quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

C. H. Spurgeon Plantador de Igrejas










Muitas pessoas não estão cientes da paixão extraordinária de C. H. Spurgeon por plantação de igrejas. Neste breve artigo, Peter Morden lança luz sobre como esse ministério impactou Londres.


O cenário Batista em Londres seria muito diferente hoje não fosse o ministério de plantação de igrejas de Charles Haddon Spurgeon. Algumas estatísticas nos ajudam a começar a compreender a extensão de sua influência. De forma impressionante, 53 das 62 novas igrejas Batistas de Londres fundadas entre 1865 e 1876 foram criadas graças ao seu trabalho; e no tempo da sua morte, em 1892, ele estava envolvido na plantação de quase 100 igrejas na cidade e nas áreas circunzinhas. A maioria dessas igrejas permanecem até hoje, muitos delas fortes e vigorosas, incluindo aquelas em Balham, Enfield, Greenwich, Norwood (Chatsworth), Teddington e Wimbledon (Estrada da Rainha).


Como Spurgeon conseguiu esse feito extraordinário? Seus métodos eram flexíveis e variavam dependendo do contexto, mas muitas vezes ele trabalhava da seguinte maneira. Para começar, Spurgeon identificaria uma área que parecia ser uma oportunidade missionária promissora. Então ele enviaria um ou dois alunos do Colégio de Pastores para realizar cultos de pregação ao ar livre, muitas vezes com o apoio de outras pessoas da sua igreja. Se esses trabalhos “ao ar livre” fossem bem sucedidos, ele alugaria algumas salas para que novas reuniões pudessem ser realizadas. Se o trabalho continuasse a florescer (como normalmente aconteceu), terrenos adequados seriam comprados e instalações construídas. Spurgeon tinha o seu próprio advogado para ajudar as novas igrejas na elaboração das escrituras e com quaisquer outras questões jurídicas que surgissem. A parte financeira era suprida por seus muitos colaboradores – e também pelo próprio Spurgeon.


A Igreja Batista de Enfield, ao norte de Londres, é apenas um exemplo de uma igreja que deve o seu início, humanamente falando, a Spurgeon. Em 1867, após uma reunião que realizou com algumas pessoas interessadas daquele lugar, os cultos foram iniciados em uma sala em cima de um pub, o Rising Sun [Sol Nascente]. Uma “capela de ferro” temporária foi logo construída, e Spurgeon pregou o primeiro sermão no novo edifício. Havia então 30 membros e a igreja continuou a crescer. Em 1872, uma capela mais permanente foi erguida. Hoje, o elo com Spurgeon é tão forte como antes: Amanda James[1], o ministro titular, formou-se no Spurgeon’s College; o ministro em treinamento, Craig Downes, está atualmente estudando lá. Sob a liderança deles, a Igreja Batista de Enfield continua a prosperar e tem uma forte atuação em missões estrangeiras.


Falando de sua paixão por plantação de igrejas, Spurgeon disse certa vez: É com alegria … que encorajamos nossos membros a nos deixar para fundar outras igrejas; ou melhor, procuramos convencê-los a fazê-lo. Pedimos a eles que se espalhem por toda a terra, para se tornar a semente piedosa que Deus abençoará. Eu creio que enquanto fizermos isso, prosperaremos.


Seu grande coração e sua paixão evangelística brilharam grandemente. Por qualquer padrão, o legado de novas igrejas que ele deixou foi um legado notável.


Notas:[1] Com certeza, Spurgeon ficaria decepcionado com o fato dessa igreja ter se afastado da Escritura nesse ponto e aceitar a ordenação feminina. [N. do T.]


Fonte: The Recorder

Tradução: Felipe Sabino de Araújo Neto – fevereiro de 2012

Sobre o Autor Peter J. MordenPeter Morden é professor de história eclesiástica e espiritualidade no Spurgeon’s College. Ele já escreveu dois livros sobre Spurgeon: C.H. Spurgeon: The People’s Preacher (Farnham: CWR, 2009) e ‘Communion with Christ and His People’: The Spirituality of C.H. Spurgeon (Oxford: Regent’s Park College, 2010).

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