sexta-feira, 10 de julho de 2009

A Origem do Pecado


Hoje iremos começar Tratar sobre a origem do Mal que é uma introdução para que possamos entrar no tema depravação total.
Toda Humanidade é condenavel perante Deus.

Todos os homens pecaram em Adão, estão debaixo da maldição de Deus e são condenados à morte eterna. Por isso ninguem teria sido injustiçado se Ele tivesse resolvido deixar toda a raça humana no pecado e sob a maldição e decidico condená-lo por causa do seu pecado, de acordo com as palavras do apóstolo... para que se cale toda a boca, e todo o mundo seja culpável perante Deus... pois todos pecaram e carecem da glória de Deus.. e... o salário do pecado é a morte... (Rm 3.19;23; 6.23.)

A Origem do Pecado
Observemos o que fala Berkhof:

"O problema do mal que há no mundo sempre foi considerado um dos mais profundos problemas filosófico e teológico. É um problema que se impõe naturalmente à atenção do homem, visto que o poder do mal é forte e universal, é uma doença sempre presente na vida de todos os homens" .

Conceitos Históricos

Os mais antigos " Pais da igreja", não falam muito definitivamente da origem do pecado, conquanto a idéia de que se originou na voluntária transgressão e queda de Adão no paraíso já achasse nos escritos de Irineu. Esta se tornou logo a idéia dominante na igreja, especialmente em oposição ao Gnosticismo, que considerava o mal inerente à materia e, como tal, produto deo Demiurgo. O contato da alma humana com a matéria imendiatamente a tornou pecaminosa.
Essa teoria naturalmente priva o pecado do seu caráter voluntário e ético. Orígenes procurou manter isso com a sua teoria do Preexistencialismo. Segundo ele, as almas dos homens pecaram voluntariamente numa existência anterior e, portanto, entraram no mundo numa condição pecaminosa. Esta idéia platônica estava tão sobrecarregada de dificuldade que não pôde encontrar aceitação geral. Contudo, durante os sec. 18 e 19 foi definida por Mueller e Rueckert, e por filósofos como Lessing e J.H.Fichte. Em geral, os chamados pais da igreja grega, dos sec 3 e 4, mostravam certa inclinação para reduzir entre o pecado de Adão e o dos seus descendentes, ao passo que os pais da igeja latina ensinavam cada vez com maior clareza que a atual condição humana pecaminosa encontra sua explicação na primeira trasgressão de Adão no paraiso. Os ensinos da igreja oriental culminaram finalmente no pelagianismo, que negava a existência de alguma relação vital entre ambos, enquanto os da igreja ocidental chegaram ao seu ponto culminante no Agostinianismo, que acentuava o fato de que somos culpados e corruptos em Adão. Os reformadores compartilhavam os conceitos de Agostinho e os socinianos os de Pelágio, enquanto os arminianos movia-se em direção do semipelagianismo. Sobe a influência do Racionalismo e da filosofia a idéia de pecado foi substitúida pelo Mal, e este mal era explicado de varias maneiras. Kant dizia que tratava-se de algo maior que ele então, não consegueria explicar. Barth falava como se fosse um mistério da predestinação humana.

A Luz da bíblia sobre o pecado

Na Escritura, o mal moral existente no mundo trasparece claramente como pecado, isto é como trasgressão da lei de Deus. Nela o homem sempre aparece como transgressor por natureza, e surge a pergunta: Como adquiriu ele essa natureza?

Agostinho fala sobre a origem do mal no capitulo XII das confissões :

Também pude entender que são boas as coisas que se corrompem. Se fossem sumamente boas, não poderiam se corromper, como tampouco o poderiam se não fossem boas de algum modo. Com efeito, se fossem sumamente boas, seriam incorruptíveis, e se não tivessem nenhuma bondade, nada haveria nelas que se pudessem corromper. Porque a corrupção é um mal, e não poderia ser nociva se não dimuísse o bem real. Logo, ou a corrupção é inofensiva, o que é impossivel,ou, o que é certo, tudo o que se corrompe é privado de algum bem. E assim, se algo subsistisse sem já poder ser corrompido, seria ainda melhor, porque permaneceria incorruptível. E haverá maiorabsurdo do que afirmar que uma coisa se torna melhor pela perda de todo bem ? Logo, ser privado de todo bem é o nada absoluto. De onde se segue que , enquanto as coisas existem, elas são boas. Portanto, tudo o que existe é bom; e o mal, cuja origem procurava, não é uma substância, porque se o fosse seria um bem. De fato, ou seria substância incorruptível, e portanto um grande bem; ou seria uma substância corruptível, que não se poderia corromper se não fosse boa. Vi pois, e foi para mim evidente, que tu eras autor de todos os bens, e que não há absoluto substância alguma que não tenha sido criada por ti. E como não fizeseste todas iguais, todas as coisas existem, porque cada uma por si é boa, e todas juntas muito boas, porque nosso Deus fez todas as coisas muito boas.

