sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Salmofobia


Medo de Cantar os Salmos

Tenho me surpreendido com o fato de que Igrejas de herança reformada, como as presbiterianas, têm resistido à prática cúltica de cantar os Salmos e vão além, se opõem frontalmente ao cântico dos hinos de Sião. O fato de igrejas presbiterianas no Brasil não cantarem salmos há dezenas de gerações, não traz surpresa, pois hoje sabemos a razão básica. A Igreja Presbiteriana quando foi estabelecida no Brasil já não cantava exclusivamente os salmos, visto que os missionários que aqui aportaram vinham de um contexto americano onde esta prática havia cessado. Além disso, vinham de um contexto onde uma de chuva hinos foram compostos e incluídos, de forma inovadora, na liturgia do culto e especialmente na evangelização. Neste período o amor pelo cântico dos salmos começou a se desvanecer. Mas ainda que não os cantassem exclusivamente, cantavam-nos inclusivamente nos cultos de adoração com alegria no coração. Não é de admirar que uma igreja que esquece sua história, seus padrões de fé e sua tradição reformada, desconheça o culto reformado e o saltério. Hoje, a existência de uma igreja presbiteriana que canta salmos é fato muitíssimo raro.

Fui de uma geração que conheceu ainda os Salmos e Hinos[1] como o hinário adotado pelas igrejas presbiterianas do Brasil. Para ser sincero, nunca vi nenhuma ênfase dada à importância de se salmodiar, como era próprio dos presbiterianos e reformados de outrora. Porém ainda havia resquícios desta antiga prática Congregacional e Presbiteriana. Vi a transição do hinário Salmos e Hinos para um hinário que quase exclui os salmos, usado hoje pela IPB e com o reforço de cânticos chamados de “espirituais”, muitos deles de autores desconhecidos, de teologia rasa e confusa. Sei que alguns hinos são apenas baseados em algum salmo, ou apenas parte de alguns deles.


Posso dizer que, nascido no final da década de 40, fiquei por mais de 40 anos ignorando o valor que historicamente os calvinistas e presbiterianos do mundo inteiro davam à salmodia. Permaneci tanto tempo na ignorância sem saber que o cantar salmos com gratidão no coração sempre foi uma marca distintiva das igrejas reformadas oriundas da Reforma, especialmente de Calvino[2] e, como a maioria dos presbiterianos, eu não conhecia esta assertiva da Confissão de Fé de Westminster. Não precisamos falar muito para mostrar que o povo cristão “reformado” do Brasil viveu também nesta ignorância, como eu. Quantos líderes de música nas igrejas presbiterianas conhecem a história da salmodia e seu valor? Por que sua Igreja não canta salmos e porque o Brasil não tem saltério até o dia de hoje? Pergunte ao seu pastor e a seus presbíteros. Pergunte por que o piedoso reformador Calvino afirmava: “Não é possível achar melhores ou mais adequados cânticos para esse fim que os Salmos de Davi, inspirados pelo Espírito Santo”. É importante conhecer a resposta, mesmo que isso o entristeça — Em tristeza o coração é quebrantado.



Hoje sabemos como os reformados valorizavam os salmos, os hinos e os cânticos espirituais de Davi. Hoje já há alguma literatura sendo escrita e traduzida no Brasil sobre o tema. Pequenos grupos têm se organizado ansiosos pela confecção do primeiro saltério Brasileiro mas, infelizmente sem a iniciativa de algum órgão oficial eclesiástico ou mesmo de algum profissional experimentado designado e supervisionado pela Igreja. Para muitos se tornou um sonho ter nas mãos um saltério para o crescimento na piedade e para edificação da Igreja brasileira e dos lares evangélicos, usufruindo da profundidade teológica encontrada nos Salmos e raramente encontrada nos escritos não inspirados. Muitos pais sonham em ver os filhinhos da aliança salmodiando ao Senhor com os cânticos soprados pelo Espírito, e seus velhinhos sendo confortados antes da morte com sua mensagem de esperança.

