segunda-feira, 6 de junho de 2011

Um convite a honestidade intelectual no debate sobre homossexual(ismo)(idade)



Talvez uma das temáticas mais discutidas no Brasil atualmente é o comportamento homossexual. E como não poderia deixar de ser para uma temática que cai no senso comum, tem sido grandiosamente mal compreendida ou discutida de maneira desonesta e recheada de falsos conceitos. De um lado temos os grupos homossexuais[1] defensores de todo o tipo de liberdade sexual, e que desejam, mais do que respeito ou liberdade para seu comportamento sexual, problematizar a heteronormatividade e a heterossexualidade.[2]
Por outro lado, alguns líderes evangélicos esbravejam ignorância sobre o tema, pois insistem em afirmar que ser homossexual é uma escolha, que a diferença entre raça, cor ou idade com homossexualismo é porque nos anteriores não há opção, enquanto que ser homossexual é uma opção. Coisa, inclusive, que foi reproduzida pela nossa presidente.[3]
A finalidade deste post não é dar respostas Bíblicas a questão homossexual, nem elencar uma infinidade de textos que chamam essa prática de pecado, nem também dar respostas a como alguém pode abandonar esse pecado, alguns post meus já trataram sobre isso[4]. A finalidade é desafiar para que essa temática seja tratada com mais honestidade e menos raiva. A primeira coisa que preciso fazer é explicar o título do post e o porquê do “ismo” e da “idade”. Isso pode ser respondido ao retornarmos a origem da palavra e ver porque o movimento gay insiste tanto no termo homossexualidade.
Karoly Maria Benkert
A palavra homossexual foi usada pela primeira vez por Karoly Maria Benkert, jornalista austro-hungáro, que dedicou boa parte de sua vida pela defesa dos direitos gays[5]. Tanto o sufixo “ismo” como o sufixo “idade” são designados para substantivos abstratos tendo a sua diferença na origem da língua, o primeiro é grego (ismo) e o segundo latim (itas; itatis). Mas por que eu acredito que o termo “ismo” deva prevalecer? Acredito que é comum em nossa língua o uso de “ismo” para falar de substantivos de alguma escola filosófica ou alguma visão sobre algum aspecto da vida.[6] E por conta da palavra “identidade” ter o sufixo “idade” ficaria estranho o uso de homossexualidade, já que isso não é uma identidade sexual, mas sim uma conduta sexual. A identidade sexual se estabelece nos ditames naturais, vistos em toda criação divina. Em Gênesis, quando Deus cria os animais, os constitui entre machos e fêmeas, não havendo assim, outra identificação sexual. Da mesma forma, o homem é criado como macho e fêmea, não havendo, portanto, alguma identidade híbrida ou neutra. Dessarte, que o comportamento homoafetivo não modifica a identidade sexual do homem, somente faz uso redirecionado da estrutura de individualidade da criação.[7]
Justificado o título, podemos nos aprofundar naquilo que é dito pelos grupos homossexuais. É normal que se encontre em algum desses grupos com o seguinte argumento: “Nós nascemos gays, isso veio da minha própria natureza, como posso ter culpa disso? Ou tentar mudar como eu nasci?” Os mais “cristãos” diriam: “Deus me criou assim, se alguém tem culpa é ele, pois que não tive escolha”. Ao que parece, há algo de verdade no que é dito. É difícil pensar em alguém que um dia tenha levantado da cama e dito pra si mesmo: “Huumm, acho que vou virar gay...”. Ninguém escolhe pra si uma vida de preconceitos, de não aceitações e todos os tipos de dificuldades que um comportamento gay possa causar.[8] Mas se não é uma escolha o que seria? Estariam certos os grupos gays em afirmar que as pessoas nascem assim?[9]
Simon LeVay
Não há nenhum estudo genético que tenha achado algum gene gay, alguns estudiosos chegam a falar de diferenças físicas entre homossexuais e heterossexuais[10], o Dr. John Frame[11] comentando sobre a pesquisa de LeVay diz:
Eu não sou competente para avaliar a pesquisa de LeVay. Eu penso que nós somos sábios em suspender o juízo até que o trabalho de LeVay seja corroborado por outros que são mais objetivos na questão[12]. No entanto, nós devemos notar, como outros tem, que há um problema não respondido do tipo “ovo e galinha” aqui: Como nós sabemos que estas condições (ou talvez a largamente não explorada base física para isso) é a causa, e não o efeito, de um pensamento e comportamento homossexual?[13]
Em todo caso, mesmo que se achasse um “Gene-H” isso não significa que seria algo bom ou natural. Os cientistas já identificaram uma série de doenças[14] que são determinadas geneticamente, no entanto, ninguém diria que isso seria bom ou normal. Logo, vemos um problema lógico nos que argumentam que se algo é inato é bom. Mas, e quanto ao comportamento ser determinado, ou o poder de escolha e mudança ser tolhido por uma determinação genética? Estariam os gays desculpados do seu comportamento, e a Deus, portanto, não poderia lhes impor culpa? Esse é outro passo da discussão e acredito que seja o mais importante.