Não se pode considerar Deus como seu Autor

O decreto de Deus evidentemente deu a certeza da entrada do pecado no mundo, mas não pode interpretar isso de forma que faça de Deus a causa do pecado no sentido de ser Ele o seu autor responsável. Está idéia é claramente excluída pelas escrituras. "longe de Deus o praticar Ele a perversidade, e do Todo-Poderoso o cometer a injustiça", Jó 34.10. Ele é o Santo Deus, Is 6.3, e absolutamente não há falta de retidão Nele, Dt 32.4, Sl 92.16. Ele não pode ser tentado e Ele próprio não tenta a ninguém, Tg 1.13. Quando criou o homem, criou-o bom à sua imagem. Ele positivamente odeia o pecado, Dt 25.16; Sl 5.4; 11.5; Zc 8.17; Lc 16.15, e em Cristofz provisão para libertar do pecado o homem. À luz disso tudo, seria blasfemia falar de Deus como autor do pecado. E por essa razão, todos os conceitos determinista que representam o pecado como uma necessidade inerente à própria natureza das coisas devem devem ser rejeitados. Por implicação, eles fazem de Deus o autor do pecado e são contrários, não somente as Escrituras, mas também à voz da consciência, que atesta a responsabilidade do homem.
Observem o que diz a Confissão de Westmister :

Cap IV Providências

A onipotência, a sabedoria inescrutável e a bondade infinita de Deus, de tal maneira se manifestam na sua providência, que esta se estende até a primeira queda do e a todos os outros pecados dos anjos e dos homens, e isto não por uma mera permissão, mas por uma permissão tal que, para os seus próprios e santos desígnos, sábia e poderosamente os limita, regula e governa em múltipla dispensação; mas essa permissão é tal, que a pecaminosidade dessas transgressões procede tão-somente da criatura e não de Deus, que sendo santíssimo e justíssimo, não pode ser o autor do pecado e nem pode aprová-lo
ref: Is 45.7; Rm 11.32-34; At 4.27,28; Sl 76.10; 2Rs 19.28; At 14.16; Gn 50.20; Is 10.12; 1Jo 2.16; Sl 50.21 e Tg 1.17

Natureza da Queda do Homem



Pode-se dizer puramente formal o 1º pecado do homem consistiu em ele comer do fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal. Não sabemos que espécie de árvore era. Poderia ser de qualquer fruto visto que a bíblia não nos revela qual era esse fruto, também nada havia de ofensivo ao fruto. Comer do fruto não seria pecado se Deus não tivesse ordenado que não comessem " da árvore do conhecimento do bem e do mal não comerás" Uma opinião das mais comuns é que a árvore foi chamada assim porque o comer do fruto infudiria conhecimento prático do bem e do mal; mas é difícil sustentar isso face a exposição bíblica segundo a qual, comendo-o, o homem passaria a não ser como Deus, no conhecimento do bem e do mal, pois Deus comete não comete pecado e, portanto, não tem conhecimento prático dele. É muito mais provável que a árvore foi denominada desse modo porque fora destinada a revelar
a) Se o estado futuro do homem seria bom ou mau;

b) Se o homem deixaria que Deus lhe determinasse o que era bom ou mau, ou se encarregaria de determiná-lo por si e para si.

