domingo, 19 de julho de 2009

Por que as mulheres não falam e nem oram em público em nossa igreja?




Seria uma decisão radical e machista da nossa Igreja? Qual o fundamento bíblico para agirmos assim? Gostaríamos de iniciar essa série de estudo sobre esse importante assunto, desde o Velho Testamento.
A submissão da mulher compreende dois aspectos, primeiro o natural, conforme sua própria constituição física,“vaso mais fraco” (1Ped 3.7) cuja função estabelecida na estrutura familiar era, “auxiliadora idônea”(Gen. 2.20), e “glória do seu marido” (1 Cor 11:7), mas com o advento do pecado, conseqüências drásticas foram impostas ao primeiro casal e à mulher lhe coube as dores do parto e um agravante na submissão: “E à mulher disse: multiplicarei grandemente a dor de tua concepção; em dor darás à luz filhos; e o teu desejo será para o teu marido, e ele te dominará” (Gen. 3:16).
Isto não significa em absoluto direito de propriedade, nos moldes escravagistas, como atribuem alguns ignorantes calvinistas, mas sim uma liderança de amor e responsável por parte do marido. Contudo, este princípio de submissão, extrapola os limites do lar e é observado por toda a Escritura. Foi assim com Sara, elogiada pela sua submissão e piedade (1Ped 3:5,6), Rebeca, Raquel, todas se ativeram à sua condição, submissas à liderança espiritual de seus maridos patriarcas, cumprindo sua missão de mãe.
Alguns argumentam de modo contrário lembrando-se das mulheres que foram profetizas no Velho Testamento e especificamente citam o caso de Débora que julgou Israel no tempo dos juízes. Quanto às profetizas, o ofício não exigia o exercício de autoridade, mas apenas entrega, com fidelidade daquilo que o Senhor dizia por seu intermédio, não era ensino autoritativo, nem interpretativo. Quanto ao caso de Débora, é claro que se tratou do juízo de Deus ao Seu povo num momento de confusão e clara desobediência. ”Naqueles dias não havia rei em Israel; e cada um fazia o que parecia bem aos seus olhos” (Juiz 21:25). Débora convocou a Baraque para liderar as milícias do Senhor, este recusou ir só e exigiu a companhia de Débora, que o advertiu: ”certamente irei contigo; porém não será tua a honra desta expedição, pois à mão de uma mulher o Senhor vencerá Sísera” (Juiz 4:9), e de fato coube à Jael a glória da morte do general inimigo. Mas ao final, no seu cântico de vitória, Débora conclama os homens, juízes, líderes naturais das tribos de Israel a reassumirem seus cargos de honra na condução do povo de Deus. É interessante notar que o livro de Juízes, relata a história de um rei que pediu ao seu escudeiro que o matasse a espada, porque havia sido ferido mortalmente na cabeça por uma pedra lançada por uma mulher (Juiz 9:53,54). Tudo isso para mostrar, que era juízo de Deus a liderança de mulheres, ou ser derrotado por elas. No livro do profeta Isaias, este opróbrio é confirmado: “Quanto ao meu povo, crianças são os seus opressores e mulheres dominam sobre eles, Ah! Povo meu!, os que te guiam te enganam e destroem o caminho das tuas veredas” (Isa. 3:12).
Não é propósito de Deus, portanto, que as mulheres exerçam autoridade de homem. Nem estejam à frente no governo quer dos negócios do mundo ou da Igreja. Orar em público, liderar, governar, ensinar homens, é exercícios de autoridade reservados aos homens. O princípio de submissão que lhe coube por causa do pecado se estende a todos os lugares, inclusive na Igreja. Sobre elas pesa a sentença do Gênesis: “Teu desejo será para o teu marido e ele te governará…”
Tendo visto o que o Velho Testamento ensina a respeito do lugar próprio da mulher nos propósitos de Deus e como é vedado a elas o exercício da autoridade de homem, passamos agora às considerações do assunto no Novo Testamento.
Na primeira carta à Timóteo, no capítulo 2, o apóstolo estabelece como deve ser o procedimento no culto público de Deus dizendo o seguinte:
“Quero, pois, que os homens orem em todo lugar, levantando mãos santas, sem ira nem contenda. Quero, do mesmo modo, que as mulheres se ataviem com traje decoroso, com modéstia e sobriedade, não com tranças, ou com ouro, ou pérolas, ou vestidos custosos, mas como convém às mulheres que fazem profissão de servir a Deus com boas obras. A mulher aprenda em silêncio com toda a submissão. Pois não permito que a mulher ensine, nem tenha domínio sobre o homem, mas que esteja em silêncio. Porque primeiro foi formado Adão, depois Eva. E Adão não foi enganado, mas a mulher, sendo enganada, caiu em transgressão; salvar-se-á, todavia, dando à luz filhos, se permanecer com sobriedade na fé, no amor e na santificação.” (I Tim. 2:8-15)
