terça-feira, 24 de agosto de 2010

O Cristão e o Casamento Civil




Esse texto contém alguns detalhes polêmicos mas isso não quer dizer que essa é a opinião dos autores do blog. Leia todo texto e faça sua crítica.

É válido casar simplesmente no civil? Ou é necessário casamento religioso para confirmar o civil?
Casamento é uma ordenança da criação, não uma ordenança de culto (a palavra refere-se a uma forma de adoração, não sendo necessariamente negativa). Ele difere fundamentalmente de algo como o batismo e a comunhão.
Ora, batismo e comunhão precisam estar associados ao culto apropriado. Por essa razão, o batismo e a comunhão católica não contam. Se bem me recordo, Calvino apontou que uma pessoa que foi batizada no catolicismo-romano não precisaria ser batizada novamente. Eu discordo disso. Essa pessoa jamais foi batizada. Um mórmon ou budista pode lançar um balde de água sobre mim, mas isso não corresponderá a um batismo cristão. Eu nego que católicos sejam cristãos; portanto, nego que o batismo católico seja batismo cristão. Assim, me oponho neste ponto a muitos reformados e demais cristãos.
Também, os reformados até mesmo registraram em algumas de suas confissões que somente pessoas devidamente ordenadas poderiam batizar ou servir a santa ceia. Trata-se de uma grande bobagem. Não existe base bíblica para isso. Antes, a Bíblia diz que todos os cristãos são sacerdotes em Cristo; já que somos sacerdotes, e por também não existir qualquer exceção explícita a isso, até mesmo uma criança ou mulher cristã podem em princípio servir a ceia, assim como uma criança ou mulher podem ensinar e pregar a palavra de Deus. A única proibição a elas é autoridade oficial na igreja. É uma grande diferença. Por questão de ordem na igreja, alguns indivíduos, mais provavelmente ministros, são designados a batizar e servir a ceia, mas isso não significa que somente eles podem fazê-lo. É uma negação direta do sacerdócio de todos os crentes restringir funções sacerdotais a ministros ordenados ― como se houvesse uma elite entre os crentes, que é precisamente aquilo a que os reformados dizem se opor.
Casamento é diferente, pois ele não está associado a qualquer culto. Antes, o que “faz” um casamento é o acordo entre um homem e uma mulher de constituir esse tipo de relacionamento. Deus é a única testemunha necessária, sendo ele testemunha de todo casamento, seja Deus explicitamente considerado ou não. O primeiro casamento não teve o testemunho de terceiros. Não existia Estado nem igreja ― a não ser que usemos a palavra “igreja” de forma tão vaga que Adão e Eva tenham contado como igreja, mas ainda perceberemos uma diferença, já que não houve culto formal. Assim, Estado e igreja não podem criar nem destruir um casamento ― o relacionamento não tem relação necessária com essas coisas, mas é constituído somente entre homem e mulher. O Estado e a igreja podem apenas reconhecer o acordo entre o homem e a mulher. A igreja deve ser especialmente cuidadosa com relação a isso ― ela não tem um poder místico para constituir a união, e por isso não deve reivindicá-lo.
A implicação é consistente com o que (espero!) a maior parte das pessoas já sabe. Reconhecemos que casais não cristãos estão de fato casados, não importando como tenha se dado esse casamento. Se as duas pessoas dizem que estão casadas, acreditamos que estão casadas; e poderíamos esperar delas um comportamento de pessoas casadas, aplicando-se assim todas as proibições contra o adultério, bem como a liderança masculina, a submissão feminina, e assim por diante. Se o homem fugisse com outra mulher e se casasse ela, não iríamos encolher os ombros e dizer “Bem, na verdade ele era solteiro, e por isso não fez nada de errado”. Não, iríamos dizer que ele já estava casado, e por isso cometeu adultério e poligamia. Em outras palavras, não importa se um casal realizou matrimônio por uma igreja, pelo Estado ou mesmo por uma cerimônia vodu ― se eles concordam que estão casados, eles estão casados. A cerimônia é apenas uma formalidade acrescentada ao acordo matrimonial “real”. É claro, a Bíblia registra cerimônias de casamento, mas como história, e não como um ensino doutrinário que essas cerimônias seriam necessárias para se fazer um casamento. O que DEUS uniu, não separe o homem ― o homem não tem poder de fazer nem um, nem outro.
Cristãos consideram o casamento como especial e espiritual. Eu concordo. Mas isso não justifica a tentação de transformá-lo em algo que ele não é. Ele não é um sacramento. É um acordo instituído na criação, não um culto. Reservar algum poder especial à igreja para “fazer” uma união matrimonial é pensamento católico. É atitude muito hipócrita protestantes, especialmente os reformados, discordarem do que estou dizendo aqui.
Para resumir, nenhuma cerimônia humana que vá além do acordo entre o casal é estritamente necessária. Todavia, quando vivemos numa sociedade, existem frequentemente cerimônias e condutas vinculadas a esse acordo matrimonial básico, de modo que ele pode ser reconhecido nessa sociedade, podendo o casal então agir como uma unidade conjugal. É por isso que fazemos registro no governo, etc. O casamento civil é aceitável porque nenhum Estado ou igreja de fato realizam o casamento.
Imagino que muitos cristãos ficariam desconfortáveis com o que estou dizendo aqui, mas está tudo baseado em tradições humanas. Tenha você apenas em mente que essa doutrina não torna o casamento algo mais livre, mas sim algo mais rigoroso. Estamos dizendo que Deus exige responsabilidade de todo casamento, não apenas dos realizados numa igreja. Ele exige que todos os casamentos não cristãos sejam submetidos a padrões bíblicos, e é claro, essas pessoas jamais podem viver à altura desse padrão.
No plano pessoal, você deve reservar um tempo para definir a questão com base na palavra de Deus, e não na tradição humana, de modo que sua consciência fique alinhada com a verdade. E assim você será livre para agir de forma confiante e honrada.
Tradução: Marcelo Herberts Publicado em 29 de abril de 2010 –Vincent Cheung
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postado por :miguel silva