Philip Schafff, um historiador reformado, assim se expressou: “O cântico de salmos tornou-se essencial para a piedade calvinista. Os protestantes franceses, ao serem levados para a prisão ou para a fogueira, cantavam salmos com tanta veemência que tornou-se proibido por lei cantar salmos e aqueles que persistiam tinham sua língua cortada. O salmo 68 era a Marselhesa huguenote”.

Hoje muitos têm louvado a Deus com estes cânticos inspirados nas igrejas, simpósios, congressos e conferências. Há uma explosão de alegria em muitos corações pelo fato de terem descoberto esta recomendação bíblica e confessional (CFW, Cap. XXI.V). Creio que, pela providência de Deus, muitas igrejas no Brasil já cantam os salmos inclusive igrejas Batistas e Congregacionais. O desejo por esta prática cresce a cada dia e muitos não apenas desejam ser ouvintes, mas praticantes cantores dos salmos.

No entanto, ainda estamos muito longe de uma Reforma cúltica onde as Igrejas Presbiterianas sejam conhecidas pelo zelo no seu louvor congregacional. Mais que isso, muitos líderes estão atemorizados pela possibilidade de que isso venha a acontecer. “Seria um retrocesso”, dizem eles; “seria uma confusão nas igrejas”, advertem; “o que faríamos com nosso hinário e nossos hinos e corinhos tão amados...?, alguns indagam; “temos de ser prudentes e sábios, pois nosso contexto é outro”, concluem, minimizando a assertiva. Isso apenas revela insegurança e temor, uma quase fobia, claramente incompreensível.

Maior temor
Para atemorizar mais ainda, há aqueles que defendem a salmodia exclusiva, e que são vistos como um grupo presbiteriano e reformado radical como se estes, durante 200 anos após a reforma, concebessem uma “errada teologia” da adoração e que hoje se choca frontalmente com a “teologia correta” da igreja contemporânea. Bem, aqui chegamos ao ponto nevrálgico da questão. Este grupo salmodista provoca medo e repulsa no meio presbiteriano a ponto de muitos não admitirem o fato de que é um dever do povo de Deus cantar a Bíblia e não apenas lê-la. Já pensou? É como se dissessem: Nós só queremos ler os salmos e ouvir suas mensagens, mas não cantá-los. Como pode ser isso? Esse receio brota da possibilidade de serem vistos e confundidos com este grupo “puritânico”. Bem, não concordar com salmodia exclusiva é uma coisa, não cantar os salmos é outra coisa. Radicalizar aqui é cair no pecado da reforma radical quando os anabatistas rejeitavam tudo que lembrasse a aparência de romanismo, mesmo que fosse bíblico. Diríamos que eles “jogavam fora a água do banho com a criança e tudo”. Aliás, naquela época muitos chamavam os reformados de católico-romanos, por se assemelharem aos romanistas que incluíam em sua liturgia fixa o cântico dos salmos através dos corais.

O medo continua
Aqui é necessário, também, mencionar aqueles que desejam cantar os salmos, mas não exclusivamente, como é o caso de muitas igrejas fiéis da América e Europa. Estas igrejas procuram cantá-los, mas também cantar hinos supervisionados e teologicamente aprovados pela história e robustos doutrinariamente. O que dizer destas igrejas? Bem é aqui que reside a gravidade da questão. Por quê? Porque, nem mesmo esta postura criteriosa e zelosa é aceita pelos líderes presbiterianos no Brasil, pois o medo da salmodia ainda assim continua. Eles se acham, se não mais sábios, pelo menos mais prudentes e dizem: “Cuidado, tudo começa assim! Começam cantando os salmos e depois só querem cantá-los exclusivamente; o melhor é cortar o mal pela raiz; nada de cantar salmos, pois enfatizam demasiadamente a ira de Deus, fazem imprecações para destruir e matar os inimigos, quebrar seus dentes e suas queixadas; não falam explicitamente de Cristo; sua melodia é estranha, não é de nossa cultura e não agrada aos jovens...; vamos preferir os nossos corinhos baseados em pedaços de salmos e nossos hinos do cancioneiro brasileiro...; vamos fazer uma distinção entre eles e os hinos tradicionais do hinário, pois temos de satisfazer aos jovens e velhos”. Já pensou? Isso vai totalmente de encontro com a história da Reforma. Isso faria estremecer os nossos pais na fé, Lutero, Martin Bucer, Calvino, os Huguenotes, John Knox e miríades de outros heróis da fé. É bom lembrar que “o saltério tornou-se um dos livros mais importantes da reforma”.

