (1Co. 14.22). Esse sinal temporário era para os judeus e já cessou: “…havendo línguas, cessarão…” (1Co 13.8). “Mas, quando vier o que é perfeito, então o que o é em parte será aniquilado.” (1Co. 13.10) O "perfeito" aqui é, sem a menor sombra de dúvida, o cânon encerrado (Ap. 22.21) das Escrituras.

10. O Movimento Carismático clama o endosso de Deus para suas práticas.

A Bíblia, entretanto, proclama que Satanás também é carismático! Esses carismáticos “cheios do poder”, cheios de arrogância espiritual, não são prova de NADA, pois a Bíblia diz: “A esse cuja vinda é segundo a eficácia de Satanás, como todo o poder, e sinais e prodígios de mentira.” (2Ts. 2.9) “E faz grandes sinais, de maneira que até fogo faz descer do céu à terra , à vista dos homens.” (Ap 13.13).

Conclusão

Na verdade, uma boa parte dos carismáticos são pessoas que querem até servir ao Senhor, porém estão apoiando muitos enganos doutrinários e isso é conivência com heresia. Existe muitos que estão enganando a si próprios nesse movimento, que prega, inclusive, a perda da salvação, que é a maior heresia e ensino falso de todo o Movimento Carismático - Pentecostal - Renovado. Isso é a mesma coisa que salvação pelas obras! Se alguma pessoa nesse movimento, crê na salvação pelas obras, Só a misericordia de Deus para salvar, visto que pelas obras ninguém é salvo. Lembremo-nos também que, multidões lotando templos (argumento preferido dos carismáticos para tentar autenticar suas crenças) ou denominações super-poderosas, não significam absolutamente NADA nos dias de apostasia em que vivemos. Saia da confusão, “Porque não ignoramos os seus ardis.” (2Co. 2.11)

Bibliografia:

Livro "THE LIFE OF CHARLES F. PARHAM: Founder of Apostolic Faith Movement." Autora: Sarah E. Parham. Editora Garland Publishing Inc; New York and London, 1985. Foi publicado originalmente em 1930. *Livro "The Faith Healers", de James Randi. Editora: Prometheus Books.
Livro "A Vingança de Deus". Autor:Gilles Kepel. Editora Siciliano.Traduzido por J. E. Smith Caldas. NA INTERNET, CONSULTEI ALGUNS SITES,PARA EXTRAIR PARTE DAS INFORMAÇÕES ACIMA:
Azuza Street; Rick Joiner. Ver o site www.christianworld.org/ revival/fire.html *Robert Longman Jr.; www.spirithome.com/histpen1.html *"The origins of pentecostalism" autor:Vinson Sinar, PhD. O artigo estava no site: holyspirit/pentorg1.html ; o autor é bom no tema.
Site www.christianityonline.com/christianhistory/58H/ 58H010.html ; site religioso. Tirando alguns exageros, é bom.
Site - http://www.baptistlink.com/creationists/confuca.htm
Site *Site ; uma lista bastante grande de patifarias religiosas de pentecostais.



Luan Marcal

Sola Scripturas