sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

A era dos megatemplos



Mais uma vez, a mídia evangélica – e a não evangélica também – é invadida com polêmicas do mundo gospel: construção de megatemplos, líderes se autopromovendo e se autointitulando pastores, bispos, apóstolos e, agora, patriarca.

Estamos em uma era de grandezas, de egos enaltecidos, do evangelho agigantalhado, que promete vida com abundância – não espiritual, mas material – de enaltecimento do povo de Deus, como cabeça e não cauda. E a agilidade com que esses conceitos são formadas, criados, montados e difundidos passa, muitas vezes, despercebidas no turbilhão de informações que recebemos no dia a dia. Não temos tempo de pensar no perigo que o engradecimento de pessoas e coisas nos afastam da simplicidade do evangelho. Perigo não para a vida, mas para a eternidade. Perigo para a alma e para o relacionamento que o cristão deve buscar com Deus.

Não existe nada de mal em uma igreja querer dar conforto ao membro que assiste ao culto. Não é pecado, mas pode ser um exagero megalômano, se pensarmos que “o Altíssimo não habita em templos feitos por mãos de homens”(At.7:48) e que o próprio João Batista, último profeta a propagar a vinda do Messias e vê-lo face a face, delcarou: “é necessário que Ele cresça e que eu diminua” (Jo.3:30).

A última edição de 2010 de Eclésia traz em seu conteúdo matérias que nos fazem pensar sobre isso. Até onde o ‘ide e fazer discípulos’ está sendo levado a sério como um dos últimos mandamentos de Jesus na Terra? E como queremos chegar em 2020, ano que, segundo pesquisas, o evangélico será maioria no Brasil? Com templos cheios, ou cheios do Espírito de Deus?

Isso e muito mais você encontra nessa edição da Revista Eclésia

Boa leitura

Regina de Oliveira Editora

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

O Natal: incoerência ou coerência?



As Escrituras não ordena especificamente que os crentes celebrem o Natal — não há “Dias Sagrados” pré-escritos que a igreja deva celebrar. De fato, o Natal não era observado como uma festividade até muito tempo após o período dos apóstolos. Só após o século V que o Natal recebeu algum reconhecimento oficial.



Nós cremos que o celebrar o Natal não é uma questão de certo ou errado, visto que Romanos 14:5-6 nos fornece a liberdade para decidirmos se observaremos ou não dias especiais. “ Um faz diferença entre dia e dia, mas outro julga iguais todos os dias. Cada um esteja inteiramente convicto em sua própria mente. Aquele que faz caso do dia, para o Senhor o faz. E quem come, para o Senhor come, porque dá graças a Deus; e quem não come, para o Senhor não come, e dá graças a Deus” (Romanos 14: 5-6). De acordo com esses versos, um cristão pode legitimamente separar qualquer dia, incluindo o Natal, como um dia para o Senhor. A liberdade cristã nos fornece escolhas de dias que acreditamos ser importantes de serem lembrados, ainda que esses dias não sejam reconhecido biblicamente.

Por exemplo, Jesus participou dos festejos de datas judaicas que não tinham origem bíblica – a festa da dedicação (Chanucá). Essa era uma data religiosa de origem extra-bíblica, contudo, nosso Senhor não achava errado observá-la.

O apóstolo Paulo foi muito enfático a esse respeito. Esse campeão da liberdade cristã chegou a dizer, de fato, que observar tais práticas era uma parte auxiliar, se não necessária, de seu ministério! Sempre que possível, ele cumpria com os costumes e tradições da comunidade na qual ministrava (1Co 9.19-23). Tais tradições, que não trazem em si nem o bem nem o mal, são perfeitamente permissíveis e até mesmo auxiliares no testemunho cristão.

Não é que eu queira ser negativo, Mas é um pouco perturbador ver cristãos bem intencionados criar problemas onde não existe nenhum. Eles fazem o Cristianismo parecer um sistema legalista de “não toques!” (Cl 2.21). O resultado de tudo isso é um abandono em massa de pessoas que não suportam essa postura radicalista assumida pela igreja. E o que me deixa mais impressionado é que esses reformados de “esquerda”, que baseiam sua posição dizendo que A festa Natalina não tem origem bíblica e que fere o princípio regulador do culto, são os mesmos que comemoram o Reveillon. O que eles não sabem é que o Reveillon é uma festa de origem pagã como o Natal. A comemoração teve origem num decreto do governador romano Júlio César, que fixou o 1 de janeiro como o Dia do Ano-Novo em 46 a.C. Os romanos dedicavam esse dia a Jano, o deus dos portões. O mês de Janeiro, deriva do nome de Jano, que tinha duas faces - uma voltada para frente e a outra para trás.

Os reformados de esquerda critica os cristãos que comemoram o Natal, mas eles caem no mesmo erro quando comemoram e dão importância ao Reveillon. Quando eles tem o ritual de comprar roupas novas, fazer comidas tradicionais da festa, solta fogos e desejam boa sorte para o ano seguinte. Será que isso não é uma forma de comemoração? A Isso podemos chama de “incoerência dos que são coerentes”.

Algumas razões para celebrarmos o natal

Cremos que o Natal proporciona aos crentes uma grande oportunidade para exaltar Jesus Cristo. A temporada de Natal nos lembra das grandes verdades da Encarnação, Recorda as verdades importantes sobre Cristo e o evangelho. O Natal também pode ser um tempo para adoração reverente. As pessoas tendem a serem mais abertas ao evangelho durante as festividades de Natal. Devemos aproveitar desta abertura para testemunhar a eles da graça salvadora de Deus - O Natal é pedagógico. Nossos olhos precisam estar abertos e nossos ouvidos atentos ao que Deus quer nos ensinar através do nascimento, vida e morte de Jesus.

“...O Natal não é uma espécie de mito, mas um evento na história, um evento que tem ramificações incríveis para o futuro... O nascimento de Cristo foi um acontecimento histórico real. Foi um evento com uma mensagem que tem raízes no passado, relevantes no presente e é vital para o nosso futuro” (M.Lloyd Jones).

Agora que escrevi tudo isso, tomarei em paz o meu vinho e comerei o meu peru de Natal.

FELIZ NATAL E UM PRÓSPERO ANO NOVO.



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miguel silva

domingo, 19 de dezembro de 2010

O Que Dizer da Árvore de Natal?



Árvores verdes eram freqüentemente usadas nos antigos festivais religiosos egípcios e romanos, mas a árvore de Natal é uma tradição relativamente recente. Somente após o século XVI a prática se tornou comum. Um antigo drama medieval, que ocorria na preparação para o Natal, descrevia um pinheiro coberto com maças numa história, concluindo com a promessa do retorno de Cristo.

É creditada a Martinho Lutero a primeira árvore iluminada. A tradição diz que ele tinha visto estrelas brilhantes cintilando através dos ramos de um pinheiro, numa certa noite, quando voltava para casa. Ele cortou uma pequena árvore e colocou velas acessas em seus ramos para imitar o pinheiro que havia visto. Isto se tornou um ornamento permanente em suas celebrações de Natal.Conseqüentemente, a prática penetrou lentamente nas celebrações de outros, e hoje, certamente, é uma sólida tradição.

por :Fred G. Zaspel

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Aconselhamento cristão versus psicologia?

