sábado, 8 de maio de 2010

O Molinismo (Parte I)


Observando o fato do frenquente uso dos arminianos dos argumentos molinistas de William Lane Craig[1], inicio aqui uma série de textos sobre o molinismo, que não tem intenção de ser exaustiva, mas unicamente elucidativa sobre o tema. Primeiramente, uma pequena biografia de Luiz Molina, para os ainda não familiarizados com o tema:
            Luis de Molina nasceu em Cuenca e morreu em Madrid. Todavia, a sua ação de intelectual e professor esteve durante muitos anos ligada a Portugal, pois fez o noviciado em Coimbra, cidade na qual estudou Filosofia e Teologia, tendo também lecionado Filosofia no Colégio das Artes de Coimbra e Teologia na Universidade de Évora. Molina não foi um mero repetidor ou compilador das opiniões da escola, pois sobressai no panorama cultural ibérico também pela novidade e arrojo das suas teorias, razão por que muitas delas se revestiram de intensa polêmica, chegando a sua primeira obra, uma síntese do seu curso em Évora de 1570-73, no qual comentava a primeira parte da Suma Teológica de S. Tomás, a merecer a proibição de Roma. No entanto as suas duas obras mais notáveis são o De Concordia e o De Iustitua et Iure. A primeira motivou acesa polêmica entre jesuítas e dominicanos, e ficou célebre na história da filosofia pela exposição que faz do tema da ciência média, que é suposto ter sido primeiramente exposto por Pedro da Fonseca nas suas lições em Coimbra. Em todo caso, tendo sido Molina o seu principal expositor público, ficou esta questão associada ao seu nome, com a designação de molinismo.[2]
Mas não é da vida de Luiz Molina que eu vim falar, porém de sua teoria sobre a conciliação entre a soberania de Deus e a liberdade humana, e mais exatamente, a onisciência divina. No livro Filosofia e Cosmovisão Cristã na página 634 do livro, encontramos o início da exposição sobre o molinismo:
            “De acordo com Luiz Molina, teólogo da Contra-Reforma, logicamente antes do decreto divino de criar um mundo, Deus possuía não apenas conhecimento de tudo o que poderia acontecer (conhecimento natural), mas também de tudo o que iria acontecer em qualquer conjunto apropriadamente específico de circunstâncias (conhecimento médio).”[3]
Para o molinismo existem três tipos de conhecimento em Deus: Conhecimento Natural, Conhecimento Médio e Conhecimento livre. O conhecimento natural é o conhecimento de todos os mundos possíveis[4], o conhecimento médio é seu conhecimento de todas as proposições contrafactuais[5] contingencialmente verdadeiras, incluindo as ações autônomas[6] das criaturas. Portanto, Deus tem a capacidade de eliminar os mundos possíveis que não são factíveis por algum motivo, que pode ser lógico (contradições, falácias e etc), e os mundos que diante das proposições contrafactuais não são factíveis para as ações livres dos homens. Por fim, o conhecimento livre é o conhecimento do mundo real.
Numa ordem cronológica, mediante o raciocínio divino, Deus inicialmente conhece a diversidade de mundos possíveis, depois, por meio da análise das proposições contrafactuais, ele elimina os mundos possíveis não factíveis levando em consideração o livre-arbítrio do homem, então Deus decreta todas as coisas, e assim, tudo que foi decretado acontece. Para ficar mais claro usando um exemplo que Moreland e Craig usam, seria assim:
(Imagine que Deus deseja decretar o momento em que o Apóstolo Pedro negou a Jesus)
            Momento 1 – Deus conhece todos os mundos possíveis sobre o Apóstolo Pedro.
            Momento 2 – Deus sabe que Se Pedro estivesse nas circunstâncias C, ele voluntariamente negaria a Cristo três vezes. Portanto, Ele elimina todos os mundos possíveis que se Pedro estivesse nas mesmas circunstâncias, ele faria outra coisa, pois este mundo não é factível.
            Decreto Divino.
            Momento 3 - Deus conhece o mundo real.
“Desta forma, ele sabe, simplesmente baseado em seus estados internos e sem qualquer necessidade da percepção do mundo externo, que Pedro livremente negará a Cristo três vezes.”[7]
E ainda:
“Deus conhece tão bem a essência individual de todas as possíveis criaturas que ele sabe exatamente o que aquela criatura faria sob um determinado conjunto de circunstâncias nas quais Deus a colocasse, ou então que Deus, sendo onisciente, simplesmente discerne todas as verdades existentes e, anteriormente ao decreto divino, não apenas são verdades necessárias, mas verdades contrafactuais e, portanto, Deus possui não apenas conhecimento natural, mas também conhecimento médio.”[8]
Uma das maiores objeções contra o molinismo é a negação de que Deus realmente possui o conhecimento médio. Moreland e Craig defendem a sua existência por meio de um silogismo:
1.      Caso existam contrafactuais verdadeiros sobre a livre escolha das criaturas, então Deus conhece essas verdades.
2.      Existem contrafactuais verdadeiros sobre a livre escolha das criaturas.
3.      Caso Deus conheça contrafactuais verdadeiros sobre a livre escolha das criaturas, então Deus os conhece de forma lógica anterior ao decreto criativo divino ou apenas logicamente depois do decreto criativo divino.
4.      Contrafactuais sobre as escolhas livres das criaturas não podem ser conhecidos de forma lógica somente após o decreto criador divino.
5.      Logo, Deus conhece contrafactuais verdadeiros sobre a livre escolha das criaturas. (MP, 1,2)
6.      Logo, Deus conhece contrafactuais verdadeiros sobre a livre escolha das criaturas de forma lógica, antes do decreto criador divino, ou apenas de modo lógico após o decreto criador divino. (MP, 3,5)
7.      Logo, Deus conhece os contrafactuais verdadeiros sobre livre escolha das criaturas antes do decreto criador divino. (DS, 4,6)
A premissa 1 é a definição básica de onisciência, assim, não precisa ser provada. A premissa 2 é provada pela normalidade do uso dos contrafactuais, e do próprio uso na Bíblia (I Coríntios 2.8[9]). A premissa 3 apresenta duas possibilidades complementares, e portanto, é verdadeira. A premissa 4 é provada no fato de que para haver contrafactuais sobre as escolhas livres das criaturas é preciso que eles sejam verdadeiros logicamente antes do decreto divino.
Tendo provado os três tipos de conhecimento de Deus, o que temos é uma total compatibilidade entre soberania divina e liberdade humana. Preciso explicar, que este texto tem a intenção exclusiva de expor o pensamento molinista, mas não fazer nenhum juízo de valor ou refutação. Tudo isto deverá ser feito na parte II que sairá em breve.
Ronaldo Barboza de Vasconcelos.