Alguns cientistas encontram certa relação genética para o alcoolismo[15], será que devemos concluir que os alcoólatras estão desculpados, ou que não se deva mais estimular o abandono desse comportamento? É claro que devemos responder com um grande NÃO. O que as descobertas fazem é dar mais armas para que possamos de modo mais eficiente e rápido solucionar diversos problemas. Não devemos acreditar que as pessoas, por terem genética que os deixem mais propensos a determinados comportamentos, não têm poder para escolher terem ou não esse comportamento. Primeiro, porque mesmo com essa construção genética as evidências não atestam 100% de pessoas alcoólatras, mas uma maior porcentagem do que seria normal. E segundo, porque mesmo essas pessoas, conseguem decidir beber ou não mediante suas próprias consciências. Não existe um fator que as obrigue a beber, apesar de tornar mais difícil abandonar o vício. De modo que fatores genéticos de forma alguma anulam as escolhas feitas. São apenas mais fatores que acrescentam influência em nossas ações. 
A necessidade de que o comportamento homossexual seja uma escolha livre é exclusiva de uma doutrina arminiana. Para um reformado[16], existe uma série de fatores que determinam e influenciam as nossas escolhas, desde a construção social, educação, ambiente, pecado, e até mesmo influência genética. Isso sem contarmos com a maior das influências, e essa sim exclusivamente determinante, que é o governo soberano de Deus sobre todas as coisas, portanto, para nós não há dificuldade em dizer que os homossexuais não tiveram escolha[17], mas são totalmente responsabilizados pelos seus atos[18].
Numa debate sincero sobre a temática, esses pontos devem ser levados em consideração. Não adianta falar sobre o tema sem antes uma devida reflexão e aprofundamento, isso só gera mais confusão e desentendimento entre as partes. Os grupos gays deveriam ser mais honestos nas suas declarações sobre seus comportamentos, e entender que há diferenças cruciais entre um comportamento, mesmo que haja influência genética, e uma raça, cor ou idade. Mas aqueles cristãos que se levantam para falar sobre o assunto devem instruir-se mais sobre isso, pois o seu dever é agir com lealdade e justiça, no amor de Deus, a fim de encontrar redenção nos corações eleitos, e culpa nos não eleitos. Não adianta tratar o assunto com superficialidade, e desonestidade, em discursos que só convencem quem já está convencido, e que não santificam a Cristo, como Senhor, em preparar-se para responder àqueles que perguntam a razão da esperança:
Antes, santificai a Cristo, como Senhor, em vosso coração, estando sempre preparados para responder a todo aquele que vos pedir razão da esperança que há em vós, fazendo-o, todavia, com mansidão e temor, com boa consciência, de modo que, naquilo em que falam contra vós outros, fiquem envergonhados os que difamam o vosso bom procedimento em Cristo, porque, se for da vontade de Deus, é melhor que sofrais por praticardes o que é bom do que praticando o mal. I Pedro 3.15-17.[19]  




[1] Por Grupos Homossexuais, ou gays, quero dizer os diversos grupos criados para defender os direitos civis gays, e promover o homossexualismo.