Desafio
A liderança eclesiástica de hoje deve se empenhar para que a salmodia volte a ser uma prática nas igrejas históricas, especialmente as presbiterianas. Pastores e presbíteros, que pela graça de Deus, foram impactados com esta verdade histórica e escriturística devem batalhar pela restauração do culto bíblico e reformado, sem receio porque o povo de Deus sempre salmodiou ao Senhor na certeza de que esta é uma ordenança de Deus. Sendo assim, somos desafiados a vencer a timidez considerando que mais importa obedecer a Deus do que aos homens. As Igrejas devem reformar seu culto, sendo esse um dos maiores desafios da igreja contemporânea; a batalha de fazer reforma é uma empreitada que poucos têm coragem de enfrentar. Podemos também lutar implantando congregações com uma estrutura onde se tem ensino, pregação, adoração e liturgia reformados e onde é possível se cantar os salmos. Mas não devemos abrir uma congregação com receio dos comentários, críticas e acusações infundadas. Muitos são tentados a pensar assim: “Que tal, começarmos uma congregação onde de início não somos explicitamente reformados e não se canta salmos, mas aos poucos vamos reformando o culto?”. Bem, já pensou, se criar uma congregação não reformada e com os mesmos vícios cúlticos contemporâneos para depois torná-la reformada? Não nos parece sensato este pensamento. Reformar significa lutar para se reaver o que foi deteriorado pela ignorância e desobediência e não aquilo que se estabelece deliberadamente deteriorado. Porque não começar uma congregação reformada e ir em frente, “reformada sempre reformando”? Por que não travar esta batalha logo no início, para se entrar em “terra santa”?



Bem, sei que estas minhas palavras podem ser polêmicas e críticas, mas não desejo criticar para destruir, e sim advertir e encorajar. O Senhor é o meu juiz. Se alguém não concorda com a salmodia exclusiva, deve, pelo menos, e no mínimo, concordar com os reformadores e cantar os hinos de Sião. Deve cantá-los com alegria e gratidão no coração; cantar com a família, com seus filhos e netos e contribuir para o Reino de Deus nesta e em outras gerações. Os salmos não foram feitos apenas para serem lidos, mas também para serem cantados como Jesus cantou, e também os apóstolos, e a igreja primitiva, e os pais da Igreja (Agostinho), e os reformadores e também os primeiros presbiterianos o fizeram sem temor.



Cante os Salmos sem medo e rejeição, mas com gratidão a Deus e obedecendo à Sua Palavra!

“Mas também, se padecerdes por amor da justiça, sois bem-aventurados. E não temais com medo deles, nem vos turbeis” (1 Pedro 3:14).


[1] A coleção Salmos e Hinos, foi organizada pelo casal Dr. Robert Reid Kalley e Sarah Poulton Kalley, fundadores da Igreja Evangélica Fluminense, a primeira igreja evangélica em lingua portuguesa no Brasil no ano de 1855. Com salmos parafraseados e hinos, foi usada pela primeira vez em 17 de novembro de 1861, seis anos depois de sua chegada ao Brasil. Esta coleção foi a primeira coletânea de hinos evangélicos em lingua portuguesa organizada no Brasil. Também foi primeiro hinário usado por diversas denominações.
[2] “Os salmos nos incitam a louvar a Deus, orar a ele, meditar nas suas obras a fim de que os amemos, temamos, honremos e o glorificamos. O que Santo Agostinho diz é totalmente verdade; a pessoa não pode cantar nada mais digno de Deus do que aquilo que recebermos dele” (Calvino).
Fonte: http://ospuritanos.blogspot.com/2010/12/medo-de-cantar-os-salmos.html

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POSTADO : miguel silva

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Neopuritanos[1] são semelhantes aos Puritanos, hoje no Brasil?