[1] William Lane Craig é Phd e Thd, considerado um dos maiores apologétas da atualidade, já fez vários debates com ateus, e seus vídeos podem ser encontrados no Youtube. Para conhecer mais:http://pt.wikipedia.org/wiki/William_Lane_Craig
[2] Fonte: http://cvc.instituto-camoes.pt/filosofia/ren14.html (Consultado em 02/04/2010).
[3] Craig, William Lane, Moreland, J.P. Filosofia e Cosmovisão Cristã. São Paulo: Vida Nova, 2005. Pg. 634.
[4] “Em exploração e explanação a natureza da necessidade, Leibniz recorre a ideia de mundos possíveis; nós não podemos fazer melhor. Assim, nós devemos perguntar inicialmente que tipo de coisa um mundo possível é. A primeira e básica resposta é que ele éum modo como as coisas poderiam ter sido; ele é um modo que o mundo poderia ter sido; ele é uma conjuntura possível de algum tipo. Existem tais coisas como conjuntos de relação; entre elas nós encontramos alguns que obtemos, ou são efetivados, e alguns que não obtemos. Então, por exemplo, Kareem Abdul-Jabbar ter mais de 2 metros de altura é um conjunto de relações, assim como Spiro Agnew ser presidente da Universidade de Yale. Conquanto, cada um destes é um conjunto de relação, o primeiro, mas não o segundo se obtém, ou é efetivado. E embora o segundo não seja efetivado, ele é um conjunto de relação possível; sob este aspecto ele difere de a viagem de Davi foi mais rápida do que a velocidade da luz e Paulo fez um quadrado circular. O primeiro destes dois últimos itens é casualmente ou naturalmente impossível; o segundo é impossível amplamente no sentido lógico. Um mundo possível, então, é um conjunto de relações possíveis – algo que é amplamente possível no sentido lógico. Mas nem todo conjunto de relações possíveis é um mundo possível. Para clamar esta honra, um conjunto de relações deve ser máximo ou completo. Socrates ter um nariz arrebitado é um conjunto de relações possíveis; ele não é completo ou inclusivo o suficiente para ser um mundo possível. Mas o que é esta “completude”? Aqui nós precisamos de um par de definições. Deixe-nos dizer que um conjunto de relações S inclui um conjunto de relações S se ele não é possível (na amplitude do senso lógico) que S obtém e S’ falha em obter – se, isto é, o conjunto dos conjuntos de relações S mas não S’ (um conjunto de relações que obtemos se e somente se S obtém e S’ não) é impossível.” (PLANTINGA, Alvin.The Nature of Necessity. New York: Oxford University Press, 1974. Pág. 44-45.)
[5] “Uma condição contrafactual (ou subjuntiva) é um convite à reflexão sobre o que acontece na ‘situação contrafactual’ selecionada, o que quer dizer, em algum outro ‘mundo possível.’” (LEWIS, David K. On the plurality of Worlds. Blackwell, 20-21.) Desta forma, uma condição contrafactual é exemplo das coisas que podem ou devem acontecer caso um mundo possível fosse atual.  
[6] O conceito de autonomia ou livre arbítrio de Moreland e Craig é difícil de entender. No capítulo 13 do livro Filosofia e Cosmovisão Cristã eles elaboram uma tabela onde contrastam compatibilismo e libertismo, no entanto, aparentemente não se posicionam. Ao que parece, eles defendem que as livre ações humanas determinam o conhecimento de Deus, já que Ele conhece todas as possibilidades, mas somente as livre são efetivadas, assim, seriam adeptos da liberdade libertária, em contraposição da liberdade compatibilista.
[7] Craig, William Lane, Moreland, J.P. Filosofia e Cosmovisão Cristã. São Paulo: Vida Nova, 2005. Pg. 635.
[8] Ibid.
[9] Sabedoria essa que nenhum dos poderosos deste século conheceu; porque, se a tivessem conhecido, jamais teriam crucificado o Senhor da glória;