Mas seja qual for a explicação que se dê o nome, a ordem de Deus para não comer do fruto da árvore serviu para colocar em prova a obediência do homem.
Pensemos que Adão foi tentado com o mesmo propósito de satanás torna-se igual a Deus, onde a essência real do pecado de Adão foi opisação a Deus, onde ele rejeira se surjeitar a Deus, de modo que Deus determinasse o curso da sua vida, e tentou ativamente tomar as coisas da mão de Deus, e determinar o seu prórprio futuro. O homem que, não tinha absolutamente nenhum direito para alegar a Deus, e que só poderia estabelecer algum direito pelo comprimento da condição da aliança das obras, desligou-se de Deus e agiu como se possuísse certos direitos contra Deus. Isto explica o seu desejo de ser como Deus e a sua dúvida quanto às boas intenções de Deus ao dar-lhe a ordem.
No intelecto revelou-se como incredulidade e orgulho
Na Vontade , como desejo de ser como Deus
Nos sentimentos, como uma ímpia satisfação ao comer o fruto proibido.

O pecado do Homem e seus castigos.(Westimister Cap VI)

1. Nossos pais, seduzidos pela astúcia e tentação de satanás, pecaram ao comerem o fruto proibido. Segundo o seu sábio e santo conselho, foi Deus servido permitir este pecado deles, havendo determinado ordená-lo para sua própria glória.
Gn 3.13; 2Co 11.3; Rm 11.32; Rm 5.20,21

2. Por este pecado eles decaíram de sua retidão original e da comunhão com Deus, e assim se tornaram mortos em pecado e inteiramente corrompidos em todas as faculdades e partes do corpo e da alma.
Gn 3.6-8; Rm3.23; Gn 2.17; Ef 2.1-3; Rm 5.12; Gn 6.5 Jr 17.9; Tt 1.15; Rm 3.10-18

3. Sendo eles (Adão e Eva) o tronco de toda humanidade, o delito de seus pecados foi imputado a seus filhos; e a mesma morte em pecado, bem como a sua natureza corrompida foram trasmitidas a toda a sua posteridade, que deles procede por geração ordinária
At 17.26; Gn 2.17; Rm 5.12,15-19; 1Co 15.21,22,45,49; Sl 51.5; Gn 5.3; Jo 3.6

4. Desta corrupção original, pela qual ficamos totalmente indisposto, incapazes e adversos a todo bem e inteiramete inclinados a todo mal, é que procedem todas as transgressões atuais.
Rm 5.6; Rm 7.18; Cl 1.21; Gn 6.5; 8.21; Rm 3.10-12; Tg 1.14,15; Ef 2.2,3

5. Esta corrupção da natureza persiste, durante esta vida, naqueles que são regenerados; e embora seja ela perdoada e mortificada por Cristo, todavia tanto ela como os seus impulsos são real e propriamente pecado.
Rm 7.14,17,18,21-23; Tg 3.2 1Jo 1.8-10; Pv 20.9; Ec 7.20; Gl 5.17

6. Todo pecado, tanto o original como atual, sendo transgressão da justa lei de Deus e a ela contrária torna, pela sua própria natureza, culpado o pecador e por essa culpa está sujeito à ira de Deus e à maldição da lei, e, portanto, sujeito à morte com todas as misérias espirituais temporais e eternas.
1Jo 3.4; Rm 2.15; Rm 3.9,19; Ef 2.3; Gl 3.10; Rm 6.23; Ef 6.18; Mt 25.41; 2Ts 1.9

Se comeres deste fruto certamente morrerás.

Alguns estudiosos dizem que a bíblia errou quando disse que Adão iria morrer, esses estudiosos dizem que nem Adão e nem Eva caíram mortos, quando comeram do fruto, então por isso aquela ameaça de Deus não se cumpriu. Por causa disto se manisfesta uma ignorância enorme, do que seria realmente a morte que Deus fala em sua Palavra. A morte é muito mais do que o coração parar de funcionar, as Escrituras ensina que, "Morrendo Morrerás", significa uma morte total.
Afastado de Deus;
quando estamos juntos de Deus temos vida, mas quando estamos longe da sua presença estamos mortos , por isso que as Escrituras diz: "que por natureza somos mortos em nossos delitos e pecados" o coração pode esta até batendo, mas estamos mortos em nossos delitos e pecado.
Após Adão e Eva ter pecado observamos que eles esperimentaram a morte em todos os sentidos.
1) O pecado quebrou o relacionamento entre Deus e o Homem
2) Em lugar de amigo de Deus, ele se tornou inimigo
3) Em lugar de agir como filho, se escondeu como Réu
4) Em lugar de estar cheio de alegria ao ouvir a voz de Deus, o homem estava com medo.
5) Em lugar de sentir a vontade perante a santidade de Deus, o homem se sentiu nu.