[7] Faço uso dos termos do Filósofo Cristão Herman Dooyeweerd, uma boa introdução ao seu pensamento antropológico pode ser encontrada no artigo do Rev. Fabiano de Almeida, talvez o maior estudioso desse filósofo no Brasil: http://www.mackenzie.br/fileadmin/Mantenedora/CPAJ/revista/VOLUME_XIII__2008__1/Reflexoes_Criticas_sobre_Weltanschauung_-_Fabiano_de_Almeida_Oliveira.pdf
[8] William Lane Craig lista uma série de problemas adicionais num comportamento homossexual. http://www.reasonablefaith.org/site/News2?page=NewsArticle&id=8058
[9] Nem todos os grupos gays ou estudiosos gays defendem isso, o Dr. Luiz Mott, fundador do Grupo Gay da Bahia, em entrevista a Jô Soares parece não acreditar nisso: http://www.youtube.com/watch?v=zcNQdvjSv-k&feature=related; O Professor da UFBA sobre homoculturas, Leandro Colling diz: “Assim, em vez de pensarmos que as nossas identidades são naturais, no sentido de que nascemos com elas, iremos verificar que nenhuma identidade é natural, que todos resultamos de construções culturais”. http://www.institutoadediversidade.com.br/cultura/artigo-desnaturalizacao-da-heterossexualidade-leandro-colling/
[10] LEVAY, Simon. A difference in hypothalamic structure between heterosexual and homosexual men. Science 253: 1034–7, 1991. http://www.pchania.eu/LeVay_files/levay.pdf.
[11] John Frame é um filósofo e teólogo cristão autor de vários livros e artigos, também um dos mais conhecidos defensores da apologética pressuposicionalista.
[12] Por LeVay ser um militante gay, Frame acredita que os seus estudos podem não ser tão objetivos cientificamente.
[13] FRAME, John M. But God made me this way!Tabletalk 21:3 (Mar., 1997), 8-11. http://www.frame-poythress.org/frame_articles/1997But.htm
[14] Com isso não quero dar a entender que o homossexualismo seja uma doença, mas que comparar o fato de se for algo inato, assim mesmo, não segue-se que seja bom ou natural.
[15] DOTTO BAU, Claiton Henrique. Estado atual e perspectivas da genética e epidemiologia do alcoolismohttp://www.scielo.br/pdf/csc/v7n1/a17v07n1.pdf
[16] Refiro-me àqueles que acreditam nas doutrinas da reforma protestante sistematizadas por João Calvino.
[17] A escolha aqui falada é aquela que os arminianos defendem, uma espécie de liberdade e não influência das coisas externas sobre nossas consciências. Obviamente, todos nós temos escolhas, pode ser colocado para um urubu a escolha de comer pizza ou carniça, mas não precisamos pensar muito para saber o que ele escolherá.
[18] Para uma discussão mais detalhada sobre o assunto, indico um outro post meu neste blog: http://palpiteabsoluto.blogspot.com/2010/03/deus-e-autor-do-pecado.html
[19]Sociedade Bíblica do Brasil. (2003; 2005). Almeida Revista e Atualizada, com números de Strong (1Pe 3.15-17). Sociedade Bíblica do Brasil.

Um convite a honestidade intelectual no debate sobre homossexual(ismo)(idade)



Talvez uma das temáticas mais discutidas no Brasil atualmente é o comportamento homossexual. E como não poderia deixar de ser para uma temática que cai no senso comum, tem sido grandiosamente mal compreendida ou discutida de maneira desonesta e recheada de falsos conceitos. De um lado temos os grupos homossexuais[1] defensores de todo o tipo de liberdade sexual, e que desejam, mais do que respeito ou liberdade para seu comportamento sexual, problematizar a heteronormatividade e a heterossexualidade.[2]
Por outro lado, alguns líderes evangélicos esbravejam ignorância sobre o tema, pois insistem em afirmar que ser homossexual é uma escolha, que a diferença entre raça, cor ou idade com homossexualismo é porque nos anteriores não há opção, enquanto que ser homossexual é uma opção. Coisa, inclusive, que foi reproduzida pela nossa presidente.[3]
A finalidade deste post não é dar respostas Bíblicas a questão homossexual, nem elencar uma infinidade de textos que chamam essa prática de pecado, nem também dar respostas a como alguém pode abandonar esse pecado, alguns post meus já trataram sobre isso[4]. A finalidade é desafiar para que essa temática seja tratada com mais honestidade e menos raiva. A primeira coisa que preciso fazer é explicar o título do post e o porquê do “ismo” e da “idade”. Isso pode ser respondido ao retornarmos a origem da palavra e ver porque o movimento gay insiste tanto no termo homossexualidade.