sexta-feira, 7 de maio de 2010

Léxico do Novo Testamento Grego/Português – F.Wilbur Gingrich & W.Danker

Esta é uma edição abreviada de um léxico mundialmente famoso, que faz uso integral de toda literatura grega dos tempos do NT. Informações inestimáveis estão, por essa obra, disponíveis ao estudante da Bíblia de forma acessível.O alvo deste Léxico é fornecer os significados dos vocábulos gregos sem entrar em discussões de hermenêutica e teologia. Isso pode ser encontrado no Novo Dicionário Internacional de Teologia do Novo Testamento (Edições Vida Nova).Durante os últimos anos, muitos pastores e seminaristas têm sentido a falta de um Léxico do Novo Testamento Grego na língua portuguesa, que fosse mais amplo e oferecesse maior seguraçã do que qualquer outra fonte até agora existente.As línguas clássicas ainda exercem fascínio e influência no mundo moderno. O grego do Novo Testamento faz parte dessa lista seleccionada.Só isso justificaria uma obra como o Léxico do Novo Testamento Grego – Português.Os que estudam com mais profundidade o Novo Testamento percebem desde cedo a importância de conhecer o grego neotestamentário.O vocabulário técnico da teologia está impregnado desse idioma. E esta valiosa ferramenta fornece os significados dos vocábulos gregos sem entrar em discussões de hermenêutica e teologia.A ênfase no sentido básico das palavras é um diferencial deste léxico que é ao mesmo tempo conciso e amplo, erudito e de fácil consulta.Apesar da especificidade deste léxico, são evitados dados etimológicos complicados de interesse restrito primariamente aos especialistas.Isso faz desta obra uma fonte de consulta para todos os interessados No estudo do grego do Novo Testamento.Além disso, esta edição inclui um grande número de formas flexionadas, o que ajuda o iniciante a deixar de lado outras fontes de ajuda analítica.O bem conhecido Léxico de Novo Testamento Grego – Português de F. W. Gingrich e F. W. Danker é, sem dúvida, uma publicação mais do que imperativa para o campo da Academia teológica. a comunidade académica, incluindo pastores e seminaristas, encontrará nesta publicação de manuseio simples e claro uma fonte de segurança intelectual de alta qualidade.

Doado por: Anónimo

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postado por: miguel silva

É A OVELHA NEGRA DA FAMÍLIA


Como bem sabemos, por mais exemplar que seja uma família, ela não é perfeita. Por mais lições que possamos aprender com essa família, infelizmente ela também erra. Por sua vez, há sempre aquele(a) na família que dá mais trabalho do que os demais.
Esse(a) passa a ser visto(a) como a Ovelha Negra da Família. Mas de onde surgiu essa frase? Eis a sua história:
“A história desta frase nasceu do trabalho de pastoreio. Em todo rebanho sempre existe aquele animal de trato difícil, insubmisso, que não acompanha os outros. Está-se cuidando das ovelhas, protegendo-as dos lobos, providenciando-lhes os melhores pastos, e de repente uma delas se desgarra. Essa é a ovelha negra. Por metáfora, a frase passou a ser aplicada nas famílias ou em outras comunidades aos filhos ou afilhados que não têm bom comportamento. Na Ilíada, Homero (século VI a.C.) relata o sacrifício de uma ovelha negra como garantia do pacto celebrado entre Páris e Menelau, que resultou na Guerra de Tróia. Mas ela não foi punida por mau comportamento. Como tantas ovelhas negras, ela era inocente.” (SILVA: 1998, p.65).

Simpósio 2010 Os Puritanos


A Apena Afiada larga na frente e anuncia o Simposio 2010 "Os Puritanos!
Olha o recado do nosso presbítero Manoel Canuto

Caros irmãos.

Quanto mais vivemos, mais vemos a impiedade aumentar. Os ímpios cada vez mais são iníquos. A iniquidade se multiplica. Porém, o que mais nos preocupa é a impiedade, o mundanismo e a apostasia, dentro da Igreja de Cristo. Cada dia a conduta ética dos cristãos se assemelha à dos descrentes. Li recentemente um livro que afirma: “existe pouca diferença, na estatística, entre as práticas éticas dos religiosos e dos não-religiosos”. Porém, o problema se torna alarmante quando vemos que os crentes não são íntegros no seu proceder. A integridade é uma das maiores necessidades da Igreja, hoje. A Igreja de Cristo hoje não é mais um referencial; nós não mais causamos positiva admiração na sociedade, nossa bandeira está a meio-mastro... Não desejo me referir às igrejas ditas evangélicas, mas que não são Confessionais. Igreja sem confissão não tem rumo. Infelizmente me refiro exatamente àquelas que se dizem subscreventes de uma Confissão herdeira da Reforma Protestante. Pois é exatamente nestas onde deveríamos ver a glória de Cristo.
Os reformados sempre disseram que o fim principal do homem é glorificar a Deus e gozá-lo para sempre. Não tem sido assim. Nunca se viu, em nossa nação, tantos jovens, homens e mulheres, seminaristas, presbíteros e jovens pastores, descobrindo a fé reformada como nos nossos dias. Mas qual tem sido a mudança em nosso proceder, em nossa vida ética e de comunhão? Como está a pureza de nossos corações e de nossas práticas? Quais são nossos hábitos e costumes? Como está nossa santidade, nosso casamento, nossas amizades, nossa mente, nossa devoção, nossa adoração, nossa língua, nossa liderança, nossos Concílios, nosso ministério, nosso compromisso com a verdade. Onde está nossa honra a Cristo?