1. Em nada.


2. Os puritanos eram profundamente conhecedores e praticantes das Escrituras, os neopuritanos apenas sonham com isso e ainda têm muito a percorrer até que isso aconteça.

3. Os Puritanos eram gigantes da piedade, os neopuritanos são pigmeus, não sabem bem como torná-la experimental, mas anseiam por isso.

4. Os Puritanos amavam e zelosamente santificavam o dia do Senhor como os Presbiterianos do passado também o faziam. Neste ponto os neopuritanos, se opondo e enfrentando a “neo-hermenêutica” contemporânea, lutam quase que desesperadamente para estabelecer esta disciplina de vida pessoal e da sua família, por considerar, como os Puritanos, que este é o único dia santo a ser guardado de forma deleitosa como um santo descanso e guardando-se não somente de tudo quanto é pecaminoso, mas até de todas as ocupações e recreios seculares que são lícitos em outros dias (CM p. 158); mas os neopuritanos ainda sonham por alcançar esta prática.

5. Os Puritanos, seguindo o pensamento de Calvino, louvavam ao Senhor apenas com o Saltério. De forma natural e zelosa, defendiam a salmodia exclusiva por considerarem que, assim como o que se lê no culto deve ter um conteúdo inspirado, o cantar também. E faziam assim por questões hermenêuticas esposadas por todos os grandes teólogos puritanos e por aqueles que escreveram a CFW e os Catecismos e o Diretório de Culto. Os neopuritanos buscam esta prática puritano-reformada, mas ainda “engatinham” nisso, pois nem Saltério organizado têm, mas sonham com um saltério Brasileiro para louvar e glorificar a Deus com aquilo que Ele mesmo compôs sem impor isso às consciências daqueles que não têm esta convicção puritana.

6. Os Puritanos e as puritanas nunca permitiram que as mulheres orassem no culto público, nem que ensinassem à congregação, nem pregassem a Palavra. Eles, como Calvino, sempre entenderam que esta era uma prerrogativa dos homens que lideram a Igreja e que ninguém pode delegar esta autoridade à mulher visto que Deus nunca autorizou qualquer concílio ou liderança eclesiástica a assim proceder. Os Puritanos nunca transferiram para a mulher uma atribuição de autoridade própria dos homens por Deus delegada. Os Puritanos faziam assim, não porque achassem que isso era uma prática apenas cultural, ao contrário, era essencialmente uma questão teológica. Os neopuritanos, ainda que concordem com isso, por falta de maior convicção e hábito, por constrangimento e receio, ainda tropeçam, mas sonham com esta prática na igreja de hoje.

7. Os Puritanos levavam muito a SÉRIO o dia do Senhor e o momento de Culto a Deus. Na pregação, nos sacramentos, nas orações, nos cânticos dos salmos e na leitura bíblica. Na adoração tinham aversão a uma postura irreverente e descontraída por entenderem que estavam na presença de um Deus santíssimo; assim o zelo do Senhor os consumia porque sabiam que Deus é fogo consumidor. Criam que isso não deveria ser um traço de uma época, mas uma essencial prática teológica e piedosa. Os neopuritanos estão longe desta realidade, pois, forçosa e frequentemente, assumem, não sem constrangimento e vergonha, a posição Nicodemita[2] de desconsiderar este temor santo que caracterizava o coração puritano. No entanto, sonham e batalham neste sentido, sendo por isso criticados e ridicularizados.

