quarta-feira, 20 de junho de 2012

Por C.H.Spurgeon A Dica do Labirinto

Prefácio

As dúvidas escurecem e esfriam o dia. A névoa paira sobre todas as coisas e os homens se movem como os antigos egípcios quando presenciaram a escuridão. Oh, que esta névoa vá embora! O melhor que podemos esperar é que a presente melancolia passe bem depressa, e que a nuvem deixe o seu orvalho nutrindo uma fé mais sólida e inteligente.
O lamacento ceticismo não deixa ninguém correr, mas o fraco ainda pode ser alimentado. Os homens que são muito bons nascem nas colinas e amam o ar fresco das montanhas da verdade.
Os parágrafos deste pequeno livro não pretendem ser um exaustivo tratado de defesa da fé, pois meu objetivo não é o de destruir todos os argumentos do adversário, mas apenas o de ajudar um amigo. Assim como eu estive por algum tempo perdido no labirinto da vida, quem sabe não seria a hora de instruir alguém que se acha na mesma situação. Espero que através destas páginas algum coração verdadeiro possa receber o auxílio necessário para obter forças e lutar contra suas dúvidas. Não permita que o coração de ninguém caia, pois o prevalecente ceticismo é apena um “espectro da mente”. Enfrente-o e ele fugirá.
Um grande poeta forjou a expressão “dúvida honesta”. E quão avidamente ela foi tomada! A descrença moderna é tão medíocre de qualidade que ainda aproveitou esse rótulo para suprir para todas as épocas a necessidade que tinham de um personagem. É assim que na debilidade de nossas vozes, nos levantamos em nome da “Fé Honesta”.

Capitulo 1: VAMOS VIVER
A parte mais importante da vida humana não é o seu fim, mas o seu começo. O dia da nossa morte é a criança do passado; mas os nossos anos de nascimento são os senhores do futuro. Na última hora os homens geralmente trazem à sua cabeceira os pensamentos solenes que, infelizmente, chegaram tarde demais para algum efeito prático. O olhar silencioso, reverente e profundo, tão freqüente nos momentos de partida, deveria ter vindo mais cedo. Recomendo o exemplo do rei hebreu que jejuava e vestia trajes de luto enquanto a criança ainda estava viva. Sabiamente ele compreendeu a inutilidade do seu lamento após a morte da criança. “Poderei eu fazê-la voltar?” (2 Samuel 12:16-24) Essa foi uma das mais sóbrias perguntas. Porém, se consideramos que é algo desapontador tomar o ferro frio da bigorna, muito pior é ficar parado olhando a barra quente esfriar. Por isso, meu irmão, quem quer que seja, se mexa!

Capitulo 2: COMO DEVEMOS VIVER?
Qual martelo devemos usar? Sim, esta é a questão! Não é um tipo de pergunta que faço apenas para mim mesmo, mas por desejar ser um verdadeiro irmão e ter comunhão com você, meu leitor, eu a faço por sua causa trazendo uma reflexão a partir de uma oficina de trabalho. Aqui estão martelos, luz, claridade, muitas coisas! Veja a marca e a garantia, são novinhos! O velho ferreiro dali diz que não sabe nada sobre essas ferramentas. Elas foram deixadas por uma nova empresa que costuma criar bons produtos. “Pelo menos”, diz ele, “eles chamam a si próprios de uma nova empresa, mas acredito que seria melhor se fossem chamados de ‘a velha empresa com novo nome’. Eles entraram no mercado com um novo nome, mas são os mesmos picaretas de antigamente”. Com seu braço forte e o martelo em mãos, o velho ferreiro golpeia seu instrumento de trabalho, fazendo sair faíscas para todos os lados – “Lá”, diz ele, “o velho martelo me serve melhor”. Você vê, meu bom amigo, ele é apenas um ferreiro, e não conhece nada melhor. Algumas pessoas gostam demais das coisas antigas. Pergunto: Este conservador é mais tolo do que os aficionados pelas novidades? Pensamos que não!
O velho martelo forja a fé em Deus.
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Capitulo 3: A FÉ OPEROU MARAVILHAS.
A fé trabalha pesado, pois os homens de firmes convicções moldam o mundo sobre suas bigornas. A confiança cinge os lombos de um homem, incitando-o a por nela todas as suas forças. No capítulo onze da Epístola aos Hebreus, Paulo nos apresenta a lista dos heróis da fé e erige um Arco do Triunfo à suas memórias. Os nomes são destacados com fulgor: Abel, Enoque, Noé, Abraão, e as cenas esculpidas são como estas: “reinos subjugados,” “fecharam a boca de leões,” “extinguiram a violência do fogo”. Se os elogios fazem uma pausa não é porque o assunto acabou, como ele exclama: “E que mais direi? Faltaria tempo para falar de Gideão, Baraque, Sansão, Jefté, Davi, Samuel e os profetas” (Hebreus 11:32).
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C.H.Spurgeon
Tradução: Wesley Carvalho
Fonte: livro “the Clue of the Maze“, escrito originalmente por C.H. Spurgeon em Merton, Sul da França, em 1882
Capa: Victor Silva
Ano de publicação 2012
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Livro A Dica do Labirinto: Considerações profundas sobre a fé e a dúvida
Tradução: Wesley Carvalho
Direitos reservados: Projeto Spurgeon – Proclamando a Cristo crucificado



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