Já passa do limite. Do jeito que a coisa vai, muitos psicólogos e conselheiros precisarão de ajuda para resolver problemas de ira e de maledicência. Digo isso entre jocoso e sério. A parte séria, pelo menos, merece uma resposta satisfatória. Mas como satisfazer ambos os lados? A única maneira que vejo, será por meio de romper a barreira e permitir uma boa conversa que provavelmente não convencerá quem não quiser entender, mas que esclarecerá qual seja o limite.

Primeiro, consideremos a relação entre a Bíblia e a psicologia. Explicando aos meus alunos, costumo perguntar: Entre a Bíblia e um livro de psicologia, qual você escolheria? A resposta dos cristãos, na maioria das vezes, é: A Bíblia, lógico! Por mais piedosas que pareçam, qualquer das escolhas é inadequada, Quem diz preferir a psicologia, terá exaltado o livro à altura da Bíblia; quem preferir a Bíblia terá rebaixado a Palavra de Deus à altura da psicologia. Isso é por que os dois são elementos de diferentes categorias. A psicologia é o estudo observacional do homem e a Bíblia é a revelação do criador sobre o conhecimento dele mesmo e da criatura, em uma relação essencial. A Bíblia foi dada ao homem para, entre outros usos decorrentes, ser o critério para interpretação da vontade de Deus, do homem e do mundo – incluindo o livro de psicologia. Não é fato que existem diversos tipos de aconselhamento (vocacional, profissional, legal, médico etc.)? Não existe a expressão aconselhamento psicológico? Poderíamos dizer aconselhamento aconselhar ou psicologia psicológica? Isso mostra que são termos diferentes.

Segundo, consideremos as psicologias. Estranho o uso do plural? Mas é isso mesmo. Cada teoria de psicologia expõe e defende interpretação e processo diferentes e, à vezes, antagônicos. Ora, há uma razão para isso. Deixe-me ilustrar. Imagine uma estrada plana e reta em que, onde a vista alcança, você enxerga algo como uma metade de uma esfera. Um besouro? Uma quenga (meia casca de coco)? Um capacete de soldado? Aproximando-se o objeto, você advinha mais. Uma tartaruga? Um tatu galinha? De repente, você percebe: é um fusca! Bem próximo, a satisfação do conhecimento enche os olhos. Mais perto, um metro, é uma raridade, sem amassado e com a cor original. Quase junto, dois centímetros, e tudo que você vê, agora, é o brilho de um pedaço bem pequeno de cor e luz, impossível de descobrir a natureza. Se existisse elefante polido e pintado, poderia ser um deles. Imagine, então, que diferentes observadores estejam olhando para estradas diferentes, tentando elaborar teorias sobre a natureza de objetos parecidos que se movem na direção deles? Certamente teríamos tantas teorias quantos fossem os observadores. Assim, temos tantas psicologias quantos são os estudiosos dos movimentos internos e externos dos homens. Isso é mau? Não por isso. O Dr. J. Adams, pioneiro da reabilitação do aconselhamento bíblico disse, em What About Nouthetic Counseling (Grand Rapids: Baker, 1976, p. 31), que ele mesmo tirou proveito de estudos psicológicos sobre o sono, e que não vê com maus olhos a psicologia observacional (método científico honestamente aplicado). Ele rejeita, sim, o uso impróprio de abstrações das psicologias como métodos de redenção do ser humano.

Essa perspectiva nos leva a uma terceira consideração: o que é que a Bíblia diz sobre aconselhamento e psicologia? Em 1Coríntios 2.9-16, o apóstolo Paulo disse que nem olhos viram nem ouvidos ouviram, nem o coração humano pode entender o que Deus tem preparado para aqueles que o amam. Isso, ele disse sobre o conhecimento do homem pelo próprio homem, tanto do incrédulo quanto do crente, dando como referência o conhecimento do Criador. Os crentes, ele continua, recebem revelação do espírito que a tudo perscruta – as profundezas de Deus e do homem. O método desse conhecimento é, portanto, espiritual e não natural. Aqui, Paulo estabelece a distinção feita acima: o espiritual não é paralelo ao natural nem somente uma questão de divisão interna do homem. Na verdade, espiritual e natural são conceitos que pertencem a categorias diferentes. Além disso, o espiritual é uma totalidade abrangente que compreende e deveria reger o natural. Hoje, tal como os observadores das estradas, vemos algo com forma de homem, mas não entendemos sua natureza nem sua condição. Se o Espírito não no-lo revelar, concluiremos qualquer coisa.

O fato é que o Espírito nos revela, na Palavra, que o homem foi criado bom, que presentemente se encontra decaído por causa do pecado, e que ele é passível de redenção. Ocorre que o homem decaído não entende nem discerne as coisas espirituais. Paulo disse que o homem espiritual escrutina todas as coisas e ele mesmo não é escrutinado por ninguém; o homem natural, por sua vez, não aceita as coisas do Espírito de Deus, porque lhe são loucura; e não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente. A palavra grega traduzida como natural, nesse texto, é psuchikos (psíquico). Você vê outra interpretação senão que o aspecto interior do homem sem Deus, a psique, é o objeto de estudo das psicologias? Não estou esbordoando os psicólogos, mas apenas, dizendo que a consideração do homem somente sob o critério psicológico é considerá-lo fora de sua natureza, descartando sua condição e sem possibilidade de tratar seu verdadeiro problema. Tudo o que as psicologias podem fazer, é tentar adivinhar. Muitas vezes, o gênio que Deus concedeu a todos, crentes e incrédulos, não pode evitar o reconhecimento de coisas verdadeiras no homem e no mundo. Contudo, se falha em considerar a Deus e sua revelação quanto ao homem e ao mundo, ele fica como quem imagina diferentes coisas a diferentes distâncias.

Nem toda a sabedoria deste mundo poderá entender a totalidade do que Deus tem para os seus. Nenhuma psicologia poderá resgatar o homem de seu problema básico. Só Deus, em Cristo, é Redentor e Senhor da humanidade. É certo que, uma vez conhecido o fusca, alguém poderá lavá-lo, consertar suas partes e dirigi-lo, mas jamais poderá lhe conceder vida, mente, vontade e sentimentos. Lembre-se do que Paulo também disse: Ninguém, senão Deus, no Espírito, poderá assegurar a salvação; ninguém, senão Deus Trino poderá assegurar o anseio último da alma, isto é, um senso de dignidade, pertencimento, uma imaginação interpretativa acurada e criativa, nem uma operação interior e exterior que reflita a razão de sua própria criação. Fomos criados para habitar em Deus, para pensar seus pensamentos e para atuar em verdade e amor sobre as obras de Deus.

Você percebe, então, que não se trata de uma rivalidade entre aconselhamento bíblico e psicologia secular? Como Paulo disse em outro lugar, nossa luta não é contra o sangue e a carne (Efésios 6.12). Deverá haver uma psicologia bíblica – biblicamente teológica antropológica e soteriológica, – que não seja uma visão reduzida do homem de maneira secularmente antropológica, sociológica ou fisiológica. Antes ela deve vir de Deus, ser revelada na Bíblia e ser testemunhada ao coração pelo Espírito Santo. O aconselhamento cristão pretende ter essa noção, mas não está limitado ao homem interior ou exterior. Ele trabalha em todos os limites que Deus preparou e

...manifestou aos seus santos aos quais Deus quis dar a conhecer qual seja a riqueza da glória deste mistério entre os gentios, isto é, Cristo em vós, a esperança da glória; o qual nós anunciamos, advertindo a todo homem e ensinando a todo homem em toda a sabedoria, a fim de que apresentemos todo homem perfeito em Cristo... (Colossenses 1.26b-28).