O texto fala por si mesmo, mas algumas pessoas o interpretam usando o argumento cultural: “Paulo diz isso por causa da cultura do seu tempo! Naquela época as mulheres não falavam em público mesmo!” - dizem; contudo, esse tipo de interpretação violenta o texto, porque o próprio apóstolo deixa claro a razão de sua proibição veemente, e esta não é cultural mas teológica! “Porque primeiro foi formado Adão, depois Eva. E Adão não foi enganado, mas a mulher, sendo enganada, caiu em transgressão!” Portando, não é uma questão cultural, mas espiritual.
Na primeira carta do apóstolo aos Coríntios, corrigindo a grande confusão que aquela igreja agia com relação ao culto, no capítulo 11 ele estranha que mulheres se manifestassem no culto para orar em línguas e profetizar sem o uso do véu.
Devemos nos lembrar que profetizar, como faziam também algumas mulheres no V.T., não era um exercício de autoridade, elas não interpretavam nem ensinavam, mas apenas repetiam a palavras inspiradas. Mesmo assim seria um absurdo fazê-lo sem ter sobre si o sinal de submissão, o véu; mas hoje, não temos mais o exercício desses dons de revelação e as mulheres não necessitam mais usar véu, uma vez que não irão mesmo falar em público. Por isso, na mesma carta, no capítulo 14, logo a seguir, tratando do mesmo assunto, ordem no culto, nos versos 34 e 35 ele diz: “As mulheres estejam caladas nas igrejas; porque lhes não é permitido falar; mas estejam submissas como também ordena a lei. E, se querem aprender alguma coisa, perguntem em casa a seus próprios maridos; porque é indecoroso para a mulher o falar na igreja” A razão também nos é revelada, e não é cultural, mas sim espiritual “como também ordena a Lei”, isto é, o Velho Testamento, certamente se referindo ao livro do Gênesis.
E qual seriam então as atividades das mulheres na Igreja?
Bem, primeiro, elas devem cantar, participando assim do canto congregacional. Ensinar crianças, como mães, e outras mulheres, como diz o texto:
“As mulheres idosas, semelhantemente, que sejam reverentes no seu viver, não caluniadoras, não dadas a muito vinho, mestras do bem, para que ensinem as mulheres novas a amarem aos seus maridos e filhos, a serem moderadas, castas, operosas donas de casa, bondosas, submissas aos seus maridos, para que a palavra de Deus não seja blasfemada.” (Tit 2:3-5).
Além disso, há muito trabalho indispensável na Igreja, que estas santas mulheres podem fazer servindo a Deus. O Senhor Jesus foi servido por elas, de modo a não lhe deixar faltar nada: “Também ali estavam algumas mulheres olhando de longe, entre elas Maria Madalena, Maria, mãe de Tiago o Menor e de José, e Salomé; as quais o seguiam e o serviam quando ele estava na Galiléia; e muitas outras que tinham subido com ele a Jerusalém.” (Mar 15:40-41)
O apóstolo Paulo, em sua saudação final na carta ao Romanos, faz menção de uma tal “Febe”, que alguns pensam ser uma diaconisa da Igreja de Cencréia (ou Corinto), porque ele usa a palavra “serva” que no grego é “diaconon”. No entanto, não há porque concluir isso, uma vez que não há qualquer outro texto para confirmar essa interpretação e o que Paulo está dizendo é tão somente que esta irmã atuava de forma extraordinária na Igreja inclusive lhe sendo muito útil e portanto deveria ser recebida pela Igreja de Roma com deferência:“Recomendo-vos a nossa irmã Febe, que é serva da igreja que está em Cencréia; para que a recebais no Senhor, de um modo digno dos santos, e a ajudeis em qualquer coisa que de vós necessitar; porque ela tem sido o amparo de muitos, e de mim em particular.” (Rom 16:1-2)
As irmãs, devem participar das reuniões de oração da Igreja, onde homens estão presentes, fazendo seus pedidos e acompanhando as orações em silêncio.
O ato de orar em público, é um exercício de autoridade, porque aquele que ora, está elevando toda congregação, até o trono de Deus e intercedendo pela Igreja. Por isso o apóstolo diz: “Quero que os varões orem…”. Isto não impede que as mulheres tenham suas próprias reuniões de oração e se reúnam, sob a supervisão do Conselho, para interceder pela Igreja, pelos seus maridos, filhos, etc.
Concluo lembrando que as mulheres sempre foram muito ativas e de grande importância na vida da Igreja ao longo de sua história. Sempre agiram, santa e piedosamente, nos bastidores, para prover tudo que fosse necessário, sem reivindicar direito de ofício. Não há na Bíblia qualquer indício de ter havido Apóstola, Bispa, Pastora, Presbítera ou Diaconisa, no entanto, todos nós sabemos que a Igreja não chegaria aonde chegou sem a atuação delas. Deus as tem usado e ainda as usará, dentro dos limites que Ele mesmo ordenou e instituiu na Sua Palavra. Qualquer coisa que passar disso é invenção dos homens, influenciados pela psicologia moderna e pelo feminismo.
Rev. Josafá Vasconcelos

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Faça comentários produtivos no amor de Cristo com a finalidade de trazer o debate para achar a verdade. Evite palavras de baixo calão, fora do assunto ou meras propagandas de outros blogs ou sites.