Karoly Maria Benkert
A palavra homossexual foi usada pela primeira vez por Karoly Maria Benkert, jornalista austro-hungáro, que dedicou boa parte de sua vida pela defesa dos direitos gays[5]. Tanto o sufixo “ismo” como o sufixo “idade” são designados para substantivos abstratos tendo a sua diferença na origem da língua, o primeiro é grego (ismo) e o segundo latim (itas; itatis). Mas por que eu acredito que o termo “ismo” deva prevalecer? Acredito que é comum em nossa língua o uso de “ismo” para falar de substantivos de alguma escola filosófica ou alguma visão sobre algum aspecto da vida.[6] E por conta da palavra “identidade” ter o sufixo “idade” ficaria estranho o uso de homossexualidade, já que isso não é uma identidade sexual, mas sim uma conduta sexual. A identidade sexual se estabelece nos ditames naturais, vistos em toda criação divina. Em Gênesis, quando Deus cria os animais, os constitui entre machos e fêmeas, não havendo assim, outra identificação sexual. Da mesma forma, o homem é criado como macho e fêmea, não havendo, portanto, alguma identidade híbrida ou neutra. Dessarte, que o comportamento homoafetivo não modifica a identidade sexual do homem, somente faz uso redirecionado da estrutura de individualidade da criação.[7]
Justificado o título, podemos nos aprofundar naquilo que é dito pelos grupos homossexuais. É normal que se encontre em algum desses grupos com o seguinte argumento: “Nós nascemos gays, isso veio da minha própria natureza, como posso ter culpa disso? Ou tentar mudar como eu nasci?” Os mais “cristãos” diriam: “Deus me criou assim, se alguém tem culpa é ele, pois que não tive escolha”. Ao que parece, há algo de verdade no que é dito. É difícil pensar em alguém que um dia tenha levantado da cama e dito pra si mesmo: “Huumm, acho que vou virar gay...”. Ninguém escolhe pra si uma vida de preconceitos, de não aceitações e todos os tipos de dificuldades que um comportamento gay possa causar.[8] Mas se não é uma escolha o que seria? Estariam certos os grupos gays em afirmar que as pessoas nascem assim?[9]
Simon LeVay
Não há nenhum estudo genético que tenha achado algum gene gay, alguns estudiosos chegam a falar de diferenças físicas entre homossexuais e heterossexuais[10], o Dr. John Frame[11] comentando sobre a pesquisa de LeVay diz:
Eu não sou competente para avaliar a pesquisa de LeVay. Eu penso que nós somos sábios em suspender o juízo até que o trabalho de LeVay seja corroborado por outros que são mais objetivos na questão[12]. No entanto, nós devemos notar, como outros tem, que há um problema não respondido do tipo “ovo e galinha” aqui: Como nós sabemos que estas condições (ou talvez a largamente não explorada base física para isso) é a causa, e não o efeito, de um pensamento e comportamento homossexual?[13]
Em todo caso, mesmo que se achasse um “Gene-H” isso não significa que seria algo bom ou natural. Os cientistas já identificaram uma série de doenças[14] que são determinadas geneticamente, no entanto, ninguém diria que isso seria bom ou normal. Logo, vemos um problema lógico nos que argumentam que se algo é inato é bom. Mas, e quanto ao comportamento ser determinado, ou o poder de escolha e mudança ser tolhido por uma determinação genética? Estariam os gays desculpados do seu comportamento, e a Deus, portanto, não poderia lhes impor culpa? Esse é outro passo da discussão e acredito que seja o mais importante.
Alguns cientistas encontram certa relação genética para o alcoolismo[15], será que devemos concluir que os alcoólatras estão desculpados, ou que não se deva mais estimular o abandono desse comportamento? É claro que devemos responder com um grande NÃO. O que as descobertas fazem é dar mais armas para que possamos de modo mais eficiente e rápido solucionar diversos problemas. Não devemos acreditar que as pessoas, por terem genética que os deixem mais propensos a determinados comportamentos, não têm poder para escolher terem ou não esse comportamento. Primeiro, porque mesmo com essa construção genética as evidências não atestam 100% de pessoas alcoólatras, mas uma maior porcentagem do que seria normal. E segundo, porque mesmo essas pessoas, conseguem decidir beber ou não mediante suas próprias consciências. Não existe um fator que as obrigue a beber, apesar de tornar mais difícil abandonar o vício. De modo que fatores genéticos de forma alguma anulam as escolhas feitas. São apenas mais fatores que acrescentam influência em nossas ações. 