Wadislau Martins Gomes

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Canção Infantil para o Natal de Cristo por Martinho Lutero



Este hino de Martinho Lutero foi publicado pela primeira vez em 1535. A causa da composição são os próprios filhos do reformador. Na realidade, trata-se de peça natalina. Ante o altar, apresentavam-se Maria, José, anjos e pastores, cercando a manjedoura. No hino, Lutero dramatiza o Evangelho de Natal. As estrofes 1-5 são cantadas pelo anjo; todos respondem com a estrofe 6. Então, as crianças se aproximam da manjedoura e cada uma delas canta uma estrofe. Para tanto são usadas as estrofes 7 a 12. A estrofe 13 é cantada por todos, em conjunto. A estrofe 14 está a indicar que, para finalizar, todos se davam as mãos e dançavam ao redor da manjedoura.

O hino encontra-se em Hinos para o Povo de Deus, nº 15 e no Hinário Luterano, nº 26.


1 – Eu venho a vós dos altos céus, Trazendo anúncio bom de Deus;


Da boa nova hei de cantar, Quero exaltar e jubilar.


2 – Menino lindo vos nasceu, Maria foi que à luz o deu;


É tão pequeno, terno e bom! Cantai louvor em claro tom!


3 – É Cristo, Deus, nosso Senhor, Liberta-vos de toda dor;


Vem mesmo para vos salvar E do pecado vos livrar.


4 – Felicidade singular O Pai vos soube preparar:


No Reino podereis entrar, Conosco sempre lá morar.


5 – Atentem! este é o sinal: No cocho, em fraldas, muito mal


Deitado está o que mantém O céu e a terra, e os sustém.


6 – Ó vinde todos jubilar, Com os pastores adorar


Olhai o que Deus Pai nos deu O bem-amado Filho seu.


7 – Vem, olha bem: que vês ali Nesta lapinha pobre aqui?


O menininho, quem será? É o Jesusinho que Deus dá!


8 – Ó sê bem-vindo, meu Senhor! Não desprezaste o pecador!


Tu vens comigo aqui sofrer – Como te posso agradecer?


9 – Ó Deus, de tudo o Criador, Como te humilhas, meu Senhor


Que em palha vieste te deitar P'ra vaca e burro alimentar.


10 – Se o mundo fosse bem maior, De prata e ouro – que esplendor!


Lugar não ia oferecer P'ra de bercinho te servir.


11 – O teu veludo e sedas são Fraldinhas, palha em duro chão.


São tua pompa, o reino teu, Como se fosse o próprio céu.


12 – Isso fizeste, Rei sem par,Para a verdade nos mostrar


Que toda glória, bens, poder Perante ti não têm valor.


13 – Amado Jesusinho meu, Vem tu fazer o berço teu


Bem fofo no meu coração, Jamais te esquecerei então.


14 – Alegre sempre eu estarei, Feliz, dançando, exaltarei.


De coração te vou cantar Suave canto de ninar.


15 – Louvor e glória ao Pai no céu, Que o Filho amado ao mundo deu!


Os anjos jubilando estão, Nos cantam ano novo e bom.


sábado, 11 de dezembro de 2010

Dica de leitura para esse dia de natal





Sermões Natalinos


Durante seu longo ministério na Capela de Westminster, o Dr. Martyn Lloyd-Jones fez uso da época do Natal para pregar alguns notáveis sermões sobre o Advento. Em suas palavras, “aproveitamos esta oportunidade para lembrar-nos da vinda do nosso bendito Senhor a este mundo”.

Nestes quatro sermões sobre o Magnificat, o Dr. Lloyd-Jones traz à nossa presença a alegre maravilha da encarnação do Filho de Deus. Ele insiste em que a nossa resposta ao dom de Deus seja de encantamento, adoração e ação de graças.

Estes sermões são ideais para incentivar a meditação no real sentido do Natal.

O Dr. D. Martyn Lloyd-Jones foi por muitos anos ministro da Capela de Westminster, Londres, até sua aposentadoria, em 1968. Ele morreu no dia primeiro de março de 1981.

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miguel silva

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Os Cristãos Devem Celebrar o Natal?




As Escrituras não ordenam especificamente que os crentes celebrem o Natal — não há “Dias Sagrados” prescritos que a igreja deva celebrar. De fato, o Natal não era observado como uma festividade até muito após o período bíblico. Não foi antes de meados do século V que o Natal recebeu algum reconhecimento oficial.

Nós cremos que o celebrar o Natal não é uma questão de certo ou errado, visto que Romanos 14:5-6 nos fornece a liberdade para decidir se observaremos ou não dias especiais:

Um faz diferença entre dia e dia, mas outro julga iguais todos os dias. Cada um esteja inteiramente convicto em sua própria mente. Aquele que faz caso do dia, para o Senhor o faz. E quem come, para o Senhor come, porque dá graças a Deus; e quem não come, para o Senhor não come, e dá graças a Deus (Romanos 14: 5-6).

De acordo com esses versos, um cristão pode, legitimamente, separar qualquer dia — incluindo o Natal — como um dia para o Senhor. Cremos que o Natal proporciona aos crentes uma grande oportunidade para exaltar Jesus Cristo.

Primeiro, a temporada de Natal nos lembra das grandes verdades da Encarnação. Recordar as verdades importantes sobre Cristo e o evangelho é um tema prevalecente no Novo Testamento (1 Coríntios 11:25; 2 Pedro 1:12-15; 2 Tessalonicenses 2:5). A verdade necessita de repetição, pois nós facilmente a esquecemos. Assim, devemos celebrar o Natal para recordar o nascimento de Cristo e nos maravilhar ante o mistério da Encarnação.

O Natal também pode ser um tempo para adoração reverente. Os pastores glorificaram e louvaram a Deus pelo nascimento de Jesus, o Messias. Eles se regozijaram quando os anjos proclamaram que em Belém havia nascido um Salvador, Cristo o Senhor (Lucas 2:11). O bebê deitado na manjedoura naquele dia é nosso Senhor, o “Senhor dos senhores e Rei dos reis” (Mateus 1:21; Apocalipse 17:14).

Finalmente, as pessoas tendem a serem mais abertas ao evangelho durante as festividades de Natal. Devemos aproveitar desta abertura para testemunhar a eles da graça salvadora de Deus, através de Jesus Cristo. O Natal é principalmente sobre o Messias prometido, que veio para salvar Seu povo dos seus pecados (Mateus 1:21). A festividade nos fornece uma maravilhosa oportunidade para compartilhar esta verdade.