8. Os Puritanos são chamados de os teólogos da santificação e conseguiram experimentar uma vida de pureza. Os neopuritanos se envergonham de sua mediocridade nesta área. Os neopuritanos não sabem o que isso significa na prática. Pecam por apenas admirar a ortopraxia puritana, mas não vivenciá-la. Nesta área, os neopuritanos são uma vergonha, no entanto sonham com dias melhores, sonham com um grande despertamento santificador na Igreja de Cristo associado a um profundo conhecimento doutrinário.


9. Os Puritanos foram exemplos de piedade e ortodoxia. Foram gigantes na pregação, na interpretação das Escrituras, no ensino, no magistério, mas também na vida santa e piedosa. Para os Puritanos Presbiterianos a ortodoxia estava representada e hermeneuticamente expressa na Confissão de Fé de Westminster, nos Catecismo Maior e Breve e no Diretório de Culto. Fora disso temiam se colocar na posição vulnerável de uma neo-hermenêutica que viesse a permear os púlpitos e o ensino da Igreja. Hoje poucos escrevem e ensinam teologia de uma forma tão ortodoxa, santa e piedosa como os Puritanos fizeram; hoje poucos meditam nas grandezas de Deus e as vivenciam como eles. Os neopuritanos têm conhecimento deste fato e, por suas incoerências, limitações e fraquezas, coram de vergonha, mas sonham com esta vivência doutrinária e experimental.

10. Os Puritanos pregavam e ensinavam que os dons extraordinários do Espírito Santo foram próprios da era apostólica quando “Os apóstolos, os profetas e os que possuíam o dom de línguas, de curar e fazer milagres, foram oficiais extraordinários empregados a princípio por nosso Senhor e Salvador para reunir seu povo de entre as nações, conduzindo-os à família da fé. Esses oficiais e dotes miraculosos cessaram há muito tempo”[3] e que, sendo a Palavra de Deus suficiente, não existem novas revelações do Espírito. O Sola Scriptura era o grande fundamento dos Puritanos. Os neopuritanos, ainda que concordando com esta verdade e lutando por ela com grande ênfase, a têm no coração ainda de forma mais teórica do que prática; no entanto sonham com a pureza desta verdade: Só a Escritura é indispensável, “tendo cessado aqueles antigos modos de Deus revelar a sua vontade ao seu povo” (CFW – 1:1).
11. Os Puritanos não comemoravam Páscoa e Pentecostes porque consideravam que estes dias, tanto quanto as festas dos tabernáculos, das primícias, os sacrifícios expiatórios de animais, etc. foram instituições levíticas abolidas em Cristo. Os Puritanos amavam a doutrina da encarnação do Verbo e pregavam sobre os textos que falam claramente sobre este evento, mas não comemoravam o Natal por ser um dia ou uma festa não ordenada por Deus, além de ter origem pagã e papal. Os neopuritanos, porém, ainda sofrem e caem sob a pressão e imposição reivindicadas pela tradição da cultura cristã dos nossos dias, contudo ainda conseguem pelo menos se manifestar pela supressão desta prática não encontrada na Igreja primitiva apostólica.

12. Os Puritanos não tinham corais e solos no culto, mas o louvor era puramente congregacional. O esplendor dos corais e os cantores do Templo de Jerusalém que seguiam uma orientação levítico-sacerdotal-masculina eram considerados prática cerimonial e que os sacerdotes de hoje (sacerdócio de todos os santos) são todos os crentes que congregacionalmente louvam ao Senhor na simplicidade cúltica Reformada. Os Neopuritanos ainda coxeiam nesta área, mas enfrentado grande oposição, resistência e desprezo, lutam e buscam esta visão puritano-reformada.