A necessidade de que o comportamento homossexual seja uma escolha livre é exclusiva de uma doutrina arminiana. Para um reformado[16], existe uma série de fatores que determinam e influenciam as nossas escolhas, desde a construção social, educação, ambiente, pecado, e até mesmo influência genética. Isso sem contarmos com a maior das influências, e essa sim exclusivamente determinante, que é o governo soberano de Deus sobre todas as coisas, portanto, para nós não há dificuldade em dizer que os homossexuais não tiveram escolha[17], mas são totalmente responsabilizados pelos seus atos[18].
Numa debate sincero sobre a temática, esses pontos devem ser levados em consideração. Não adianta falar sobre o tema sem antes uma devida reflexão e aprofundamento, isso só gera mais confusão e desentendimento entre as partes. Os grupos gays deveriam ser mais honestos nas suas declarações sobre seus comportamentos, e entender que há diferenças cruciais entre um comportamento, mesmo que haja influência genética, e uma raça, cor ou idade. Mas aqueles cristãos que se levantam para falar sobre o assunto devem instruir-se mais sobre isso, pois o seu dever é agir com lealdade e justiça, no amor de Deus, a fim de encontrar redenção nos corações eleitos, e culpa nos não eleitos. Não adianta tratar o assunto com superficialidade, e desonestidade, em discursos que só convencem quem já está convencido, e que não santificam a Cristo, como Senhor, em preparar-se para responder àqueles que perguntam a razão da esperança:
Antes, santificai a Cristo, como Senhor, em vosso coração, estando sempre preparados para responder a todo aquele que vos pedir razão da esperança que há em vós, fazendo-o, todavia, com mansidão e temor, com boa consciência, de modo que, naquilo em que falam contra vós outros, fiquem envergonhados os que difamam o vosso bom procedimento em Cristo, porque, se for da vontade de Deus, é melhor que sofrais por praticardes o que é bom do que praticando o mal. I Pedro 3.15-17.[19]  




[1] Por Grupos Homossexuais, ou gays, quero dizer os diversos grupos criados para defender os direitos civis gays, e promover o homossexualismo.
[7] Faço uso dos termos do Filósofo Cristão Herman Dooyeweerd, uma boa introdução ao seu pensamento antropológico pode ser encontrada no artigo do Rev. Fabiano de Almeida, talvez o maior estudioso desse filósofo no Brasil: http://www.mackenzie.br/fileadmin/Mantenedora/CPAJ/revista/VOLUME_XIII__2008__1/Reflexoes_Criticas_sobre_Weltanschauung_-_Fabiano_de_Almeida_Oliveira.pdf
[8] William Lane Craig lista uma série de problemas adicionais num comportamento homossexual. http://www.reasonablefaith.org/site/News2?page=NewsArticle&id=8058
[9] Nem todos os grupos gays ou estudiosos gays defendem isso, o Dr. Luiz Mott, fundador do Grupo Gay da Bahia, em entrevista a Jô Soares parece não acreditar nisso: http://www.youtube.com/watch?v=zcNQdvjSv-k&feature=related; O Professor da UFBA sobre homoculturas, Leandro Colling diz: “Assim, em vez de pensarmos que as nossas identidades são naturais, no sentido de que nascemos com elas, iremos verificar que nenhuma identidade é natural, que todos resultamos de construções culturais”. http://www.institutoadediversidade.com.br/cultura/artigo-desnaturalizacao-da-heterossexualidade-leandro-colling/
[10] LEVAY, Simon. A difference in hypothalamic structure between heterosexual and homosexual men. Science 253: 1034–7, 1991. http://www.pchania.eu/LeVay_files/levay.pdf.
[11] John Frame é um filósofo e teólogo cristão autor de vários livros e artigos, também um dos mais conhecidos defensores da apologética pressuposicionalista.