Embora nossa sociedade tenha deturpado a mensagem do Natal através do consumismo, dos mitos e das tradições vazias, não devemos deixar que estas coisas nos atrapalhem de apreciar o real significado do Natal. Aproveitemo-nos desta oportunidade para lembrar dEle, adorá-Lo e fielmente testemunhar dEle.

auto:John MacArthur

Tradução livre: Felipe Sabino de Araújo Neto

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

AS SACERDOTISAS DA DEUSA ASERÁ

As Escrituras proíbem que a mulher exerça autoridade eclesiástica na igreja e baseia-se na aliança da criação e não em aspectos sociais como querem alguns.
Muitos chegam a dizer que a mulher no mundo antigo não era sacerdotisa por causa de alguma espécie de machismo. pouca cultura.
Entretanto, será que isto corresponde com a verdade?
Será que havia sacerdotisas nas religiões do mundo antigo?
Se havia, por que em Israel não havia?Só existindo em momentos de apostasia (As sacerdotisas de Aserá?) Que os apostatas diziam ser a mulher de Yahweh
Leia este texto
Rev. Jaziel

"HIERODULAE"

“AS PROSTITUTAS SAGRADAS”

O termo de “prostituta sagrada” é na sua acepção atual incorreto para o contexto da época.
Antes do cristianismo lhe dar essa conotação pejorativa, durante milênios tanto o Culto da Deusa Mãe como a sexualidade da mulher eram considerados sagrados e a liberdade do seu corpo igualmente enaltecida pelo amor, como forma de dádiva e iniciação amorosa.

O termo de que deriva hierodulae queria exatamente significar o contrário dessa acepção de hoje e significava Mulher Sagrada, porque estas mulheres eram dedicadas ao culto da Deusa e desse modo eram as Iniciadoras do Amor ao mais alto nível e não a meretriz dos nossos dias a que associamos a prostituta.

Conforme passo a citar:

“O termo escolhido pelos modernos tradutores, é aplicado à hierodulae, ou “mulher sagrada” do templo da Deusa, que desempenhava um papel importante no dia a dia do mundo antigo.

As sacerdotisas da Deusa e os seus importantes encontros ocorreram até o período Neolítico (7000-3.500 A.C.), tempos em que a Deusa era honrada e amada, e o feminino era considerado sagrado em todas as regiões conhecidas hoje como a Europa e o Médio Oriente.

No mundo antigo, a sexualidade era considerada sagrada, uma dádiva especial da Deusa do amor, e as sacerdotisas que oficiavam nos templos da Deusa do amor do Oriente Médio eram consideradas sagradas pelos cidadãos dos impérios grego e romano.
Conhecidas como “mulheres consagradas”, eram tidas em grande estima como invocadoras do amor, do êxtase e da fertilidade da Deusa.

Em alguns períodos da História Judaica, até faziam parte da adoração ritual no Templo de Jerusalém, se bem que alguns dos profetas de Iavé deplorassem a influência da Grande Deusa, localmente chamada de “Ashera”.”

Fonte: Maria Madalena e o Santo Graal
De MARGARET STARBIRD

Postado por Anderson Queiroz


sábado, 27 de novembro de 2010

Tribo evangélica



Minha preocupação é chamar a atenção para uma das grandes tragédias da cristandade contemporânea, que é especialmente visível no meio de todos nós que somos chamados (e, na verdade, é como nós nos chamamos) de cristãos evangélicos. Numa única palavra, essa tragédia chama-se “Divisões”. Essa palavra tornou-se tão comum em nosso meio que já faz parte de nosso cotidiano.

Quando se abre uma paróquia coloca-se em pauta as divisões futura que virão a ocorre em nosso meio. Mais eu usarei a palavra (tribos evangélicas) neste texto. Ela tem mais a ver com o assunto que tratarei, e talvez chame mais a atenção dos leitores da pena afiada.

Hoje em dia as pessoas falam nas múltiplas “tribos do evangélicalismo”- e ainda fazem questão de acrescentar a palavra “evangélico” como uma qualificação especifica. As tribos são bastante amplas: conservadores, liberais, radicais, abertos, bitolados, reformados, carismáticos, pentecostais, neo-pentecotais, neo-prebiterianos, calvinistas, arminianos, neo-calvisnitas, místicos etc. Como se não bastasse inda foram capazes de criar os títulos, que são um anelo desses que criam as tribos. Como por exemplo: apóstolos patriarcas, pai – apóstolos (as), bispos (as), profetas, reverendos, pastoras etc. Notamos um grande “cardápio”. Esse fenômeno não é algo novo, sempre esteve presente na história do cristianismo.

Paulo em Corinto tratava dessa questão de formação de tribos dentro do seio da igreja: Quero dizer com isto, que cada um de vós diz: Eu sou de Paulo, e eu de Apolo, e eu de Cefas, e eu de Cristo” (I Cor 1.12) Quando lemos a carta de Paulo à igreja de coríntio, notamos que Paulo está bastante preocupado com essa novidade que tinha surgido na igreja. A questão é que os próprios coríntios haviam criado tribos dentro da igreja e ainda relacionava essas tribos a pessoas específicas. As pessoas que tiveram seus nomes identificados com tais tribos (Paulo,Apolo, e Pedro) repudiavam a existência delas, pois traziam contendas. Na verdade, nenhum desses líderes foram a Corinto para estabelecer grupos, contudo, haviam incontáveis divisões dentro da igreja . Além dos conflitos geográficos e linguistas, disputas dentro da igreja sempre foi a causa de grandes preocupações dentro da cristandade. Segundo João Calvino: ”Onde divisões religiosas são bastante, não tarda a acontecer o que esta na mente das pessoas, e logo estoura em conflito real”.

Talvez ocorra uma confusão de não sabermos como devemos nos chamar, como a Bíblia nos denomina, que nome ela nos dá? Em Atos 11.26 diz: “E sucedeu que todo um ano se reuniram naquela igreja, e ensinaram muita gente; e em Antioquia foram os discípulos, pela primeira vez, chamados cristãos.” É certo que se os autores dessas tribos tivessem aplicado esse versículo nas suas vidas, não existiriam os partidos, as divisões de ideias que vemos hoje na igreja de Cristo.

(Caso você queira sabe mais sobre unidade, leia meu outro texto sobre unidade e diversidade)

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Como Pensar em Coisas Espirituais



por John Owen


A mentalidade espiritual tem reais vantagens, ainda que achemos difícil alcançá-la. Desejo sugerir algumas coisas úteis. Por exemplo, precisamos estar seguros de que, quando pensarmos no céu, comecemos por fatos reais. As idéias de algumas pessoas não passam de pura imaginação!


Precisamos compreender que o céu é um lugar onde estaremos completamente livres de todas as inquietações. Lembremo-nos, porém, de que para os crentes isso não significa meramente estarem eles livres de doenças, da pobreza e de outros problemas semelhantes. O céu significa libertação de algo pior do que todos esses problemas — significa completa libertação do pecado e de todas as conseqüências do pecado. Não posso pensar em nada que seja mais animador do que considerar isso, pois freqüentemente os cristãos ficam decepcionados por verem que a pecaminosidade ainda os afeta. Um sinal da mentalidade espiritual se vê quando pensar na completa libertação do jugo do pecado nos traz prazer. Mesmo o cristão humilde, que sinceramente se entristece com o pecado, pode desfrutar o prazer de tais pensamentos.


Façamos um contraste dessa maneira de ver o céu com as idéias errôneas que muitos têm dele. Para eles, o céu é o lugar onde vão gozar plenamente as coisas terrenas que agora os atraem. Não há nada de espiritual acerca do céu deles. Um verdadeiro conceito do céu nunca entra nas imaginações deles! Outros sugerem que o céu é o lugar onde as nossas almas se sentem totalmente cativadas pela beleza e bondade do Ser divino. Isso é uma meia verdade, mas não é a verdade completa.