Com tristeza tenho visto reformados desejando demonstrar conhecimento doutrinário, filosófico, intelectual, racional, mas cheios de soberba, desunião, espírito crítico e desamor. O profeta pergunta: “A quem te compararei, ó filha de Sião? Porque grande como o mar é a tua calamidade; quem te acudirá? Os teus profetas te anunciaram visões falsas e absurdas e não manifestaram a tua maldade, para restaurarem a tua sorte; mas te anunciaram visões de sentenças falsas, que te levaram para o cativeiro...” (Lm 2:13-14).

Com esta preocupação estamos promovendo mais um Simpósio Os Puritanos, porque desejamos compartilhar nossas dores e lágrimas, porque devemos esquadrinhar os nossos caminhos e prová-los e nos voltarmos para o Senhor (Lm 3:40). Sim, mas acima de tudo porque queremos nos lembrar das promessas de nosso misericordioso Deus. Queremos “trazer à memória o que me pode dar esperança. As misericórdias do Senhor são a causa de não sermos consumidos, porque as suas misericórdias não têm fim; renovam-se cada manhã... A minha porção é o Senhor... portanto, esperarei nele” (Lm 3:21-24).

“Por que te esquecerias de nós para sempre? Por que nos desampararias por tanto tempo? Converte-nos a ti, Senhor, e seremos convertidos; renova os nossos dias como dantes” (Lm 5:20,21).


Presbítero Manoel Sales Canuto


Qualquer informação sobre o simposio ligar para 98040804
ou entrar em contato com a Clire "Centro de Literatura Reformada"
Rua são joão, bairro do são josé recife, proximo a estacão do metro do recife

quinta-feira, 6 de maio de 2010

Universal a profanação Cristã!

Irmãos,

O que vocês vão ver agora causa profunda revolta. Principalmente, por ocorrer num local onde há o nome de nosso Senhor e Salvador na porta. Eu não consegui terminar de escrever este texto sem chorar.

A simbologia por trás deste ritual é uma mistureba completa. Faz uma simulação de passagem nos átrios do templo, da via crucis – ou via dolorosa -, passa por idolatria despropositada de água e óleos e culmina na mais descabida heresia da simulação de um sacrifício em um altar (na verdade, uma coluna para sacrifício, como a de Jacó) com direito a sangue falso e tudo.

Qualquer pessoa que tenha entendimento o bastante para ter aceitado Jesus Cristo como seu Salvador, há de ter compreendido ao confessá-Lo como Senhor que:

Cristo, o nosso Sumo Sacerdote, é "santo, inculpável, sem mácula, separado dos pecadores. Que não tem necessidade, como os sumos sacerdotes, de oferecer todos os dias sacrifícios, primeiro, por seus próprios pecados, depois, pelos do povo; porque fez isto uma vez por todas, quando a si mesmo se ofereceu" (Hebreus 7:26-27). Cristo, por meio de seu sangue, entrou no lugar santo do céu, tendo obtido para nós a redenção eterna e agora apresenta-se a nosso favor diante da face de Deus (Hebreus 9:12, 24). O resultado da expiação é nossa redenção, pelo seu sangue, a remissão dos pecados" (Efésios 1:7). Na verdade, ele "nos ama, e, pelo seu sangue, nos libertou dos nossos pecados" (Apocalipse 1:5). Onde há remissão de pecados, "já não há oferta pelo pecado" (Hebreus 10:18), porque Cristo é a propiciação pelos nossos pecados, o meio pelo qual Deus se reconcilia ao homem pecador (1 João 2:2).

Também há de perceber que o simulacro de sacrifício visto nestas cenas – e não estranhe se em breve cordeiros forem sacrificados neste mesmo altar – constitui extrema ofensa!

Que o Senhor tenha piedade dos que são incapazes de entender isto, e que venha a Sua ira a fulminar esta cambada de sacerdotes estelionatários da IURD!


O esquema passo a passo

As luzes se apagam e a música emocionante toca!
















O povo se junta na entrada dos átrios . O berrante de crente toca e a turma anda.


















Cada átrio tem um nome de uma causa impossível (emprego, casa própria, marido corno, espinhela caída... São 30 átrios. Clique para ampliar e ver, pois estou sem paciência.



O último é SUCESSO! (do bispo, claro!)



Aqui faz igual na igreja católica. Molha o dedinho na água. Não! Igual não! São 7 tipos de água – do rio, do mar, da chuva, da cachoeira, do lago, do filtro, da fonte e da chuva (está faltando a do vaso sanitário, já mandei minha carta ao bispo com a solicitação).




















No palco, fazendo a fila andar – para o gasofilácio, claro – estes dois camaradas vestidos de sacerdotes saduceus.
















Para finalmente, chegarmos ao ápice desta atrocidade. O sacrifício: Para cada clamor do povo é simulado um sacrifício, com direito a derramar sangue cenográfico e tudo em cima da coluna de sacrifício. Repare ainda o "bater cabeça" que é outro ritual do candomblé e do satanismo em geral.


