Conclusão: Os alcunhados Neopuritanos, ou devem ser encorajados a permanecer no mesmo conhecimento bíblico, convicção doutrinária, fé experimental, luta e piedade de seus pais antecessores que redigiram os documentos de Westminster ou devem ser desencorajados e não tolerados por tentarem ser cristãos como os Puritanos foram: Um suposto introspectivo grupo pietista radical de um período distante da história que, de modo não reformado, minimalista, restritivo e legalista, redigiram documentos eclesiásticos próprios da sua cultura e época — CONFISSÃO DE FÉ DE WESTMINSTER, O CATECISMO MAIOR DE WESTMINSTER, O BREVE CATECISMO DE WESTMINSTER, O DIRETÓRIO DE CULTO DE WESTMINSTER E UM SALTÉRIO (que continha os salmos, hinos e cânticos espirituais “supostamente” recomendados pelo apóstolo Paulo).

[1] Apelido dado pela primeira vez na história do presbiterianismo e do evangelicalismo brasileiro a um grupo indefinido de crentes que lutam por uma reforma da Igreja do Brasil segundo os padrões de Westminster produzidos pelos Puritanos e subscritos pelas Igrejas Presbiterianas em quase todo o mundo. Aqueles que, de forma pejorativa, apelidaram estes irmãos com esta alcunha de Neopuritanos estão a afirmar é que este tipo de puritanismo reformado é diferente, “novo” e “estranho”, aos símbolos de Fé de Westminster ou no mínimo diferente do Presbiterianismo hoje praticado e oficialmente exigido e praticado pela maioria das igrejas Presbiterianas. Ou seja, os aplicadores desta alcunha buscam e vivem um Presbiterianismo diferente dos nossos pais do passado — um “presbiterianismo brasileiro” — como se fosse coerente e sensato viver um neopresbiterianismo com características próprias da cultura evangélica brasileira e da erudição de scolars brasileiros como sendo o padrão de equilíbrio hermenêutico e de prática cristã reformada. Como pode ser isso? Resposta: Caso o presbiterianismo brasileiro afirme que é fidelíssimo aos padrões de Westminster e se oponha à visão puritana explicitada na Confissão de Fé de Westminster e seus Catecismos, somos forçados a responder a esta indagação dizendo que existe um novo entendimento em relação aos Padrões de Westminster e, consequentemente uma “neo-hermenêutica forçosamente advinda de uma reinterpretação deste padrões há séculos já consagrados dentro da herança e tradição reformada.

[2] Uma alusão à Nicodemos, entre os fariseus, um dos principais dos judeus (João 3:1-2) que ocultamente procurou a Jesus, mas ainda permanecendo na prática do judaísmo. O termo "Nicodemitas" foi aplicado a criptoprotestantes franceses que escondiam suas convicções ao assistir a missa e outras ordenanças romanas de adoração. Esses protestantes viviam ocultamente em terras papais e temiam que uma declaração aberta de sua fé lhes traria perseguição ou a perda de suas posses e o status social. Alguns, para se justificar, recorreram ao exemplo de Nicodemos (que veio à noite falar com Jesus), como pretexto para manter suas convicções em segredo, até mesmo ao ponto de fingir serem romanistas no seu comportamento exterior. Calvin rebuked the Nicodemites, by showing that the scriptures require believers to remain undefiled by idolatry (such as the popish Mass). Calvino repreendeu os Nicodemitas, mostrando que as Escrituras exigem que os crentes devem permanecer imaculados da idolatria (como a missa papista). Quase um ano antes da morte do reformador Lutero, Calvino lhe escreveu uma carta pedindo-lhe para escrever em poucas palavras sua opinião sobre os Nicodemitas na França, bem como sua opinião acerca do escrito em que ele, Calvino, rejei­tava sua prática de continuar participando de cerimônias conforme o rito romano mesmo tendo assumi­do uma consciência evangélica. Melanchthon, portador da carta de Calvino, se opôs a entregá-la a Lutero.
[3] MANUAL DE CULTO, da IPB, página 70.

Fonte:revista os puritano ( http://www.blogsptospuritanos.com/.)

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POSTADO POR : miguel silva