As Escrituras indicam que o maior prazer do céu é que os crentes verão a glória de Cristo e entenderão a sabedoria de tudo quanto Deus fez pela salvação da Igreja. Temos algum conhecimento destas coisas agora, pela fé, mas no céu a beleza delas será desfraldada inteiramente. A Bíblia nos ensina a esperar essa espécie de céu, e o Espírito Santo em nós atualmente nos está preparando para ele. Outras idéias do céu podem satisfazer tanto os piores como os melhores incrédulos, porquanto aqueles que nada sabem da graça de Deus na terra não apreciarão a glória de Cristo no além. Os que pensam espiritualmente não querem outro céu senão o que a graça de Deus os faz aguardar anelantemente!


Quando tivermos aprendido os fatos sobre o céu, devemos pensar freqüentemente neles e no que eles significam para nós. Dessa maneira poderemos ter uma mentalidade cada vez mais espiritual. “Todos nós, com cara descoberta, refletindo como um espelho a glória do Senhor, somos transformados de glória em glória na mesma imagem, como pelo Espírito do Senhor” (2 Coríntios 3:18). Esses pensamentos são a prova de que realmente desejamos ter mentalidade espiritual, pois, “onde estiver o vosso tesouro, aí estará também o vosso coração” (Mateus 6:21). Será bom se nos submetermos a esses testes. Se falharmos neles, só pode ser por duas razões: ou somos ignorantes da verdade sobre o céu, ou não gostamos de pensar no céu porque não temos mentalidade espiritual. Não só devemos estar meditando nos reais fatos sobre o céu mas também devemos contrastá-los com os do lugar oposto, o inferno. Há pessoas que afirmam que tal lugar não existe. Outros temem que possa haver tal lugar, porém relutam em pensar nele. Mas eu escrevo para os crentes verdadeiros. Quanto mais estes pensam nas misérias eternas, mais animados se sentem a dar graças a Deus pela salvação que Ele lhes deu graciosamente em Cristo Jesus.


Desejo fazer mais dois comentários finais sobre o hábito de meditar nas coisas espirituais. Há ocasiões em que, por fraqueza ou cansaço, é muitíssimo difícil concentrar-nos em tais pensamentos. Permitam-me dizer-lhes que, se vocês não conseguem meditar, não parem de tentar fazê-lo! Voltem à tarefa uma e outra vez durante o dia. Lamentem-se cada vez que falharem. Busquem o consolo de passagens das Escrituras como a de Romanos 8:23-26.


Em segundo lugar, assegurem-se de não perder o progresso que tinha feito anteriormente quanto à meditação. Se vocês negligenciarem o hábito por qualquer tempo que seja, ele logo os abandonará de vez. E o que pior, vão contentar-se com outras coisas que não são coisas espirituais.


Fonte: Extraído de Pensando Espiritualmente, Editora PES, 2005. p. 31-34. Traduzido do original inglês Thinking Spiritually por Odayr Olivetti.

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

UNIVERSIDADE MACKENZIE: EM DEFESA DA LIBERDADE DE EXPRESSÃO RELIGIOSA

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A Universidade Presbiteriana Mackenzie vem recebendo ataques e críticas por um texto alegadamente “homofóbico” veiculado em seu site desde 2007. Nós, de várias denominações cristãs, vimos prestar solidariedade à instituição. Nós nos levantamos contra o uso indiscriminado do termo “homofobia”, que pretende aplicar-se tanto a assassinos, agressores e discriminadores de homossexuais quanto a líderes religiosos cristãos que, à luz da Escritura Sagrada, consideram a homossexualidade um pecado. Ora, nossa liberdade de consciência e de expressão não nos pode ser negada, nem confundida com violência. Consideramos que mencionar pecados para chamar os homens a um arrependimento voluntário é parte integrante do anúncio do Evangelho de Jesus Cristo. Nenhum discurso de ódio pode se calcar na pregação do amor e da graça de Deus.

Como cristãos, temos o mandato bíblico de oferecer o Evangelho da salvação a todas as pessoas. Jesus Cristo morreu para salvar e reconciliar o ser humano com Deus. Cremos, de acordo com as Escrituras, que “todos pecaram e carecem da glória de Deus” (Romanos 3.23). Somos pecadores, todos nós. Não existe uma divisão entre “pecadores” e “não-pecadores”. A Bíblia apresenta longas listas de pecado e informa que sem o perdão de Deus o homem está perdido e condenado. Sabemos que são pecado: “prostituição, impureza, lascívia, idolatria, feitiçaria, inimizades, contendas, rivalidades, iras, pelejas, dissensões, heresias, invejas, homicídios, bebedices, glutonarias” (Gálatas 5.19). Em sua interpretação tradicional e histórica, as Escrituras judaico-cristãs tratam da conduta homossexual como um pecado, como demonstram os textos de Levítico 18.22, 1Coríntios 6.9-10, Romanos 1.18-32, entre outros. Se queremos o arrependimento e a conversão do perdido, precisamos nomear também esse pecado. Não desejamos mudança de comportamento por força de lei, mas sim, a conversão do coração. E a conversão do coração não passa por pressão externa, mas pela ação graciosa e persuasiva do Espírito Santo de Deus, que, como ensinou o Senhor Jesus Cristo, convence “do pecado, da justiça e do juízo” (João 16.8).

Queremos assim nos certificar de que a eventual aprovação de leis chamadas anti-homofobia não nos impedirá de estender esse convite livremente a todos, um convite que também pode ser recusado. Não somos a favor de nenhum tipo de lei que proíba a conduta homossexual; da mesma forma, somos contrários a qualquer lei que atente contra um princípio caro à sociedade brasileira: a liberdade de consciência. A Constituição Federal (artigo 5º) assegura que “todos são iguais perante a lei”, “estipula ser inviolável a liberdade de consciência e de crença” e “estipula que ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou política”. Também nos opomos a qualquer força exterior – intimidação, ameaças, agressões verbais e físicas – que vise à mudança de mentalidades. Não aceitamos que a criminalização da opinião seja um instrumento válido para transformações sociais, pois, além de inconstitucional, fomenta uma indesejável onda de autoritarismo, ferindo as bases da democracia. Assim como não buscamos reprimir a conduta homossexual por esses meios coercivos, não queremos que os mesmos meios sejam utilizados para que deixemos de pregar o que cremos. Queremos manter nossa liberdade de anunciar o arrependimento e o perdão de Deus publicamente. Queremos sustentar nosso direito de abrir instituições de ensino confessionais, que reflitam a cosmovisão cristã. Queremos garantir que a comunidade religiosa possa exprimir-se sobre todos os assuntos importantes para a sociedade.

Manifestamos, portanto, nosso total apoio ao pronunciamento da Igreja Presbiteriana do Brasil publicado no ano de 2007 [LINK http://www.ipb.org.br/noticias/noticia_inteligente.php3?id=808] e reproduzido parcialmente, também em 2007, no site da Universidade Presbiteriana Mackenzie, por seu chanceler, Reverendo Dr. Augustus Nicodemus Gomes Lopes. Se ativistas homossexuais pretendem criminalizar a postura da Universidade Presbiteriana Mackenzie, devem se preparar para confrontar igualmente a Igreja Presbiteriana do Brasil, as igrejas evangélicas de todo o país, a Igreja Católica Apostólica Romana, a Congregação Judaica do Brasil e, em última instância, censurar as próprias Escrituras judaico-cristãs. Indivíduos, grupos religiosos e instituições têm o direito garantido por lei de expressar sua confessionalidade e sua consciência sujeitas à Palavra de Deus. Postamo-nos firmemente para que essa liberdade não nos seja tirada.