"Vós sois do diabo, que é vosso pai, e quereis satisfazer-lhe os desejos. Ele foi homicida desde o princípio e jamais se firmou na verdade, porque nele não há verdade. Quando ele profere mentira, fala do que lhe é próprio, porque é mentiroso e pai da mentira." João 8:44


Quer ganhar uma grana?
Abre um galinheiro gospel! Em menos de um ano certos templos estarão comprando galinha viva para sacrifício! É profetada da boa!


Que o Espirito de Deus nos conforte,

Maranata!


Anderson Queiroz



terça-feira, 4 de maio de 2010

A Reforma Protestante

Mais uma sobre Reforma !

Por: Rev. José Roberto Costanza

A Igreja Cristã nasceu no momento em que Jesus convocou Seu primeiro discípulo para a obra de Deus (ver Jo 1.35-51). Jesus chamava, e as pessoas vinham se agregar ao Grupo Santo. A história da vida do Mestre nós bem a conhecemos, através dos Evangelhos e demais livros do Novo Testamento. Mas, o que aconteceu quando o Cabeça da Igreja deixou este mundo?
Atos 1.6-12 nos fala da ascensão do Senhor e nos reporta que a Igreja perseverava unânime em oração.

Ora, sabemos que é impossível buscar a presença do Senhor sem a ação do Espírito. O Evangelho de João nos diz que o Espírito já havia sido dado aos discípulos antes do Pentecoste, diretamente por Jesus ressurreto (Jo 20.22). Sob o poder e ação do Espírito esses mesmos discípulos escolheram Matias, como substituto para Judas Iscariotes, o traidor.
Cinqüenta dias depois da Páscoa, na festa do Pentecoste, o Espírito foi outorgado à Igreja de maneira plena, para não somente conduzi-la à Salvação e à Glória com o eterno Pai, mas, sobretudo, lhe dar poder para testemunhar de Cristo.

A História da Igreja Cristã se divide, pois, em dois períodos aparentemente distintos, mas, na realidade, praticamente não há diferença entre eles. O primeiro nos fala dos atos de Jesus e de Seus seguidores, até o dia em que Ele foi elevado às alturas (At 1.2). Sem que houvesse descontinuidade, no segundo período, Jesus age através do Espírito Santo. É isso que Lucas quis dizer na introdução ao livro de Atos. O Pentecoste foi o cumprimento da Promessa, conforme o relato do mesmo Lucas, em seu Evangelho (Lc 24.49). A Igreja, que já era nascida do Espírito, recebeu a Sua plenitude, o “batismo de poder” de que nos falam os pais reformados. Tinha o Espírito, orou unânime, e o Espírito foi derramado em Sua plenitude.

O Pentecoste nos mostra quão grandiosa é a bênção decorrente de uma Igreja unânime em oração. Milhares foram batizados, a Igreja cresceu, prosperou e testemunhou de Cristo: em Jerusalém, na Judéia e Samaria e até os confins da terra, conforme a promessa de Jesus em At 1.8.
Às vezes, no curso da História da Igreja, houve momentos em que nos é difícil ver a ação do Espírito Santo de Deus. Em alguns períodos parecerá que toda a Igreja abandonou por completo a fé bíblica. Contudo, devemos nos lembrar que a História da Igreja é também a história dos atos de pessoas pecadoras como nós e, se abrirmos bem os nossos olhos, e olharmos para a História com os óculos da fé, veremos que, nos momentos mais escuros da história eclesiástica, nunca faltaram aqueles que preservaram a chama santa e ajudaram a conduzir a Igreja no caminho certo. E dentre os que preservaram a fé certamente estão inseridos os reformadores do século XVI.

No início do século XIV, apesar das vozes de protesto dos verdadeiros crentes, a liderança da Igreja Romana teimava em manter a Arca da Fé fora dos rumos estabelecidos pelas Sagradas Escrituras. Diante de tal situação, surgiram vozes de protesto, propugnando por uma reforma na Igreja. Essas vozes ou foram insuficientes ou foram caladas pela fogueira. Mas o Deus Todo-Poderoso, por sua Providência, tal como já havia operado por ocasião da vinda de Cristo, criou as condições necessárias para que a Reforma pudesse subsistir.

Assim é, como diz João Calvino no livro IV das Institutas, quando necessário, Deus pode suscitar apóstolos e evangelistas para intervir soberanamente na vida da Igreja. Para Calvino, o grande reformador Martinho Lutero é um exemplo típico de apóstolo de Jesus Cristo, e através de quem a pureza do Evangelho recuperou a sua honra.
Lutero, em 1505, com 22 anos, resolveu tornar-se um monge agostiniano. Sua justificativa para tal ato foi a de que o caminho mais adequado para a salvação era através da vida monástica.

Mas, no convento, Lutero não encontrou a paz de espírito desejada. O sentimento de culpa pelo pecado e a sensação de estar sempre debaixo da ira divina fez com que ele se excedesse em jejuns, vigílias e flagelações; além do quê, procurava seu confessor a toda hora. Em 1512, para tentar minorar a angústia do futuro reformador, seu superior, Staupitz, mandou que ele fosse lecionar Filosofia e Teologia na nova universidade de Wittenberg, recebendo, para o exercício do cargo, o título acadêmico de doutor em teologia.
No ano seguinte, enquanto lia a Carta aos Romanos, Lutero deparou-se com o texto “O justo viverá por fé” (Rm 1.17 b) e concluiu que a “justiça de Deus” não se refere ao fato de que Deus castigue os pecadores; mas, que a justiça do justo não é obra sua, mas um dom ou dádiva de Deus.