Adão teve uma atitude idêntica a nossa, quando erramos colocamos a culpa sempre em outras pessoas ou em Deus. Gn 3.12 "A mulher que tu me deste", ele queria se justificar, tanto que reclamou contra Deus. Observem que alguns versiculos antes, Adão agradecia a Deus pela mulher que, Ele tinha dado, mas depois coloca a culpa em Deus " Foi a mulher que tu me deste" observem o contraste antes, e pós queda.
A primeira consequência mortal do pecado de Adão é a inimizade com Deus. A segunda consequência mortal do pecado é o quebramento do relacionamento com a mulher, Adão queria culpar a sua esposa. No ver 16 de Gênesis Deus fala que a mulher vai desejar dominar seu marido, mas que ele vai governar sobre ela. Esta posto a competição que vemos entre o homem e a mulher. As palavras que o texto usa no vers 16, são as mesmas palavras que no cap 4.7, Deus usa para explicar o desejo do pecado para dominar Caim, dá mesma forma que a mulher queria dominar sobre a vida do seu marido, assim também o pecado queria dominar Caim.
O pecado causou uma guerra, competição, uma disputa que até hoje vivenciamos entre o homem e a mulher em todas as coisas e nos relacionamentos.
A terceira consequência foi quebrar o relacionamento entre o homem e os animais, o texto fala que haverá uma inimizade entre a serpente e os seres humanos, Vers 14 Deus fala "Visto que isso fizeste mais maldita és do que todos os animais domésticos e selváticos" essa tradução é tirada do hebraico, a maldição também se estende aos outros animais, visto que hoje o homem não tem mais controle sobre outros animais.
A quarta causa mortal do pecado de Adão é o quebramento do relacionamento entre o homem e a criação em geral, visto que os processos naturais não funcionam perfeitamente tudo tornou-se mais difícil, até o ato de ter filho tem sofrimento. Deus colocou a maldição em áreas essencias da vida, onde algo essencial para mulher é ter filho, e ela dará luz em sofrimento, O Homem porém vai sofrer trabalhando muito, para tirar do seu suor o pão de cada dia, reflexo da queda.

Entraremos no tema a Depravação total o primeiro ponto calvinista
para meditação



Calvino fala que "as roupas foram criadas para cobrir apenas as vergonhas dos homens, mesmo assim é sinal de glória para muitos" Pense nisso.


Bibliografia: Teologia Sistemática de Berkhof; Confissão de Fé Westimister; Institutas de Calvino; Cânones de Dort, Confissões de Agostinho.




Um comentário:

  1. Anderson e demais irmãos,

    Fico feliz de vocês da Pena Afiada se manterem fiéis ao ensino da Escritura ecoado nas Confissões Reformadas.
    Digo isto, pois hoje muitos estão sendo arrastados pelos laços do diabo para blasfemar contra Deus, colocando Ele como o Autor do Pecado.
    Sabemos que o inspirador dessa blasfêmia é o diabo. Por isso, devemos mostrar o que claramente se diz na Escritura e nas confissões.
    É importante que cada oficial e membro de igrejas reformadas (sejam presbiterianas ou reformadas) estejam atentos. Tem encontrado não poucos que se diem "reformados", mas que estão negando a Escritura e suas confissões, acusando Deus de ser o Autor do Pecado ou do Mal moral.
    É hora de orarmos e orientarmos estes irmãos a abandonarem essa blasfêmia e se limitarem a revelação das Escrituras.
    Também disponho no www.bandeiradagraca.org um breve estudo sobre o que as Confissões das Igrejas Reformadas dizem sobre Deus e o Mal.
    Que vocês possam dar uma clicada por lá.

    Fraternalmente,

    Rev. Adriano Gama
    Ministro da Palavra e dos Sacramentos da Igreja Reformada do Grande Recife

    ResponderExcluir

Faça comentários produtivos no amor de Cristo com a finalidade de trazer o debate para achar a verdade. Evite palavras de baixo calão, fora do assunto ou meras propagandas de outros blogs ou sites.