8 comentários:

  1. Este artigo é uma tradução? é opinião de quem postou?
    Gostaria de saber que argumentos vocês têm para afirmar que o católico não é cristão.

    Como li recentemente: "Acho que ficaremos surpresos ao ver algumas pessoas no céu que jamais pensaríamos encontrar lá. Ficaremos surpresos por NÃO ver algumas pessoas que simplesmente achávamos que estariam por lá. E talvez haverá alguns que ficarão surpresos ao me ver ou ao ver você no céu!"

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  2. Miguel, antes mesmo de citar meus argumentos, gostaria de expressar minha alta concordancia com o texto publicado.
    Eu percebo que a importancia da tradicao da cerimonia de casamento nas americas como uma heranca direta da igreja catolica
    nos paises sul americanos e indireta por meio da igreja anglicana nos paises norte americanos. Eu adicionaria que a
    no momento em que a igreja catolica coloca o casamento como sacramento pelo simples fato de Cristo ter comparecido a
    uma cerimonica destas, ela tornou este ato exclusivo de batizados na fe catolica retirando-lhe todo o seu carater
    de graca comum e isso implica no nao reconhecimento do casamento civil ou religioso fora da igreja catolica ate os
    dias de hoje.
    Eu tambem nao vejo o casamento como culto na igreja reformada, pois lhe faltam os elementos basicos para tanto.
    Como exemplo citaria que uma cerimonia de casamento certamente tem o seu centro nos noivos e a marcha nupcial esta longe
    de ser uma musica de louvor a Deus, considerando seu proprio historico. A minha igreja (IPB), em sua constituicao,
    nao prescreve culto ou cerimonia e sim bencao matrimonial e nao considera isso prerrogativa do ministro e sim privilegio.
    Mas o teor deste texto vai de encontro com o meu entendimento no sentido de que qualquer pessoa pode interceder e pedir a bencao de
    Deus sobre o casal(ate mesmo o proprio casal). Parabenizo pelo texto, pois essa eh a primeira vez que vejo algo assim sobre o assunto, mas ao contrario do que o autor
    coloca, nao acredito que as pessoas se dao conta deste real significado do casamento e nos meses que precedem a uniao,
    alguns casais acabam se preocupando muito mais com coisas materiais do que com a decisao que esta sendo tomada,
    o que poderia colaborar para os altos indices de divorcio em nossa era. Concluindo, nao ficaria surpreso se encontrassemos
    cristaos que condenassem um casamento feito apenas no civil, movidos por um reconhecimento mesmo que inconsciente,
    da existencia de um certo misticismo no rito. Eu particularmente acho que, uma vez decidido pelo casal, bastaria o casamento civil,
    visto o que o proprio Lutero disse a respeito, de que casamento eh materia de estado, embora o estado de hoje nao
    esteja se preocupando tanto em reconhecer a uniao antes de que ela se concretize de fato e historicamente e isto
    apenas opcionalmente(vide uniao estavel/common law marriage).
    Fabio Franco
    fabinhofranco@yahoo.com.br