O crente vive pela fé, não porque seja justo em si mesmo, ou porque cumpra as exigências da justiça divina, mas porque Deus lhe dá esse dom. A fé não é uma qualidade do homem, pela qual ele mereça uma recompensa da parte de Deus.
A justificação pela fé, pela qual o homem recebe o perdão gratuito de Deus, não pressupõe a indiferença de Deus diante do pecado. Pelo contrário, Deus é santo, e o pecado lhe causa repugnância. O cristão é, ao mesmo tempo, justo e pecador. Ele não deixa de ser pecador quando é justificado. Pelo contrário, quem recebe a justificação pela fé descobre, em si mesmo, o quanto é pecador, e não por ser justificado é que deixa de pecar. Finalmente, a justificação não é ausência do pecado, mas o fato de que Deus nos declara justos ainda que em meio ao nosso pecado. Esta é a verdade da justificação pela fé; e contra esta verdade, e acima dela, pairava o ensino da igreja romana que o homem pode alcançar a salvação pelas obras.

Nessa época, Lutero ainda não tinha percebido que sua grande descoberta se opunha a todo o sistema de penitências da Igreja Católica.
Por mais de quatro anos, Lutero trabalhou em Wittenberg sem romper com a igreja. Até que, em 1517, apareceu, nas cercanias da cidade, um homem chamado João Tetzel, enviado para vender indulgências emitidas pelo papa. Tetzel afirmava, entre outras coisas, que os aqueles que comprassem as indulgências por ele vendidas, ficariam mais limpos que Adão antes de pecar. Essas indulgências, em última análise, ofereciam diminuição das penas do purgatório, até para os parentes já mortos (“tão pronto a moeda caísse no cofre, a alma saía do purgatório”). Ao saber do fato, Lutero se indignou, uma vez que o tráfico das indulgências estava desviando o povo do ensino a respeito de Deus e do pecado, enfraquecendo seriamente a vida moral do povo. Decidiu, então, enfrentar tão grande erro e abuso.

Nas universidades medievais, era costume apor-se, em lugares públicos, a defesa ou ataque de certas opiniões. Esses escritos eram chamados de “teses”, nas quais se debatiam as idéias e se convidavam todos os interessados para uma discussão acadêmica. No dia 31 de outubro de 1517, véspera do dia de Todos os Santos, quando muita gente comparecia à igreja do castelo de Wittenberg, Lutero afixou, nas portas dessa igreja, 95 teses que deviam servir de base para um debate acadêmico, onde atacou principalmente a prática das indulgências, declarando que estas não tinham poder para remover a culpa ou afetar a situação das almas no purgatório; e que o cristão arrependido tinha o perdão vindo diretamente de Deus. Segundo Lutero, se era verdade que o papa tinha poderes para tirar uma alma do purgatório, ele tinha que utilizar esse poder, não por razões triviais como a necessidade de fundos para construir uma igreja, mas simplesmente por amor, e assim fazê-lo gratuitamente (tese 82).

A venda de indulgências que Lutero atacou havia sido autorizada pelo papa, em troca de que a metade do produto fosse enviada para os cofres da Igreja. Com esse dinheiro, o papa Leão X sonhava com o término da Basílica de São Pedro. Sobre este assunto Lutero ainda declarou: “… o certo é que o papa deveria dar o seu próprio dinheiro aos pobres de quem os vendedores de indulgências tiravam, mesmo que para isso tivesse que vender a Basílica de São Pedro” (tese 51). A grande basílica, que é hoje o orgulho da Igreja romana, foi uma das causas indiretas da reforma protestante.
As teses negavam, ainda, o pretenso poder de a igreja de ser mediadora entre o homem e Deus e de conferir perdão aos pecadores. A resposta da Igreja Romana foi rápida e violenta, visto que Lutero havia mexido em uma das maiores fontes de receita da Igreja.

Diante das teses e da repercussão que elas alcançaram, o papa intimou Lutero a comparecer a Roma para se justificar. Ora, isso significaria morte certa. Lutero não escaparia da fogueira. Por providência divina, o Eleitor da Saxônia protegeu seu súdito, ordenando que o caso fosse discutido na Alemanha. No debate que se seguiu, Lutero foi mais longe ainda, declarando que o papa não tinha autoridade divina e que os concílios eclesiásticos não eram infalíveis. Essas afirmações configuraram um rompimento definitivo com a Igreja Católica Romana.
Aberta assim a luta, o Reformador prosseguiu sem temor, agindo com muita rapidez. O que mais chocou a Igreja Católica foi sua afirmativa de que nem o papa, nem os sacerdotes tinham poderes sobrenaturais. Ora, caso essa idéia encontrasse apoio e adesão, a Igreja sofreria um tremendo golpe em sua autoridade. E Isso aconteceu. Essa é a razão pela qual Lutero é, ainda hoje, considerado, por alguns setores mais ortodoxos da Igreja Católica, como o herege destruidor da unidade da Igreja, um javali selvagem que penetrou na vinha do Senhor (bula “exsurge domine). Lutero passou então a provar que todos os cristãos são sacerdotes, tendo acesso à presença de Deus mediante a fé em Cristo. Negou que somente o papa pudesse interpretar as Escrituras. Estas, disse ele, podiam ser interpretadas por qualquer crente sincero.

