quarta-feira, 5 de agosto de 2009

O Selo da Justiça

O Selo da Justiça


Manoel Canuto


A maior indagação do grande reformador Lutero foi: Como posso ser salvo?Esta foi praticamente a fundamental pergunta dos reformadores. Lutero tinha sempre em mente este questionamento: Como poderei entrar no céu sendo um tão grande pecador? Isso o trazia sempre cativo às suas dúvidas sinceras que o atormentavam constantemente. Lutero encontrou a resposta para suas dúvidas com respeito à salvação na Palavra de Deus, quando ministrava a epístola aos Romanos aos seus alunos em Wittemberg. Ele disse que foi salvo pela graça de Deus, quando compreendeu ali o que significava um pecador justificado pela fé somente. Foi salvo ao perceber que a salvação pertence ao Senhor ao declarar o pecador justo, não porque alguém consiga se tornar justo, como se a justificação fosse algo que alguém recebesse por mérito; algo que depende de obras de justiça praticadas pelo pecador, antes porque Deus imputa graciosamente ao pecador a justiça de Cristo e este a recebe pela fé como um dom de Deus.

Para que a justiça de Cristo fosse colocada sobre o pecador foi necessário que Ele cumprisse toda a lei e suas exigências, que O levaram à morte expiatória na cruz do Calvário, ressuscitando ao terceiro dia. Mas, porque Paulo dá tanta ênfase na ressurreição de Cristo relacionando-a a nossa justificação? “...posto que a nós igualmente nos será imputada, a saber, a nós que cremos naquele que ressuscitou dentre os mortos a Jesus, nosso Senhor , o qual foi entregue por causa das nossas transgressões e ressuscitou por causa da nosso justificação” (Rm 4.24-25). Poderíamos traduzir de forma parafraseada: “Jesus foi morto porque nós havíamos transgredido a Lei e foi ressuscitado porque fomos justificados”.

Para nós cristãos a ressurreição de Cristo é Deus mesmo declarando que aceitou o sacrifício de Jesus Cristo por nossos pecados. Jesus mesmo afirmou que “o Filho do homem, que não veio para ser servido, mas para servir e dar sua vida em resgate por muitos” (Mt 20.28). Jesus havia se oferecido como sacrifício e a expiação havia sido realizada. Mas, como nós cristãos podemos saber que aquela obra foi aceita pelo Pai? Façamos a seguinte suposição: Jesus cometeu algum pecado mesmo quando dependurado na cruz. Nesse caso não teria sido o Cordeiro sem mancha ou ruga e consequentemente a obra expiatória não teria sido perfeita. Deus aceitaria este sacrifício? Imagine esta pergunta na mente dos discípulos por três dias e sem resposta. Mas Jesus não pecou e Ele ressuscita vencendo os grilhões da morte. A pedra é removida e Jesus é exaltado à direita do Pai. Por estes fatos sabemos claramente que Deus aceitou o sacrifício perfeito que Seu Filho realizou. Ele ressuscitou e ascendeu à presença do Pai. O Pai o recebe: “Assenta-te à minha direita” (At 2.34).


R. A. Torrey disse:


“Quando Jesus morreu, morreu como meu representante e eu morri com Ele; quando ressuscitou, ressuscitou como meu representante e eu ressuscitei com Ele; quando ascendeu ao alto e ocupou Seu lugar à destra do Pai na glória, ascendeu como meu representante e eu ascendi com Ele e estou assentado com Deus em Cristo nos lugares celestiais. Ao olhar a cruz de Cristo sei que a expiação foi aceita. Já não resta nenhum pecado em mim, não importando quantos nem quão grandes tenham sido estes pecados até agora”.

Aqui está a resposta para a pergunta crucial de Lutero: Como poderei entrar no céu sendo um tão grande pecador? Declarados justos o Senhor Deus nos vê como se não tivéssemos pecado, nos vê como santos e por isso podemos entrar no céu – estamos cobertos com o manto da justiça de Cristo. Como posso ter garantia para tudo isso? A ressurreição de Cristo é o selo, a garantia de que a Sua obra foi aceita pelo Pai e que a justiça do Filho foi imputada a nós e nos livra da ira santa de Deus que está sobre todos os que não crêem. SOLA FIDE.


Rafael Santos

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