"Porque nada podemos contra a verdade, senão pela verdade.”(2 Co 13.8)
Por Gaspar de Souza
No último dia 25 de setembro de 2010 aconteceu em Recife, no bairro de Boa Viagem, a conhecida “Marcha para Jesus”. Nós, Cristãos Protestantes, estivemos lá. Mas não fomos para dançar, pular, declarar que “Recife é do Sinhor Gezuis”, não fomos “profetizar virado para os edifícios à beira mar”, não fomos “derrubar muralhas” – havia muitas “mulheres evangélicas” vestidas e dançando de tal forma que eram capazes de derrubar muitos...hehehe... misericórdia – não fomos “marchar para o Gezuis” da Marcha. Não! Fomos para um protesto, tal como nos declaramos: fomos ser protestantes.
Seguindo o exemplo do movimento “Marcha Pela Ética Evangélica Brasileira – O $how tem que parar!”, que começou em São Paulo com os irmãos Paulo e Vera Siqueira, uma turma composta por dez jovens (eu não tão jovem assim, não é?) foi às ruas de Recife portanto faixas e camisas contendo versos bíblicos (1 Tm 6. 3 – 10; 2 Pe 2.3a) e o dizer “Voltemos ao Evangelho Puro e Simples. O $how tem que Parar!”.
Nos encontramos na Igreja Presbiteriana dos Guararapes, pastoreada pelo Rev. Gaspar de Souza (eu de chapéu) e, de lá, seguimos até o centro da passeata. Estávamos apreensivos ao que poderia acontecer. E, defato, aconteceram algumas coisas. Ficamos pouco mais de 200 metros do primeiro trio-elétrico. Ali mesmo abrimos as faixas, o que logo chamou a atenção de muitos. Procuramos ficar próximos para evitar algum atrito e isolamento do pequeno grupo.
Qual não foi a nossa surpresa ao encontrarmos manifestação de apoio, como o rapaz aí no vídeo que disse que encomendou a camisa, mas ainda não havia chegado. Outras manifestações foram altamente positivas, como a do irmão de Guiné-Bissau aí no vídeo, que indignado chamou o evento de “pura babilônia”.
Claro que nem tudo são flores. Uma senhora, vestindo camisa da “Marcha”, ameaçava-nos processar porque estávamos filmando o evento. Outros nos mandaram “evangelizar os gays, na parada gay”. Em toda ocasião procuramos ficar calados e não responder às provocações. Apenas quando alguém nos perguntava o motivo do protesto, respondíamos e filmávamos. Em outra ocasião, os “abre-alas ou porta-bandeiras” da Marcha pararam em frente às faixas, talvez tentando barrar a massa ignara da leitura dos textos. Outro episódio foi de uma mãe que, ao ver o filhote fotografando uma das faixas, perguntou ao moleque: “é isso que você quer pra você? Eu não quero isso não!”. Parece-nos que a faixa era a que dizia: “voltemos ao Evangelho Puro e Simples!”
O que presenciamos foi um show de horrores, um babilonismo; assemelhava-se às saturnálias romanas; era uma evento dionisíaco, sem a embriaguez e as orgias explícitas, mas com as “dancinhas sensuais” embaladas pelo “timbalada gospel” do “expresso suingueira” e “expresso louvadeira”. Tinha mãozinha aos altos, os “sai do chão”, as “reboladas gospel”, “trenzinho gospel”, “mãozinhas gospel nos joelhos gospel”. Até um boneco (parecido com os da “turminha da graça” do R.R. Soares) distribuía – no Recife a gente diz que estava “fazendo bamburim” – pacotinhos de biscoitos para os “miseráveis da fé”. Lembrei-me do “pão e circo”.
Enquanto isso, um “abre-alas” chegou a ler uma de nossas faixas. Um momento cômico foi quando a chuva começou a cair. Os “poderosos da fé” levantaram as mãos aos céus e começaram a repreender a chuva! Putz! E o pior! Pareceu-nos que eles não tinham tanta fé assim, pois começaram a cobrir os trio-elétricos com os toldos...kkkkkk. Os caras nem perceberam a contradição entre o que estavam fazendo e o que estavam dizendo.
A cada trio, lá estava a multidão pulando, correndo, requebrando, berrando, misturando os comícios políticos – não faltou oportunista na ocasião. Até a Shirley Carvalhaes estava no trio. Como candidata, claro. Bandeiras de apoio a político e partidos; propagandas de aguardentes (Pitú e 51) e alguns “Após Tolos” de plantão.
Ficamos até o último trio, quando a chuva caiu mais fortinha. Os garis da Emlurb (Empresa de Limpeza Urbana) – Prefeitura de Recife – estavam lá para limpar a sujeira. Claro, ao fazerem isto, foram pagos com dinheiro de TODOS os Contribuintes de Recife, quer fosse evangélicos, católicos, ateus, espíritas ou sem religião. Enfim, os “de Gezuis” fazem a “Marcha” da saturnália, e TODOS pagam...
Agradecemos a todos que participaram conosco: Danilo, Teófilo, Tatyana, Ana, Mirian, Davison e as duas meninas (Danilo, por favor, coloque os nomes delas, ok?). A todos que apoiaram este protesto, os nossos agradecimentos. Querendo Deus, no próximo ano estaremos lá novamente. Ainda este ano enfrentaremos outro evento que acontecerá aqui em Recife. Aguardem notícias.
Rogamos a Deus que as suas ovelhas sejam acordadas para o engodo que é a tal Marcha.
Mais Fotos. O vídeo já foi editado. Aguardem para a postagem.
aff!