[12] Por LeVay ser um militante gay, Frame acredita que os seus estudos podem não ser tão objetivos cientificamente.
[13] FRAME, John M. But God made me this way!Tabletalk 21:3 (Mar., 1997), 8-11. http://www.frame-poythress.org/frame_articles/1997But.htm
[14] Com isso não quero dar a entender que o homossexualismo seja uma doença, mas que comparar o fato de se for algo inato, assim mesmo, não segue-se que seja bom ou natural.
[15] DOTTO BAU, Claiton Henrique. Estado atual e perspectivas da genética e epidemiologia do alcoolismohttp://www.scielo.br/pdf/csc/v7n1/a17v07n1.pdf
[16] Refiro-me àqueles que acreditam nas doutrinas da reforma protestante sistematizadas por João Calvino.
[17] A escolha aqui falada é aquela que os arminianos defendem, uma espécie de liberdade e não influência das coisas externas sobre nossas consciências. Obviamente, todos nós temos escolhas, pode ser colocado para um urubu a escolha de comer pizza ou carniça, mas não precisamos pensar muito para saber o que ele escolherá.
[18] Para uma discussão mais detalhada sobre o assunto, indico um outro post meu neste blog: http://palpiteabsoluto.blogspot.com/2010/03/deus-e-autor-do-pecado.html
[19]Sociedade Bíblica do Brasil. (2003; 2005). Almeida Revista e Atualizada, com números de Strong (1Pe 3.15-17). Sociedade Bíblica do Brasil.

Um convite a honestidade intelectual no debate sobre homossexual(ismo)(idade)



Talvez uma das temáticas mais discutidas no Brasil atualmente é o comportamento homossexual. E como não poderia deixar de ser para uma temática que cai no senso comum, tem sido grandiosamente mal compreendida ou discutida de maneira desonesta e recheada de falsos conceitos. De um lado temos os grupos homossexuais[1] defensores de todo o tipo de liberdade sexual, e que desejam, mais do que respeito ou liberdade para seu comportamento sexual, problematizar a heteronormatividade e a heterossexualidade.[2]
Por outro lado, alguns líderes evangélicos esbravejam ignorância sobre o tema, pois insistem em afirmar que ser homossexual é uma escolha, que a diferença entre raça, cor ou idade com homossexualismo é porque nos anteriores não há opção, enquanto que ser homossexual é uma opção. Coisa, inclusive, que foi reproduzida pela nossa presidente.[3]
A finalidade deste post não é dar respostas Bíblicas a questão homossexual, nem elencar uma infinidade de textos que chamam essa prática de pecado, nem também dar respostas a como alguém pode abandonar esse pecado, alguns post meus já trataram sobre isso[4]. A finalidade é desafiar para que essa temática seja tratada com mais honestidade e menos raiva. A primeira coisa que preciso fazer é explicar o título do post e o porquê do “ismo” e da “idade”. Isso pode ser respondido ao retornarmos a origem da palavra e ver porque o movimento gay insiste tanto no termo homossexualidade.
Karoly Maria Benkert
A palavra homossexual foi usada pela primeira vez por Karoly Maria Benkert, jornalista austro-hungáro, que dedicou boa parte de sua vida pela defesa dos direitos gays[5]. Tanto o sufixo “ismo” como o sufixo “idade” são designados para substantivos abstratos tendo a sua diferença na origem da língua, o primeiro é grego (ismo) e o segundo latim (itas; itatis). Mas por que eu acredito que o termo “ismo” deva prevalecer? Acredito que é comum em nossa língua o uso de “ismo” para falar de substantivos de alguma escola filosófica ou alguma visão sobre algum aspecto da vida.[6] E por conta da palavra “identidade” ter o sufixo “idade” ficaria estranho o uso de homossexualidade, já que isso não é uma identidade sexual, mas sim uma conduta sexual. A identidade sexual se estabelece nos ditames naturais, vistos em toda criação divina. Em Gênesis, quando Deus cria os animais, os constitui entre machos e fêmeas, não havendo assim, outra identificação sexual. Da mesma forma, o homem é criado como macho e fêmea, não havendo, portanto, alguma identidade híbrida ou neutra. Dessarte, que o comportamento homoafetivo não modifica a identidade sexual do homem, somente faz uso redirecionado da estrutura de individualidade da criação.[7]