Este manifesto é uma criação coletiva com vistas a representar o pensamento cristão brasileiro.
Para ampla divulgação.

Uma breve reflexão sobre a perseguição aos evangélicos no Brasil


As primeiras informações que retratam de forma efetiva a perseguição religiosa no Brasil se remota a 1557, quando os huguenotes (calvinistas franceses) chegaram ao Rio de Janeiro  com o propósito de ajudar a estabelecer um refúgio para os calvinistas perseguidos na França.

Em 10 de março de 1557, os protestantes franceses celebraram o primeiro culto evangélico do Brasil e no dia 21 de março celebraram a primeira Santa Ceia. Todavia, pouco tempo depois Villegaignon entrou em conflito com as calvinistas acerca dos sacramentos e os expulsou da pequena ilha em que se encontravam.  Alguns meses depois, os colonos reformados embarcaram de volta para a França. Quando o navio ameaçou naufragar por excesso de passageiros e por ter pouca comida, cinco deles resolveram  regressar.  Esses cinco se sacrificaram em favor dos seus irmãos na fé. Assim que chegaram em terra foram presos: Jean du Bordel, Matthieu Verneuil, Pierre Bourdon, André Lafon e Jacques le Balleur. Pressionados por Villegaignon, foram obrigados a professar por escrito sua fé, no prazo de doze horas, respondendo uma série de perguntas que lhes foram entregues. Eles assim o fizeram, e escreveram a primeira confissão de fé na América, sabendo que com ela estavam assinando a própria sentença de morte. Essa maravilhosa declaração de fé é conhecida como a "Confissão de Fé da Guanabara" (1558). Em seguida, os três primeiros foram mortos e Lafon, o único alfaiate da colônia, teve a vida poupada. Os mártires do evangelho foram enforcados e seus corpos atirados de um despenhadeiro. Balleur fugiu para São Vicente, SP, foi preso e levado para Salvador (1559-67), sendo mais tarde enforcado no Rio de Janeiro, quando os últimos franceses foram expulsos.

Quase 100 anos depois, os holandeses criaram a Companhia das Índias Ocidentais com o objetivo de conquistar e colonizar territórios da Espanha nas Américas, especialmente uma rica região açucareira: o nordeste do Brasil. Em 1624, os holandeses tomaram Salvador, a capital do Brasil, mas foram expulsos no ano seguinte. Finalmente, em 1630 eles tomaram Recife e Olinda e depois boa parte do Nordeste.  Neste periodo João Maurício de Nassau-Siegen, que governou esta região entre 1637 a 1644,  concedeu uma boa medida de liberdade religiosa aos residentes católicos e judeus.  Sob os holandeses, a Igreja Reformada era oficial. Foram criadas vinte e duas igrejas locais e congregações, dois presbitérios (Pernambuco e Paraíba) e até mesmo um sínodo, o Sínodo do Brasil (1642-1646). Mais de cinquenta pastores ou "predicantes" serviram essas comunidades. A Igreja Reformada realizou uma admirável obra missionária junto aos indígenas. Além de pregação, ensino e beneficência, foi preparado um catecismo na língua nativa. Outros projetos incluíam a tradução da Bíblia e a futura ordenação de pastores indígenas. Em 1654, após quase dez anos de luta, os holandeses foram expulsos, transferindo-se para o Caribe. Os judeus que os acompanhavam foram para Nova Amsterdã, a futura Nova York.

 Desde então, não se sabe de relatos de cultos protestantes no Brasil. No entanto,  com a chegada da família real a terras tupiniquins e com a abertura dos portos  as nações amigas,  as confissões protestantes começaram paulatinamente a chegar ao país. Os Anglicanos chegaram em 1811, os luteranos em 1824, os Congregacionais em 1855, os presbiterianos em 1859, e  os batistas em 1871. Todavia, em virtude da constituição de 1824 outorgada por D. Pedro I, que afirmava ser o catolicismo romano a religião oficial do Brasil, os protestantes não possuiam direito a cultos públicos em lingua portuguêsa, além é claro de não terem permitidos a construção de templos com aparência religiosa.

Já no governo de  Dom Pedro II , (mesmo o imperador possuindo uma grande simpatia pelos protestantes), não era nada fácil afirmar publicamente a fé nos pressupostos cristãos, mesmo porque, a religião oficial do Estado imprimia  forte perseguição religiosa aos evangélicos.

Com a Proclamação da República, o Estado Brasileiro deixou oficialmente de ser Católico Romano permitindo assim com que os protestantes tivessem direito a culto. Todavia, como não poderia deixar de ser, a maioria da população ainda desenvolvia um significativo preconceito para com aqueles que se diziam cristãos protestantes. A consequência direta disso foi a  aniquilação de  inúmeras templos evangélicos, que de forma covarde foram  destruidos pelo fogo. Dentre estes, encontra-se a 1ª  Igreja Batista de Niterói, que em 14 de abril de 1901, teve  seus móveis, púlpito, pertences e diversos utensílios queimados em plena rua, além de sua sede destruída.

Durante a primeira metade do século XX, os crentes em Jesus foram estigmatizados e denominados pelo clero romano como hereges sofrendo por conseguinte ofensas morais, onde atributos pejorativos lhes eram destinados. Junta-se a isso, o fato de que muitos por causa da sua  crença sofreram no corpo agressões físicas por não professarem a fé dos sacerdotes romanos. Na segunda metade do século XX a perseguição se deu de forma velada mediante os meios de comunicação que a todo custo vendiam a sociedade brasileira a imagem de uma igreja burra, ignorante e manipuladora da fé alheia.

Caro leitor, a constituição de 1988 nos garante liberdade de fé e religião.  O artigo 5º da Carta Magna diz que ´"É inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias." Todavia, os cristãos evangélicos correm o risco de sofrerem novas perseguições substanciais em virtude do projeto de lei 122 que tramita na Congresso Nacional que se aprovado irá criminalizar àqueles que  manifestam suas opiniões religiosas contrárias ao casamento gay.

Vale a pena ressaltar que a fé protestante não defende a homofobia. Na verdade, nós cristãos-evangélicos somos contrários a todo tipo de violência física condenando veementemente aqueles que atentam contra a vida de quem quer que seja. Todavia, acreditamos também que possuímos o direito irrevogável e constitucional de expor publicamente nossa fé conforme claramente afirma a nossa carta magna.

Isto posto, oro ao Senhor nosso Deus que estenda a mão sobre o Brasil livrando a sociedade brasileira de uma lei que sem sombra de dúvida promoverá mais uma severa perseguição religiosa no Brasil.

Soli Deo Gloria,
Renato Vargens

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Você tem todo o direito de discordar...