Em vista de suas afirmações, o povo viu que qualquer pessoa podia ser verdadeiramente cristã sem ter a necessidade de prestar obediência ao papa.
Como era de se esperar, Lutero foi excomungado pelo papa, mas esse ato só seria tornado efetivo após a aprovação pelo parlamento alemão, chamado “Dieta”, que foi convocado para se reunir, em 1521, na cidade de Worms. Na Dieta, Lutero foi instado pelo imperador a se retratar de seus atos e livros que escrevera, ao que respondeu: “É impossível retratar-me, a não ser que me provem que estou errado, pelo testemunho das Escrituras… Minha consciência está alicerçada na Palavra de Deus. Assim Deus me ajude. Amém”. Diante das palavras de Lutero, houve grande confusão. De um lado, os partidários do papa, que gritavam: “à fogueira com ele”; e de outro, seus compatriotas alemães fizeram um escudo humano para protegê-lo, retirando-o do ambiente. O Parlamento decretou Lutero fora da lei e a destruição de seus escritos, mas os alemães o protegeram, escondendo-o em um castelo amigo. Durante o período em que esteve recluso, Lutero aproveitou para traduzir a Bíblia para o alemão, cujas cópias foram colocadas nos bancos das igrejas. Os dotes musicais de Lutero o impeliram a redigir, baseado no salmo 46, a letra daquele que viria a ser o hino da Reforma: “Castelo Forte é o Nosso Deus”

Lutero fez da Palavra de Deus o ponto de partida e a autoridade final de sua teologia. Como professor das Sagradas Escrituras, a Bíblia tinha para ele grande importância. A Palavra de Deus, na realidade, transcendia o revelado na Bíblia, pois ela é nada menos que Deus mesmo, a segunda pessoa da Trindade, o Verbo que se fez carne e habitou entre nós (Cf. Jo 1). Sim, essa Palavra se encarnou em Jesus Cristo, que, por sua vez, é a revelação máxima de Deus e sua máxima ação. Em Jesus, Deus se nos deu a conhecer e, como Cristo, venceu os poderes do maligno, que nos sujeitavam. A revelação de Deus é também a vitória de Deus. A Bíblia é, então, a Palavra de Deus porque nela Jesus Cristo chega até nós.
Para Lutero, a autoridade final está no Evangelho, na mensagem de Jesus Cristo, que é a Palavra de Deus encarnada. Visto que a Bíblia dá um testemunho mais fidedigno desse Evangelho do que a igreja corrompida do papa, a Bíblia tem autoridade sobre a Igreja.

A teologia de Lutero nos diz ainda que é possível ter certo conhecimento de Deus por meios puramente racionais ou naturais. Este conhecimento permite ao ser humano saber que Deus existe, e distinguir entre o bem e o mal. Porém, esse não é o verdadeiro conhecimento de Deus. A Deus não se conhece como quem usa uma escada para subir ao telhado. Todos os esforços da mente humana para elevar-se ao céu e conhecer a Deus são totalmente inúteis. Esses esforços nos conduzem à teologia da Glória. Tal teologia pretende ver Deus como ele é, em sua própria glória, sem ter em conta a enorme distância que separa o ser humano de Deus. O que a teologia da glória faz, no final das contas, é pretender ver a Deus naquelas coisas que nós humanos consideramos mais valiosas e, portanto, fala do poder de Deus, da glória de Deus, da bondade de Deus.

Porém, tudo isto não é mais do que fazer Deus à nossa própria imagem e pretender que Deus seja como nós mesmos desejamos que Ele seja. O fato é que Deus, em Sua revelação, se nos dá a conhecer de um modo muito distinto. A suprema revelação de Deus tem lugar na cruz de Cristo e, portanto, em lugar da teologia da glória, é necessário que o crente siga o caminho da teologia da cruz. O que essa teologia busca é ver Deus, não onde nós queremos vê-Lo, nem como nós desejamos que Ele seja, mas sim onde Deus se revela, e como Ele mesmo se revela, isso é, na cruz. Ali, Deus se manifestou na debilidade, no sofrimento e no escândalo. Ou seja, Deus atua de modo radicalmente distinto do que se poderia esperar. Deus, na cruz, destrói todas as nossas idéias pré-concebidas da glória divina.
Apesar de seu protesto contra as doutrinas comumente aceitas, e de sua rebeldia contra as autoridades da igreja romana, Lutero sempre pensou que a Igreja era parte essencial da religião cristã, repetindo o aforismo de Cipriano de Cartago (Extra ecclesia, nula salus – fora da igreja, não há salvação). Em sua eclesiologia, a communio sanctorum ou comunhão dos santos, preconizada pelo Credo dos Apóstolos, não contemplava apenas uma comunhão direta do indivíduo com Deus, mas uma vida cristã no meio de uma comunidade de fiéis.

Lutero também combateu o clericalismo na Igreja, pois a Escritura diz que todos os cristãos são sacerdotes (cf. 1 Pe 2.9), podendo, assim, comunicar-se, pela oração, diretamente com o Criador. Mas, isto não quer dizer que cada crente deva isolar-se em si mesmo; pois o ser sacerdote não contempla somente uma relação interpessoal homem-Cristo. O sacerdócio do crente é universal, ou seja, cada crente é sacerdote de seu irmão, estando capacitado a se apresentar diante de Deus para orar por seus irmãos em Cristo e para lhes ensinar as maravilhas do Evangelho. Este sacerdócio comum de todos em benefício de todos une a igreja, pois nenhum cristão pode dizer que é cristão sem aceitar a honra e a responsabilidade do sacerdócio.