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  3. Fabinho eu agradeço muito seu comentário vç foi objetivo e esta coreto ao dize que o casamento não e sacramento e que a igreja não reconhece a cerimônia do casamento como culto.

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  4. Na bíblia o que é que legaliza um casamento já que no vt não existia casamento civil nem religioso.responda

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  5. Este comentário foi removido pelo autor.

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  6. Excelentíssimo anônimo, é um prazer responder a sua pergunta. Esse artigo é uma tradução do inglês para o português sendo incluídas as opiniões do autor.
    Excelentíssimo a minha resposta é essa: todos nós somos católicos, no sentido etimológico da palavra, mas nem todos nós somos católicos romanos. Talvez você devesse perguntar de outra forma. Um católico com certeza pode ser cristão. Eu sou católico e sou cristão, mas um católico romano não pode ser um cristão. Um católico romano pode até ser um evangélico, um crente, um protestante, um revolucionário, ou até um teólogo, mas jamais um cristão. Mas por quê?
    A Bíblia diz que os apóstolos foram chamados de cristãos pela primeira vez em Antioquia, pois eles eram imitadores de Cristo, sendo esse o verdadeiro sentido da palavra 'Cristão'.será que podemos dizer que um católico romano com suas praticas erronia podem se chamado de cristã? CRISTO jamais aprovaria esse tipo de discípulos.

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  7. R- Mestre Lucas, essa pergunta é muito interessante. Mas a resposta que tenho talvez seja um pouco polêmica, mas é uma resposta com base bíblica. Antes de ir ao ponto principal, farei alguns esclarecimentos. Infelizmente existe uma incoerência no meio religioso cristão a respeito da legalização do matrimônio. Para alguns, o casamento só é legalizado quando o casal oficializa judicialmente a união. Essa concepção não condiz com a definição bíblica. O casamento civil é uma criação humana recente. Em 07 de março de 1888 foi definitivamente pelo decreto nº 9886 aprovado o Regulamento do Registro Civil que pelo decreto nº 10044 de 22 de setembro de 1888 começou a vigorar à prova de nascimento do casamento e do óbito mesmo quando tais assentos fossem feitos pelas autoridades religiosas. Já outros grupos acham que se não houver a uma cerimônia religiosa, com a benção sacerdotal, o casamento não é legal e não existe aprovação divina. Essa concepção é errada e perigosa, porque coloca o sacerdote como uma espécie de pajé (como houvesse algo místico nesse tipo de prática), podendo ocorrer maldições caso a cerimônia não seja feita pelo sacerdote.
    A minha resposta é esta: o que legaliza o casamento no sentido bíblico, é a consumação do ato sexual. Quando ambas as partes entendem que foram predestinados por Deus para criarem uma família, eles confirmam essa união, legalizando com o ato sexual.
    Existem inúmeras provas bíblicas para essa resposta. Exemplo: a história de Isaque e Rebeca. Você pode já ter percebido que o casamento civil é uma criação humana. Veja algumas curiosidades no velho testamento:
    1- Quem casava os noivos eram os pais e não o sacerdote.
    2- A cerimônia era feita no lar do noivo e não na sinagoga.
    3- Não existia uma legalização jurídica para essa união.
    4- O que legalizava a união era o ato sexual em si.
    5- Tanto no v.t. como no n.t. é verificado esses procedimentos.
    Amigo, infelizmente há uma ignorância sobre o que é costume e tradição religiosa e o que é uma ordenança bíblica. Muitos sofrem por não ter conhecimento desses fatos achando que estão em pecado. Sou a favor dos que já entenderam o que confirma um casamento biblicamente e estão casados diante de Deus, mas que não cumpriram os padrões sociais, que comuniquem aos seus pastores a sua união.

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  8. Este comentário foi removido pelo autor.

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