"Posso não concordar com uma só palavra do que dizeis, mas defenderei até a morte vosso direito de dizê-lo."
(Voltaire)
Voltaire hoje seria considerado um homofóbico. Qualquer pessoa que defenda um posicionamento de liberdade de expressão quanto a questão da sexualidade será dado como homofóbico que impede as pessoas de viverem suas paixões. Para essas pessoas não é suficiente que você não se importe com o que elas fazem, você é obrigado a concordar com elas.
A pouco, estive debatendo no facebook na comunidade que foi feita contrária ao posicionamento do Chanceler do Mackenzie Dr. Augustus Nicodemus. Os integrantes pretendem fazer um ato de protesto na frente do Mackenzie dia 24 de Novembro, e para eles palavras como: Quanto à chamada LEI DA HOMOFOBIA, que parte do princípio que toda manifestação contrária ao homossexualismo é homofóbica, e que caracteriza como crime todas essas manifestações, a Igreja Presbiteriana do Brasil repudia a caracterização da expressão do ensino bíblico sobre o homossexualismo como sendo homofobia, ao mesmo tempo em que repudia qualquer forma de violência contra o ser humano criado à imagem de Deus, o que inclui homossexuais e quaisquer outros cidadãos. São consideradas como violência e ódio aos homossexuais. Não conseguem aceitar o contrário e qualquer discurso que vá de encontro a eles é caracterizado como medieval, arcaico, odioso e ignorante. É uma espécie de ditadura que se impôs sobre nós, e que estamos todos afundados.
Eu, assim como o Dr. Augustus, defendo a liberdade de expressão, acredito que todos têm o direito de expressar sua opinião, e como Voltaire luto por isso até o fim. Porém, assim como tenho o direito de dar minha opinião, não posso tolher a dos outros, como se as minhas palavras fossem as únicas que pudessem ser aceitas, como se o meu modo de pensar fosse o único que pudesse ser verdadeiro, como se eu fosse um deus contra os meros mortais. Isso é um absurdo, e qualquer pessoa deveria ser contrária a esse pensamento. Mesmo um homossexual deveria ser contrário a isso, pois assim como eles querem impedir o Dr. Augustus de falar, alguém pode impedi-los de fazer o mesmo, e portanto, é um tiro no pé.
E como se não bastasse toda essa celeuma, a imprensa faz o que sabe fazer de melhor: distorcer. A cada veiculo que tentar tratar sobre o tema uma coisa é modificada, alguns disseram que o texto foi publicado na semana passada, outros que foi ontem, a verdade é que desde 2007 o texto está disponível no site da chancelaria do Mackenzie. Para quem não entendeu ainda, eu explico. Em 2007 o Rev. Augustus escreveu uma homilia baseada na decisão da IPB sobre a PLC 122, depois publicou no site do Mackenzie na parte que é da chancelaria. Semana passada alguém descobriu isso e começou por meio de Twitter e Facebook a divulgar que o Mackenzie queria ter o direito de ser homofóbico. Depois alguns blogs começaram a divulgar a nota e o fim foi que alguns jornais online já estavam publicando a matéria.
É claro que o Mackenzie não é homofóbico nem discrimina ninguém por conta da sua sexualidade, muito pelo contrário, há um grande número de professores e alunos homossexuais, e nunca foram forçados a nada por conta disso. No entanto, a Universidade Mackenzie, que é presbiteriana desde o princípio, e portanto, cristã, tem princípios que regem, e assim, um deles foi explicitado na homilia do Dr. Augustus, a liberdade de expressão sobre sexualidade, a Bíblia tem um conceito sobre isso muito bem fundamentado, mas não diz que o cristão tem que forçar as pessoas a aceitarem, a verdade não deixa de ser verdade por conta das pessoas não aceitarem. Desta forma, o texto do Rev. Augustus está totalmente coerente com a lei e com a Bíblia, e também com os princípios acadêmicos.
É triste ver que as pessoas não conseguem conviver com o diferente. A esperança se encontra, não em outro lugar, mas na própria Escritura:
Mateus 5.10-12  Bem-aventurados os perseguidos por causa da justiça, porque deles é o reino dos céus. Bem-aventurados sois quando, por minha causa, vos injuriarem, e vos perseguirem, e, mentindo, disserem todo mal contra vós. Regozijai-vos e exultai, porque é grande o vosso galardão nos céus; pois assim perseguiram aos profetas que viveram antes de vós.
O Rev. Augustus agora tem motivo para alegrar-se em dobro, a perseguição, a mentira e a injuria, tudo aquilo que aconteceu com os profetas antigos agora acontece com ele. Deus seja grandioso por isso. A Graça e a Misericórdia de Deus se mostram em meio a toda essa confusão, e no meio do deserto há motivos para alegria.
Eu me coloco totalmente em favor do Rev. Augustus e do seu posicionamento, e declaro que vou lutar até o fim para que todos tenham direito de se expressar e dizer o que pensam.
Àquele que é poderoso para fazer o morto ressuscitar e o vivo morrer,
Ronaldo Barboza de Vasconcelos.
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Leia a íntegra da carta do chanceler do Mackenzie:
Manifesto Presbiteriano sobre a Lei da Homofobia
Leitura: salmo 1
O Salmo 1, juntamente com outras passagens da Bíblia, mostra que a ética da tradição judaico-cristã distingue entre comportamentos aceitáveis e não aceitáveis para o cristão. A nossa cultura está mais e mais permeada pelo relativismo moral e cada vez mais distante de referenciais que mostram o certo e o errado. Todavia, os cristãos se guiam pelos referenciais morais da Bíblia e não pelas mudanças de valores que ocorrem em todas as culturas.
Uma das questões que tem chamado a atenção do povo brasileiro é o projeto de lei em tramitação na Câmara que pretende tornar crime manifestações contrárias à homossexualidade. A Igreja Presbiteriana do Brasil, a Associada Vitalícia do Mackenzie, pronunciou-se recentemente sobre esse assunto. O pronunciamento afirma por um lado o respeito devido a todas as pessoas, independentemente de suas escolhas sexuais; por outro, afirma o direito da livre expressão, garantido pela Constituição, direito esse que será tolhido caso a chamada lei da homofobia seja aprovada.
A Universidade Presbiteriana Mackenzie, sendo de natureza confessional, cristã e reformada, guia-se em sua ética pelos valores presbiterianos. O manifesto presbiteriano sobre a homofobia, reproduzido abaixo, serve de orientação à comunidade acadêmica, quanto ao que pensa a Associada Vitalícia sobre esse assunto:
"Quanto à chamada LEI DA HOMOFOBIA, que parte do princípio que toda manifestação contrária ao homossexualismo é homofóbica, e que caracteriza como crime todas essas manifestações, a Igreja Presbiteriana do Brasil repudia a caracterização da expressão do ensino bíblico sobre o homossexualismo como sendo homofobia, ao mesmo tempo em que repudia qualquer forma de violência contra o ser humano criado à imagem de Deus, o que inclui homossexuais e quaisquer outros cidadãos.
Visto que: (1) a promulgação da nossa Carta Magna em 1988 já previa direitos e garantias individuais para todos os cidadãos brasileiros; (2) as medidas legais que surgiram visando beneficiar homossexuais, como o reconhecimento da sua união estável, a adoção por homossexuais, o direito patrimonial e a previsão de benefícios por parte do INSS foram tomadas buscando resolver casos concretos sem, contudo, observar o interesse público, o bem comum e a legislação pátria vigente; (3) a liberdade religiosa assegura a todo cidadão brasileiro a exposição de sua fé sem a interferência do Estado, sendo a este vedada a interferência nas formas de culto, na subvenção de quaisquer cultos e ainda na própria opção pela inexistência de fé e culto; (4) a liberdade de expressão, como direito individual e coletivo, corrobora com a mãe das liberdades, a liberdade de consciência, mantendo o Estado eqüidistante das manifestações cúlticas em todas as culturas e expressões religiosas do nosso País; (5) as Escrituras Sagradas, sobre as quais a Igreja Presbiteriana do Brasil firma suas crenças e práticas, ensinam que Deus criou a humanidade com uma diferenciação sexual (homem e mulher) e com propósitos heterossexuais específicos que envolvem o casamento, a unidade sexual e a procriação; e que Jesus Cristo ratificou esse entendimento ao dizer, "desde o princípio da criação, Deus os fez homem e mulher" (Marcos 10.6); e que os apóstolos de Cristo entendiam que a prática homossexual era pecaminosa e contrária aos planos originais de Deus (Romanos 1.24-27; 1Coríntios 6:9-11).
A Igreja Presbiteriana do Brasil MANIFESTA-SE contra a aprovação da chamada lei da homofobia, por entender que ensinar e pregar contra a prática do homossexualismo não é homofobia, por entender que uma lei dessa natureza maximiza direitos a um determinado grupo de cidadãos, ao mesmo tempo em que minimiza, atrofia e falece direitos e princípios já determinados principalmente pela Carta Magna e pela Declaração Universal de Direitos Humanos; e por entender que tal lei interfere diretamente na liberdade e na missão das igrejas de todas orientações de falarem, pregarem e ensinarem sobre a conduta e o comportamento ético de todos, inclusive dos homossexuais.
Portanto, a Igreja Presbiteriana do Brasil reafirma seu direito de expressar-se, em público e em privado, sobre todo e qualquer comportamento humano, no cumprimento de sua missão de anunciar o Evangelho, conclamando a todos ao arrependimento e à fé em Jesus Cristo".
Rev. Dr. Augustus Nicodemus Gomes Lopes
Chanceler da Universidade Presbiteriana Mackenzie