Mas, em contraposição ao citado benefício e privilégio, há a responsabilidade e o serviço decorrente. A unidade e igualdade em Cristo devem ser demonstradas pelo amor mútuo e cuidado de uns pelos outros. Isso implica que ninguém pode ser um cristão sozinho. Assim como uma pessoa não pode nascer de si mesmo ou se autobatizar, da mesma forma não se pode servir a Deus sozinho.

Para quem estava acorrentado durante séculos, a liberdade tende a ser confusa e até certo ponto perigosa, porque as pessoas, de uma maneira geral, não têm a justa medida dos limites de sua própria liberdade, ou direito. E isso, na sociedade medieval, gerou muitos conflitos, alguns dos quais enfraqueceram politicamente a Reforma.
Em 1529, tendo recebido reforços daqueles que desistiram, por medo, de apoiar a Reforma, reuniu-se, na cidade de Spira, nova Dieta, para deliberar sobre os últimos acontecimentos que agitavam a nação alemã. A maioria católica decidiu pelo impedimento de qualquer propaganda da Reforma. Contra isso, os do partido de Lutero protestaram, razão pela qual, daí por diante, os seguidores da Reforma são geralmente chamados de “Protestantes”.

No ano seguinte, em Augsburgo, os reformados luteranos expuseram sua teologia, através de uma Confissão, que é considerada a Carta Magna da Reforma Luterana, da qual podemos extrair cinco princípios básicos: 1) só a Escritura, 2) só a Fé, 3) só Cristo, 4) só a Graça e 5) Sacerdócio Universal. A ordem conforme foram apresentados não indica uma maior importância de um sobre os demais, visto que cada um deles tem a ver com os desvios ou erros em que a Igreja Católica havia incidido ao longo de mil e quinhentos anos.

A Dieta de Augsburgo deu um ultimato aos protestantes, o que valeu por uma declaração de guerra, que finalmente eclodiu em 1546, pouco depois da morte de Lutero, que faleceu aos sessenta e três anos.
Ao olharmos para a Reforma com os olhos da fé e não com a ótica do século, como alguns líderes evangélicos hoje o fazem, à luz da influência de livros de história geral, os quais estão impregnados de doutrinas sociais e econômicas, a entendemos como tendo sido um movimento essencialmente religioso. Não há dúvida de que sempre houve uma semente santa na Igreja, mantida pelo Espírito Santo, o toco a que se refere o profeta Isaías (Is 6.13). Esse toco contém uma brasa eterna, o Corpo de Cristo.

A Reforma foi um reavivamento dessa brasa, cuja chama de testemunho se espalhou por toda a terra. Mas uma coisa fica bem clara: a reforma não se produziu porque Lutero, Zuínglio e Calvino, os principais reformadores do século XVI, se propuseram a isso, mas porque chegou o momento oportuno de Deus.
Hoje, nós, os filhos da Reforma, estamos comemorando 486 anos. Ao longo de nossa história houve momentos de plena obediência a Deus e Sua Palavra, assim como períodos de ênfase excessiva em valores puramente humanos. Épocas em que setores do protestantismo, por influência de doutrinas deletérias racionalistas, se afastaram dos ideais dos reformadores, a ponto de romper com uma das essências da fé cristã que é a crença na divindade de Cristo. Doutrinas estranhas à Palavra de Deus, à toda hora estão batendo à nossa porta. Cabe a nós, os atalaias da fé reformada, vigiar e orar, para que o inimigo de nossas almas não nos pegue desprevenidos e nos peneire. Nos dias atuais, mais do que nunca, é preciso que nos mantenhamos fiéis ao aforismo de autoria do reformado holandês Gisbertus Voetius, à época do Sínodo de Dort: “Ecclesia reformata, semper reformanda”, que muitos têm traduzido equivocadamente, mas que quer dizer: Igreja Reformada sempre se mantendo fiel aos princípios da Reforma.

Que as comemorações do dia da Reforma nos façam sempre relembrar que ela, à luz da Palavra de “Deus, estabeleceu princípios, não costumes, e que esses princípios não podem nem dever ser levianamente considerados pela igreja que se diz reformada. Mantenhamos, pois, a sã doutrina dos reformadores, reverenciando aqueles apóstolos de Jesus Cristo, por meio de quem a pureza do Evangelho recuperou a sua honra. E que Deus nos abençoe. Amém.*Pb. José Roberto Costanza é professor no Seminário Teológico Presbiteriano do Rio de Janeiro




Anderson Queiroz

segunda-feira, 3 de maio de 2010

Dicionário Bíblico Strong – Léxico Hebraico, Aramaico e Grego de Strong – James Strong

Tradução para o português da famosa obra de James Strong, The Exaustive Concordance of the Bible. Permite identificar e pesquisar as palavras hebraicas e gregas no texto original, consultando as explicações gramaticais e exegéticas elaboradas por James Strong para cada uma das palavras originais da Bíblia, possui campos de pesquisa próprios, verbetes em hebraico, aramaico e grego com explicação em português e interação com a RA com números de Strong.
Digitalização : PREGADOR JOVEM

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postado por: miguel silva