ResponderExcluirPor isso que minha igreja não participou...rsrsrsrs
ResponderExcluirInfelizmente, é uma iniciativa lamentável sob vários aspectos, a deste 'movimento'. Primeiro, por uma questão de princípio> a liberdade religiosa é para todos ou não é para ninguém! E quando os outros grupos religiosos começarem a ir para os lugares onde as nossas igrejas realizam atividades e abrirem faixas dizendo-nos para 'acabar com o show'? Claro, porque, tenho a certeza absoluta, que, já que as pessoas deste 'movimento' estão dispendendo recursos econômicos, humanos e tempo para isso, certamente devem também estar constantemente fazendo atividades de propagação do evangelho em lugares públicos. Portanto, o risco de encontrarmos um grupo de pessoas discordantes de nossa doutrina é muito grande! Liberdade religiosa, irmãos, é para todos, repito. Teologicamente, na nossa igreja, na nossa EBD, no nosso culto de doutrina podemos ensinar o que cremos ser a verdade, mas ir para o meio da festa dos outros com faixas, além de absurdo, soa como mera provocação.
ResponderExcluirAlém do mais, todos ainda se arriscaram em uns dois ou três artigos do Código Penal e, se havia adolescentes em meio ao 'movimento' em mais dois ou três do Estatuto da Criança. Vejamos. Castro Alves já dizia que 'a praça é do povo como o céu é do condor'. São versos belíssimos cuja idéia foi incorporada na nossa constituição. Qualquer grupo ou instituição é livre para 'usar a praça', desde que devidamente alertada a autoridade local para 'agendar' e impedir que outros a usem no mesmo dia/hora. Muito lógico. Já imaginaram? Pra ficar num exemplo sem polêmica, sua igreja presbiteriana vai fazer um grande culto em uma praça e uma igreja universal, idem. Tá pronta a confusão. Então, precisa-se um agendamento prévio com a autoridade local. Pode ser o delegado local, por exemplo. Naquele dia/hora/local o seu grupo, a sua igreja irá exercer o direito individual de liberdade religiosa consagrado em nossas constituições absoluta e amplamente desde 1891. E se aquela senhora de amarelo da foto tem alguma noção disso e chama a polícia e acusa o 'movimento' de ameaçar a ordem pública, a segurança da 'marcha' e de violar o direito de liberdade individual de manifestação do pensamento e de religião? E se ela não sabe de nada disso, mas achou-se tão indignada e provocada que tivesse perdido o próprio controle e trocado tapas com alguém e esse alguém ainda fosse menor de 18 anos? Imagine que linda manchete de jornal do dia seguinte, talvez até com direito a foto! Muito enriquecedor para o evangelho.
ResponderExcluirAh, desculpem irmãos. Eu esqueci. Eu estou sendo injusto em minhas observações porque é tudo em nome de Deus. Mas é sempre assim, desde as cruzadas.
Caro amigo, bom dia, me chamo Anderson e em nome da Apena Afiada quero agradece-lo por estar participando do nosso blog, e também dos nossos comentários, realmente fico muito feliz pela colaboração com o blog. Mas gostaria que analisasse esse ponto:
ResponderExcluirO que presenciamos foi um show de horrores, um babilonismo; assemelhava-se às saturnálias romanas; era uma evento dionisíaco, sem a embriaguez e as orgias explícitas, mas com as “dancinhas sensuais” embaladas pelo “timbalada gospel” do “expresso suingueira” e “expresso louvadeira”. Tinha mãozinha aos altos, os “sai do chão”, as “reboladas gospel”, “trenzinho gospel”, “mãozinhas gospel nos joelhos gospel”. Até um boneco (parecido com os da “turminha da graça” do R.R. Soares...
Será que essa é a verdade da igreja?
se temos como exemplo de igreja as igrejas primitivas, tais eventos e manifestações seria de total concordância?
fico meio confuso quando vejo os textos de Atos e das cartas de Paulo quando sempre nos alertam que a Igreja perseverava na doutrina dos Apóstolos. Será que essa verdade seria as dois pais da igreja, da reforma, dos puritanos, e todos os Cristãos fies, que deram a suas vidas por amor ao evangelho e que com tantos esforços lutavam para que tais praticas não chegassem ao povo de Deus. Temos que protestar sim, contra a depravação do evangelho de Cristo, pois hoje encontramos as igrejas europeias em sua grande maioria, vazias e abandonadas e depravadas por causa de práticas conteporâneas, que dizem estar fazendo em nome de Deus. Nossa Igreja e nosso povo sempre lutou contra movimentos heréticos, heresias, sacrilégios, onde o tema da Reforma era a volta ao Evangelho Verdadeiro, e com objetivo tamb;em de acabar com práticas pagãs em nossos templos e no meio do nosso povo. Paulo sem se cansar lutava todos os dias contra judeos e pagãos que tentavam roubar a verdade de Deus e mascarar o evangelho. Você informa o direito livre de manifestação de crença, e ao mesmo tempo acha que o protesto é afronta, não conseguir entender, pois entendo que a oposição a qualquer tipo de coisa, não fere ao direito de cada um, mas sim isto é pura democracia. A manifestação não foi contra a pregação e nem contra o evangelho, mas as práticas desses movimentos, que ainda são afirmadas veementemente que é feita em nome de Deus.
Já dizia William Shakespeare: “É mais fácil obter o que se deseja com um sorriso do que à ponta da espada...” Essa frase È realmente muito bonita e em muito momento deve se respeitada. Mais em dado momento o sorriso se transforma numa carreta horrível. E quando se trata de questões de eternidade, muitas vezes a careta é necessária. Entendo seu lado e sua preocupação com a Liberdade de expressão, mas em alguns momentos e necessário fazer careta. É melhor falar em nome da verdade do que calasse diante dos ataques enganosos.
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