domingo, 14 de novembro de 2010

O que é “Responsabilidade”?



Embora muitos calvinistas não usem o termo livre-arbítrio, a crítica abaixo não se aplica somente a Carson, mas também a teólogos igualmente famosos como Joel Beeke, John Piper, James Boice e muitos outros. Eles afirmam, sem base bíblica ou filosófica, que responsabilidade pressupõe liberdade, e que por causa disso existe uma contradição entre a soberania divina e a responsabilidade humana.

Eu devo ter em minha biblioteca uns 50 livros que dizem respeito à suposta relação entre livre-arbítrio e responsabilidade, mas somente um deles faz algum esforço para questionar se há qualquer conexão lógica entre esses dois conceitos. No último capítulo do seu livro Religion, Reason and Revelation, Gordon Clark observa que ninguém jamais demonstrou que o conceito de responsabilidade é, de alguma forma, dependente de um estado anterior do livre-arbítrio. Esses dois termos aparecem frequentemente no mesmo contexto, e é frequentemente afirmado que “se nós não temos o livre-arbítrio, não podemos ser responsáveis por nossas ações”, mas ninguém se importa em provar isso.

Uma típica expressão erudita dessa afirmação é feita por D. A. Carson, em sua tese de doutorado, publicada como Divine Sovereignty and Human Responsibility (1981), um excelente estudo de como a literatura do período helenístico trata o problema. Carson conclui com uma explicação da descrição joanina de ambas, a soberania divina e a responsabilidade humana pelo pecado, observando que nenhuma tentativa é feita por João para produzir qualquer explicação especulativa de como as duas coisas operam juntas, de um modo diferente da literatura helenística na qual este assunto é tratado. Carson fica devidamente impressionado em como esses dois tópicos podem coexistir lado a lado por todo o Evangelho de João sem qualquer reconciliação filosófica. Não passou pela cabeça de Carson, contudo, que o próprio João não tivesse notado nenhuma tensão ou conflito pelo simples fato de não haver nenhum.

Uma chave para o fato de Carson estar sob a impressão de que a soberania de Deus não pode ser reconciliada com a responsabilidade humana pode ser encontrada no capítulo intitulado “Os Limites do Livre-Arbítrio”. Logo no começo, a primeira sentença reza: “Responsabilidade é a certeza ligada ao ‘livre-arbítrio’ de algum modo” (p.206). Mas, a despeito de uma discussão subsequente de vários tipos de calvinismo inconsistente, Carson em algum lugar mostra que sua suposição primeira é correta. Ele simplesmente junta a longa fila de calvinistas inconsistentes que assumem que o livre-arbítrio “em alguma medida” fortalece a realidade da responsabilidade. Mas em qual medida?

eu simplesmente repetirei aqui o desafio que Gordon Clark faz aos arminianos de escreverem uma prova de que a responsabilidade é, de algum modo, dependente ou que pode ser derivada do conceito deles de livre-arbítrio. Naturalmente, eles podem definir o livre-arbítrio de qualquer modo que vá ao encontro da necessidade teológica deles, mas os cristãos deveriam tirar suas premissas da Bíblia. Carson reconhece o livro de Gordon Clark, Biblical Predestination (1969), mas não menciona Religion, Reason and Revelation, onde o assunto de seu próprio capítulo final intitulado “The Formulation of the Tension” é discutido em detalhes. É simplesmente assumido que há uma tensão.Teria sido útil se Carson tivesse explicado por que a literatura helenista é tão corrompida pelas tentativas especulativas de reconciliar o conceito de responsabilidade com a soberania de Deus e, então, teria explorado por que a Bíblia não trata, de forma alguma, as duas coisas como estando em tensão ou conflito. Talvez ele simplesmente tenha decidido não incluir essas questões adicionais no escopo do estudo. (Deveria também ser considerado que eles podem somente parecer estar em conflito porque o pensamento não-cristão impôs pressuposições falsas e contraditórias sobre o tópico como condição para discussão. Isto é, a mente natural pressupõe que a visão cristã é impossível antes que ela comece sua consideração “objetiva” do assunto). Contudo, a tese de Carson não torna disponível ao leitor uma análise excelente de como a literatura (na sua maioria de origem judaica) da era helenística lida com esse dilema importante da incredulidade. Ela deveria ser lida por todo cristão interessado na história do debate sobre o livre-arbítrio.

, permanece o fato de que não somente não há nenhuma conexão demonstrável entre o livre-arbítrio e a responsabilidade, mas também que a ideia arminiana de liberdade da indiferença é totalmente destituída de qualquer senso de responsabilidade. Pode ser difícil para alguns entender a relação entre a responsabilidade humana e a soberania de Deus — eles são perfeitamente honestos em dizer que “não veem como podemos ser considerados responsáveis se não temos o livre-arbítrio”. Mas para o cristão que crê na Bíblia, em nenhum lugar na Bíblia a responsabilidade está vinculada ao livre-arbítrio. Ela nunca usa o livre-arbítrio como uma categoria de explicação, nem uma só vez sequer.

Leia esse texto também e a continuação do texto boa leitura.

Responsabilidade Bíblica Link »

  • Por: R. K. McGregor Wright

Fonte: A Soberania Banida, Editora Cultura Cristã, págs. 59-60.

por R. K. McGregor Wright