Justificado o título, podemos nos aprofundar naquilo que é dito pelos grupos homossexuais. É normal que se encontre em algum desses grupos com o seguinte argumento: “Nós nascemos gays, isso veio da minha própria natureza, como posso ter culpa disso? Ou tentar mudar como eu nasci?” Os mais “cristãos” diriam: “Deus me criou assim, se alguém tem culpa é ele, pois que não tive escolha”. Ao que parece, há algo de verdade no que é dito. É difícil pensar em alguém que um dia tenha levantado da cama e dito pra si mesmo: “Huumm, acho que vou virar gay...”. Ninguém escolhe pra si uma vida de preconceitos, de não aceitações e todos os tipos de dificuldades que um comportamento gay possa causar.[8] Mas se não é uma escolha o que seria? Estariam certos os grupos gays em afirmar que as pessoas nascem assim?[9]
Simon LeVay
Não há nenhum estudo genético que tenha achado algum gene gay, alguns estudiosos chegam a falar de diferenças físicas entre homossexuais e heterossexuais[10], o Dr. John Frame[11] comentando sobre a pesquisa de LeVay diz:
Eu não sou competente para avaliar a pesquisa de LeVay. Eu penso que nós somos sábios em suspender o juízo até que o trabalho de LeVay seja corroborado por outros que são mais objetivos na questão[12]. No entanto, nós devemos notar, como outros tem, que há um problema não respondido do tipo “ovo e galinha” aqui: Como nós sabemos que estas condições (ou talvez a largamente não explorada base física para isso) é a causa, e não o efeito, de um pensamento e comportamento homossexual?[13]
Em todo caso, mesmo que se achasse um “Gene-H” isso não significa que seria algo bom ou natural. Os cientistas já identificaram uma série de doenças[14] que são determinadas geneticamente, no entanto, ninguém diria que isso seria bom ou normal. Logo, vemos um problema lógico nos que argumentam que se algo é inato é bom. Mas, e quanto ao comportamento ser determinado, ou o poder de escolha e mudança ser tolhido por uma determinação genética? Estariam os gays desculpados do seu comportamento, e a Deus, portanto, não poderia lhes impor culpa? Esse é outro passo da discussão e acredito que seja o mais importante.
Alguns cientistas encontram certa relação genética para o alcoolismo[15], será que devemos concluir que os alcoólatras estão desculpados, ou que não se deva mais estimular o abandono desse comportamento? É claro que devemos responder com um grande NÃO. O que as descobertas fazem é dar mais armas para que possamos de modo mais eficiente e rápido solucionar diversos problemas. Não devemos acreditar que as pessoas, por terem genética que os deixem mais propensos a determinados comportamentos, não têm poder para escolher terem ou não esse comportamento. Primeiro, porque mesmo com essa construção genética as evidências não atestam 100% de pessoas alcoólatras, mas uma maior porcentagem do que seria normal. E segundo, porque mesmo essas pessoas, conseguem decidir beber ou não mediante suas próprias consciências. Não existe um fator que as obrigue a beber, apesar de tornar mais difícil abandonar o vício. De modo que fatores genéticos de forma alguma anulam as escolhas feitas. São apenas mais fatores que acrescentam influência em nossas ações. 
A necessidade de que o comportamento homossexual seja uma escolha livre é exclusiva de uma doutrina arminiana. Para um reformado[16], existe uma série de fatores que determinam e influenciam as nossas escolhas, desde a construção social, educação, ambiente, pecado, e até mesmo influência genética. Isso sem contarmos com a maior das influências, e essa sim exclusivamente determinante, que é o governo soberano de Deus sobre todas as coisas, portanto, para nós não há dificuldade em dizer que os homossexuais não tiveram escolha[17], mas são totalmente responsabilizados pelos seus atos[18].
Numa debate sincero sobre a temática, esses pontos devem ser levados em consideração. Não adianta falar sobre o tema sem antes uma devida reflexão e aprofundamento, isso só gera mais confusão e desentendimento entre as partes. Os grupos gays deveriam ser mais honestos nas suas declarações sobre seus comportamentos, e entender que há diferenças cruciais entre um comportamento, mesmo que haja influência genética, e uma raça, cor ou idade. Mas aqueles cristãos que se levantam para falar sobre o assunto devem instruir-se mais sobre isso, pois o seu dever é agir com lealdade e justiça, no amor de Deus, a fim de encontrar redenção nos corações eleitos, e culpa nos não eleitos. Não adianta tratar o assunto com superficialidade, e desonestidade, em discursos que só convencem quem já está convencido, e que não santificam a Cristo, como Senhor, em preparar-se para responder àqueles que perguntam a razão da esperança:
Antes, santificai a Cristo, como Senhor, em vosso coração, estando sempre preparados para responder a todo aquele que vos pedir razão da esperança que há em vós, fazendo-o, todavia, com mansidão e temor, com boa consciência, de modo que, naquilo em que falam contra vós outros, fiquem envergonhados os que difamam o vosso bom procedimento em Cristo, porque, se for da vontade de Deus, é melhor que sofrais por praticardes o que é bom do que praticando o mal. I Pedro 3.15-17.[19]  




[1] Por Grupos Homossexuais, ou gays, quero dizer os diversos grupos criados para defender os direitos civis gays, e promover o homossexualismo.
[7] Faço uso dos termos do Filósofo Cristão Herman Dooyeweerd, uma boa introdução ao seu pensamento antropológico pode ser encontrada no artigo do Rev. Fabiano de Almeida, talvez o maior estudioso desse filósofo no Brasil: http://www.mackenzie.br/fileadmin/Mantenedora/CPAJ/revista/VOLUME_XIII__2008__1/Reflexoes_Criticas_sobre_Weltanschauung_-_Fabiano_de_Almeida_Oliveira.pdf
[8] William Lane Craig lista uma série de problemas adicionais num comportamento homossexual. http://www.reasonablefaith.org/site/News2?page=NewsArticle&id=8058
[9] Nem todos os grupos gays ou estudiosos gays defendem isso, o Dr. Luiz Mott, fundador do Grupo Gay da Bahia, em entrevista a Jô Soares parece não acreditar nisso: http://www.youtube.com/watch?v=zcNQdvjSv-k&feature=related; O Professor da UFBA sobre homoculturas, Leandro Colling diz: “Assim, em vez de pensarmos que as nossas identidades são naturais, no sentido de que nascemos com elas, iremos verificar que nenhuma identidade é natural, que todos resultamos de construções culturais”. http://www.institutoadediversidade.com.br/cultura/artigo-desnaturalizacao-da-heterossexualidade-leandro-colling/
[10] LEVAY, Simon. A difference in hypothalamic structure between heterosexual and homosexual men. Science 253: 1034–7, 1991. http://www.pchania.eu/LeVay_files/levay.pdf.
[11] John Frame é um filósofo e teólogo cristão autor de vários livros e artigos, também um dos mais conhecidos defensores da apologética pressuposicionalista.
[12] Por LeVay ser um militante gay, Frame acredita que os seus estudos podem não ser tão objetivos cientificamente.
[13] FRAME, John M. But God made me this way!Tabletalk 21:3 (Mar., 1997), 8-11. http://www.frame-poythress.org/frame_articles/1997But.htm
[14] Com isso não quero dar a entender que o homossexualismo seja uma doença, mas que comparar o fato de se for algo inato, assim mesmo, não segue-se que seja bom ou natural.
[15] DOTTO BAU, Claiton Henrique. Estado atual e perspectivas da genética e epidemiologia do alcoolismohttp://www.scielo.br/pdf/csc/v7n1/a17v07n1.pdf
[16] Refiro-me àqueles que acreditam nas doutrinas da reforma protestante sistematizadas por João Calvino.
[17] A escolha aqui falada é aquela que os arminianos defendem, uma espécie de liberdade e não influência das coisas externas sobre nossas consciências. Obviamente, todos nós temos escolhas, pode ser colocado para um urubu a escolha de comer pizza ou carniça, mas não precisamos pensar muito para saber o que ele escolherá.
[18] Para uma discussão mais detalhada sobre o assunto, indico um outro post meu neste blog: http://palpiteabsoluto.blogspot.com/2010/03/deus-e-autor-do-pecado.html
[19]Sociedade Bíblica do Brasil. (2003; 2005). Almeida Revista e Atualizada, com números de Strong (1Pe 3.15-17). Sociedade Bíblica do Brasil.